Tratamento

O câncer de mama metastático e a qualidade de vida no prognóstico das pacientes

Linha Fina

Este diagnóstico não quer dizer um fim e a vida a partir dele pode ter qualidade, graças a evoluções em tratamentos e medicamentos 

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de mama é a neoplasia mais incidente nas mulheres do mundo, com 2,3 milhões (24,5%) de casos novos. No Brasil, a cada ano do atual triênio 2023-2025, são esperados 73.610 casos.   

Um câncer na mama é o crescimento anormal de células que resulta em um tumor maligno, que pode ir do estágio 0 ao IV. Saber deste estágio ajuda a equipe médica a definir o tipo de tratamento que será adotado e o prognóstico da paciente. 

Quando um câncer de mama está na fase IV ou há um retorno da doença, é sinalizada uma fase de metástase, onde as células tumorais alcançaram outros órgãos. Mesmo sendo o estadiamento avançado, novos tratamentos e medicamentos vem permitindo que estas pacientes aumentem não só suas taxas de sobrevida, mas que também estejam bem o suficiente para seguirem ativas. 

“Até algum tempo, o foco dos tratamentos estava voltado para atrasar os ponteiros do relógio, digamos assim, mas sem contar com a qualidade de vida que esta paciente teria e sem ganhos significativos o tempo de vida", destaca a Dra. Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores de Mama no A.C.Camargo Cancer Center.  

Qualidade de vida de pacientes com câncer de mama metastático 

A Dra. Solange ressalta que essas pacientes vêm vivendo mais e melhor, muitas vezes ativamente, como o caso de uma de suas pacientes que foi diagnosticada ainda jovem com câncer de mama metastático e tinha planos de fazer uma pós-graduação fora do país.  

Ainda no começo da evolução do tratamento, ela se retraiu e esperava que não conseguisse seguir com seus sonhos. Mas, ao ver que, com o tempo, estava se sentindo bem e disposta, perguntou à doutora "eu posso seguir com meu sonho de estudar fora?", a resposta felizmente foi sim e hoje ela já está em sua segunda pós-graduação. 

Algumas das novidades no tratamento de câncer de mama metastático 

Os tratamentos que mais impactaram esta evolução para os quadros de câncer de mama metastático foram os inibidores de ciclina, nas doenças de receptor hormonal positivo, o uso de anticorpos conjugados, através das drogas Trastuzumab-Deruxtecan e o Sacituzumab Govitecan   (cada decisão de uso de medicamento e tratamento vai depender da histologia de cada tumor) e a imunoterapia. "Todos os subtipos de câncer de mama metastático tiveram uma medicação que melhorou o prognóstico dessas pacientes.", frisa a Dra. Solange. 

A prática de atividades físicas regulares e os cuidados com a saúde mental também ajudam a dar foco na qualidade do tempo de vida das pacientes com este diagnóstico, mudando a história natural do câncer de mama metastático.

Outubro Rosa: uma seleção de conteúdos para você saber tudo sobre o câncer de mama

Linha Fina

São dezenas de publicações divididas pelas temáticas de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, pilares que definem a jornada do paciente no A.C.Camargo Cancer Center

Outubro Rosa: o Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta 73.610 novos casos de câncer de mama para cada ano do triênio 2023-2025, sendo o segundo mais comum entre as mulheres, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.

Sim, o Outubro Rosa, que é um mês de conscientização, está aí, mas você tem de se cuidar o ano todo. 

Por exemplo, inclua alimentos mais saudáveis nas refeições, faça atividade física e não deixe de realizar os exames médicos. 

Para que você saiba mais sobre o universo Outubro Rosa, o A.C.Camargo Cancer Center apresenta a seguir dezenas de publicações.

Elas foram divididas pelas temáticas de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, os pilares que definem a jornada do nosso paciente na Instituição.

Tem textos, vídeos, podcasts... Confira.

A evolução da mamografia: conforto e precisão nos resultados
Trazemos um especialista sobre o exame para explicar um pouco mais sobre o tema nesta edição da coluna "Fala, doutor" 

Doença de Paget: conheça este tipo de câncer de mama
Saiba identificar sinais e sintomas e, se for o caso, fazer o diagnóstico precoce 

Câncer de mama: confira um e-book gratuito com tudo sobre o tema
Baixe o nosso livro digital que detalha a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e os direitos das pacientes

Podcast Rádio Cancer Center – Inspire-se com a nossa paciente Michelly Zullo
Conheça a história desta mulher alto astral; ouça também a Dra. Solange Sanches, oncologista clínica

Câncer de mama em homens: sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento
Apesar de ser muito raro, é preciso atenção aos sinais e sintomas que indicam este tipo de tumor em homens

Podcast Rádio Cancer Center - Sinais e sintomas do câncer de mama
Ouça um papo descomplicado e aprenda a reconhecer os alertas que pedem uma consulta médica

Outubro Rosa: poderei engravidar após o tratamento de um câncer?
Mulheres diagnosticadas com tumores de mama podem recorrer ao congelamento dos óvulos

Outubro Rosa em vídeo: prevenção e diagnóstico precoce no câncer de mama
É o tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma

Amamentação e câncer de mama
Além de ser um ato de amor, traz vários benefícios e pode prevenir o surgimento de um tumor

Ingestão de álcool contribui para a formação de tumores
Entenda como a bebida alcoólica pode agir em diferentes partes do corpo

Obesidade é fator de risco para câncer
Saiba como o excesso de peso contribui para a formação de tumores 

Outubro Rosa: a oncogenética no câncer de mama
Assista ao vídeo e entenda como ela pode ser uma aliada no diagnóstico e no tratamento

Mitos & verdades sobre o câncer de mama
A informação correta é uma arma contra a enfermidade

A preservação da fertilidade em pacientes com câncer
Discussão buscou aproximar oncologistas e fertileutas

O futuro da oncologia por métodos genômicos e moleculares
Nesta conversa, saiba mais sobre prevenção e tratamento contra os tumores

Câncer de mama: um infográfico com todas as etapas de diagnóstico e tratamento
Entenda tudo que pode acontecer durante a jornada da paciente no A.C.Camargo

Outubro Rosa: entenda a classificação Bi-Rads
Índice obtido a partir de exames de imagem estima os riscos de um câncer de mama

Infográfico: sinais e sintomas do câncer de mama
Reconhecer os alertas é importante para ajudar na detecção precoce deste tipo de tumor

Reduza o desconforto durante a mamografia
Confira as táticas para tornar o exame mais tranquilo

Câncer de mama também atinge homens
Eles representam apenas 1% dos casos; apesar de raro, é importante ficar de olho  

Mitos & verdades sobre a mamografia
As principais dúvidas ao redor desse importante exame que ajuda a detectar o câncer de mama

Outubro Rosa: cuidados aos 40 e aos 50 anos
Não deixe para depois: a hora de fazer seus exames pode ser agora

Outubro Rosa: tomografia computadorizada é uma aliada na biópsia da mama
Raramente usada para exames na mama, ela ajuda a garantir o melhor planejamento terapêutico

A.C.Camargo Cancer Center apresenta a cartilha sobre o câncer de mama
Material contém informações simples e didáticas sobre diagnóstico, sintomas, exames, tipos... 

Os exames essenciais para diagnosticar o câncer de mama em mulheres com alto risco
Pesquisador publica artigo que discute os papéis da mamografia e da ressonância magnética

Inteligência artificial poderá auxiliar no diagnóstico de câncer de mama
Algoritmo pode prever qual a categoria de densidade mais provável do tumor mamário

Genômica, a ciência que faz diferença
Assista ao vídeo e entenda melhor como ela contribui para o combate ao câncer

Ressonância magnética auxilia no prognóstico do câncer de mama em mulheres jovens
Análise ratificou a eficiência do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo

Mamografia associada a outros exames ajuda o diagnóstico precoce do câncer de mama
Procedimento se comprova um dos protagonistas no avanço na saúde da mulher

Dia Nacional da Mamografia
Confira a importância do exame para diagnóstico precoce dos tumores de mama

Cistos e alterações benignas na mama?
Por vezes, o acompanhamento pode ser suficiente

Estudo mostra que o PEM é capaz de detectar tumores com precisão
Mamografia por emissão de pósitron pode câncer em mulheres com microcalcificações na mama

O programa de navegação
Esta equipe de enfermagem contribui para diminuir a ansiedade em relação ao tratamento

O Outubro Rosa e a importância da saúde mental
5 dicas para pacientes com câncer de mama manterem o equilíbrio emocional

O Outubro Rosa e a visão 360º do tratamento do câncer de mama
Uma equipe multidisciplinar atua para que as melhores práticas e decisões prevaleçam

Outubro Rosa em vídeo: a radioterapia no câncer de mama
Assista e conheça as possibilidades terapêuticas desse procedimento

Câncer de mama metastático: como o peso impacta o tratamento com hormonioterapia
Mulheres com sobrepeso podem se beneficiar sem comprometer a qualidade de vida

Interações medicamentosas: avanços na investigação
Artigo analisa impactos de se associar inibidores da bomba de prótons ao tratamento

Vídeo: a doença metastática no câncer de mama
Neste Outubro Rosa, assista e conheça mais sobre o tema

Touca de resfriamento colabora com a autoestima
Outra vantagem: ajuda a preservar a privacidade das pacientes

A terapia-alvo para câncer de mama em pacientes idosas
Artigo analisa os tratamentos disponíveis e a importância de haver mais ensaios clínicos 

O que o paciente com câncer deve saber sobre interações medicamentosas?
Chás e alguns medicamentos podem interferir na ação dos quimioterápicos 

O câncer de mama em tempos de Covid-19
Estudo mostra como o A.C.Camargo elege os casos cirúrgicos com eficiência

Discussão sobre os benefícios da cirurgia para pacientes com câncer de mama metastático
Alguns estudos evidenciam que operar ajuda na sobrevida; já outros mostram que não

Triplo negativo, um atípico tumor de mama
Embora possa ser agressivo, ele apresenta perspectivas de cura quando descoberto precocemente

Radioterapia hipofracionada semanal: boas perspectivas no tratamento do câncer de mama
Estudo demonstrou bons resultados em relação à toxicidade e à ausência de recidiva local 

Estudos retrospectivos em parceria elevam qualidade dos resultados
Com maior número de casos, colaborações entre instituições tornam os achados mais precisos

Pesquisa avalia tolerância de medicamentos em 430 mulheres idosas com câncer de mama
Trabalho do A.C.Camargo analisou a eficácia de tratamentos com Trastuzumab e Lapatinib

Inibidores de PARP: estamos vivendo uma mudança de paradigma?
Medicamento atua inibindo enzimas relacionadas às mutações BRCA1 e BRCA2 

Triplo negativo, câncer de mama e imunoterapia
Conheça os resultados de um estudo realizado com 902 pacientes metastáticas

Estudo com mais de 5 mil mulheres revela sobrevida duplicada em casos de câncer de mama
Havia pacientes com metástase e em estágio inicial; todas foram tratadas no A.C.Camargo 

Câncer de mama, estudos e seus achados
Confira os resultados promissores de três publicações realizadas pelos especialistas do A.C.Camargo

Imunoterapia para o câncer de mama triplo negativo metastático
O uso desse recurso foi avaliado em estudo apresentado na ASCO 2020

Mama: atualização de seguimento de conduta terapêutica
Estudo apresentado na ASCO 2020 teve base na assinatura genética mammaprint

Reconstrução mamária com expansor: entenda tudo
Saiba mis sobre esta possibilidade cirúrgica de tratamento e reabilitação para pacientes com câncer de mama 

“Com o diagnóstico da doença, passei a ver a vida diferente e a focar ainda mais na família”
Conheça a história da Fernanda Poli, paciente do A.C.Camargo que enfrentou o câncer de mama

Outubro Rosa: prática de atividade física é benéfica durante e após o tratamento oncológico
Incluir exercícios ao longo da rotina faz bem ao organismo e ajuda no combate ao câncer

Podcast - A vida pós-tratamento do câncer de mama
Neste Outubro Rosa, ouça e saiba sobre os caminhos da reabilitação da reinserção social

“Manter o emocional é importante, inclui ter um tempo para se cuidar ou ficar sem fazer nada”
Enxergue pelo olhar do Fábio, esposo da Fernanda, paciente que trata um câncer de mama no A.C.C.

“A vida, para mim, está apenas começando! E eu estou cheia de planos!”
Conheça a história da paciente Diana Zaraya, professora que trata um câncer de mama no A.C.C.

Fisiodança ajuda na reabilitação de pacientes com câncer de mama
Projeto contribui para o bem-estar e a qualidade de vida de mulheres em tratamento 

A reabilitação de pacientes com câncer de mama
Doutora Fabiana Makdissi explica as diferentes possibilidades

Exercícios durante ou após a quimioterapia em pacientes com câncer
Estudo holandês apresentado na ASCO 2020 analisou o impacto da atividade física

Fisioterapia contribui para a qualidade de vida de mulheres com câncer
Pacientes com tumores de mama e ginecológicos podem prevenir o acúmulo de líquido

Reabilitação em câncer de mama no Brasil: onde estamos e futuros desafios
O cuidado precoce, multidisciplinar e global é necessário para a qualidade de vida das pacientes

Histórias reais sobre o câncer: conheça Gisele Gengo
Assista a este depoimento inspirador de uma mulher que venceu o problema 

Histórias reais sobre o câncer: conheça Cintia Makino
Veja mais um capítulo da série de vídeos com experiências inspiradoras 

Rádio Cancer Center #76 - Oncofertilidade

Atualmente o tratamento oncológico não é necessariamente um impeditivo para os pacientes que queiram ter filhos. Ao longo dos anos, muitas técnicas foram desenvolvidas ou aprimoradas para preservar a fertilidade durante o tratamento oncológico.

Oncofertilidade é a área médica dedicada à preservação da fertilidade dos pacientes que serão submetidos a um tratamento de oncológico. Geralmente é indicada para mulheres em idade fértil que pretendem engravidar no futuro. O procedimento também pode ser indicado aos homens que serão submetidos a tratamento. 

Nessa edição do Podcast Rádio Cancer Center, conversamos com o líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos, Dr. Dr. Glauco Baiocchi

Há espaço para radioterapia para sarcoma retroperitonial em 2023?

Linha Fina

Oncologista do Princess Margaret Cancer Center apresenta estudo sobre o impacto da radioterapia pré-operatória somada a cirurgia versus cirurgia isolada na sobrevida livre de recorrência abdominal.
 

O primeiro dia de apresentações na 7ª edição do Next Frontiers to Cure Cancer, promovido pelo A.C.Camargo Cancer Center não para. Ao todo, serão dois dias que somam mais de 160 horas de conteúdo ministrados por 280 palestrantes nacionais e internacionais. 

Abrindo a programação da tarde, na arena 2, do congresso, David Kirsch, oncologista do Princess Margaret Cancer Center Health Network, apresentou o painel “Há espaço para radioterapia para sarcomas retroperitoniais em 2023?”. Durante a apresentação o oncologista canadense apresentou os resultados do estudo Preoperative radiotherapy plus surgery versus surgery alone for patients with primary retroperitoneal sarcoma (EORTC-62092: STRASS): a multicentre, open-label, randomised, phase 3 trial, publicado na Lancet Oncology.

“Sabemos que a radioterapia vai aumentar as taxas de controle sobre o tumor, então aqui temos dados de um estudo randomizado controlado com pacientes de sarcoma de partes moles que passaram por cirurgia ou radioterapia. No caso da radioterapia, ela aumentou o controle mas não apresentou impacto na taxa de sobrevida, essa conclusão foi baseada em dados de monitoramento de 20 anos dos desfechos acompanhados”, acrescenta Kirsch.

De acordo com o estudo abordado por Kirsch, ao contrário dos sarcomas de extremidades, a eficácia da radioterapia para o sarcoma retroperitoneal não está estabelecida. O objetivo estudo foi avaliar o impacto da radioterapia pré-operatória somada a cirurgia versus cirurgia isolada na sobrevida livre de recorrência abdominal.

Conheça os sinais e sintomas dos linfomas

Linha Fina

No Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, saiba quais são os sinais de alerta e conheça o CAR-T, tratamento inovador para um tipo específico da doença

O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, em 15 de setembro, foi criado para promover a conscientização sobre a doença. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), serão diagnosticados 15.120 novos casos de linfoma no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025.

O linfoma surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório como do sistema imune. A doença surge quando os linfócitos (glóbulos brancos que fazem parte da defesa do organismo) não saudáveis passam a crescer de forma descontrolada e afetar o sistema linfático.

Assim como a leucemia, o linfoma também é classificado em subgrupos: os linfomas de Hodgkin, que se espalham de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro grupo, e o linfoma não Hodgkin, que se espalha de maneira não ordenada e pode começar em qualquer lugar do corpo.

Sinais e sintomas do linfomas

•    Inchaço dos gânglios linfáticos, podendo ou não ter dor
•    Suores noturnos intensos, com ou sem febre
•    Febre ou calafrios à noite ou mesmo durante o dia
•    Perda de apetite
•    Perda de peso inexplicável
•    Fadiga ou perda de energia
•    Pele seca e com coceira
•    Erupção cutânea avermelhada disseminada pelo corpo
•    Tosse e dificuldade para respirar ou desconforto no peito
•    Aumento do fígado ou do baço
•    Náusea e vômitos
•    Dor de cabeça e dificuldade de concentração
•    Dor no pescoço, nos braços ou no abdômen
•    Fraqueza nos braços e/ou nas pernas
•    Confusão mental

Tratamento e células CAR-T

Existem alguns tratamentos que são utilizados para tratar os pacientes com linfoma, como quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. 

Porém, existe um novo tratamento disponível para pacientes com um tipo específico de linfoma. Conhecida como células CAR-T, essa terapia representa uma nova era na medicina. Aguardado há muitos anos, o tratamento com células CAR-T é uma nova forma de tratar alguns tipos de câncer por meio da reprogramação das células de defesa do corpo. 
É um medicamento único, com o máximo de personalização.
 

Dr. Jayr Schmidt Filho, líder do Centro de Referência em Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo
"
Podemos dizer que a célula CAR-T é o maior avanço no tratamento do câncer dos últimos anos e pode se estabelecer como um dos pilares do combate à doença ao lado de quimioterapia, cirurgia e radioterapia.
Dr. Jayr Schmidt Filho, líder do Centro de Referência em Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo


Dos pacientes com linfoma, a terapia com células CAR-T é indicada para aqueles com linfoma difuso de grandes células B (tipo de linfoma não Hodgkin) no cenário em que o câncer volta depois do tratamento ou quando não responde bem à primeira escolha de terapia. 

A terapia com CAR-T também está disponível para pacientes com leucemia linfoblástica aguda. Em breve, também estará disponível para portadores de linfoma folicular (outro tipo de linfoma não Hodgkin) e para pacientes portadores de mieloma múltiplo. 
 


“O A.C.Camargo foi uma das primeiras instituições no Brasil a ter autorização para tratar pacientes com CAR-T. Foram feitos diversos treinamentos da equipe para o processo de aférese, manuseio, recebimento e armazenamento de células dos pacientes para esta terapia específica. Os processos de qualidade também foram verificados para garantir a adesão aos requisitos necessários para fazer a terapia com segurança. Ou seja, além da segurança do procedimento, nosso paciente conta com nossa ampla experiência nesse tipo de tratamento”, finaliza Dr. Jayr.

Live sobre câncer de pulmão: prevenção, diagnósticos e tratamentos

Neste Agosto Branco, faremos uma live sobre a conscientização e a prevenção do câncer de pulmão.

Contaremos com a participação dos nossos especialistas. Eles abordarão os fatores de risco, a importância do diagnóstico precoce e os principais tratamentos.

Não perca. Marque na agenda: dia 28 de agosto, às 18h, nas nossas redes sociais.

Você é nosso convidado. Traga as suas dúvidas e compartilhe o evento.

Informação de qualidade faz diferença.

Imagem dos participantes da live


 

 

Câncer e gravidez: uma relação complexa, mas possível

Linha Fina

Nesta edição da coluna “Câncer Sem Tabu & Com Ciência”, da Veja, Dr. Victor Piana, CEO do A.C.Camargo, e Dra. Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, explicam que o câncer tem acometido pessoas mais jovens, incluindo mulheres em idade fértil 

Clique aqui para conferir o artigo publicado


O câncer ainda mata muito mundo afora, cerca de 10 milhões de pessoas por ano. Mas também é verdade que ele mata cada vez menos. As pessoas passam pelo câncer, ressignificam suas vidas e continuam a trabalhar, estudar, sonhar… E engravidar, por que não?

O câncer tem acometido indivíduos mais jovens, por hábitos de vida como consumo de ultraprocessados desde a primeira infância, sedentarismo, fumo, álcool e infecções por vírus e bactérias que potencializam a genética de algumas famílias.

Antes considerado uma doença da terceira idade, já não é tão incomum ver tumores entre 40 e 50 anos.

A gravidez, por outro lado, tem acontecido cada vez mais tarde, fruto da vida urbana, carreiras mais exigentes e dificuldades para obter independência financeira. Hoje, muitas mulheres deixam para engravidar após os 40 anos, às vezes aos 45 anos, utilizando técnicas de reprodução assistida.

Em consequência da sobreposição de idades, o tema câncer e gravidez começa a se tornar um debate mais vivo e necessário.

Diagnóstico de câncer na gravidez

O câncer e a gravidez podem se aproximar em diferentes ocasiões.

A doença pode surgir na mulher quando ela está grávida. Neste cenário, os hormônios produzidos no período suprimem o sistema imune da mãe, e essa fragilização pode permitir a progressão para o câncer de células transformadas, mas que estavam sob controle.

Os mais comuns são aqueles causados por infecções virais, como o HPV e o Epstein Barr (EBV), que levam a tumores do colo uterino, da cavidade oral, nasofaringe e linfoma de Hodgkin.

Mas também enfrentamos câncer de mama, da tireoide e, mais raramente, outros tipos.

Estes casos se transformam num drama, uma mistura de sentimentos e precisam ser avaliados com cautela e ciência.

Porém, ao compreender os detalhes da agressividade da doença, o momento da gravidez e os riscos envolvidos, nasce um plano terapêutico integrado entre oncologista e obstetra, que visa preservar a saúde e os anos de vida da mãe e do bebê.

Tratamento do câncer na gravidez

Alguns tumores, como o da tireoide, podem, com muita frequência, esperar o parto para serem removidos sem prejuízo para a mãe e para o bebê.

Outros também podem aguardar, se a gestação estiver nas últimas semanas, mas há situações em que isso não é possível, e condutas cirúrgicas ou quimioterapia precisam ser feitas.
Nem todas as quimioterapias usadas para tratar a mãe trazem risco para o bebê, porque algumas não cruzam a barreira da placenta.

Quanto mais precoce o estágio da gravidez, em especial no primeiro trimestre, mais cuidados são necessários, porque não se deseja causar nenhum dano no momento de formação dos órgãos.

Analisando cada caso, a melhor decisão pode incluir induzir o parto antes das 40 semanas, para permitir que a mãe receba o quanto antes a quimioterapia, com mais chances de sucesso.

Nestas situações, também é importante avaliar se o bebê poderá, ou não, ser amamentado pela mãe em tratamento.

Bebê com câncer

Outra situação muito dramática é o nascimento de um bebê com câncer em uma mãe saudável.

O câncer é uma doença causada pelo acúmulo de mutações genéticas. Em situações muito específicas, as crianças podem já nascer com a doença, incluindo leucemias, neuroblastomas e sarcomas. Os tumores desta idade são de crescimento rápido, mas costumam responder bem ao tratamento se iniciado rápido.

Engravidar depois do câncer

Mais comum do que as duas situações acima é o desejo de engravidar após ter passado pelo tratamento da doença.

Pacientes acima de 35 anos apresentam naturalmente uma queda da fertilidade que pode ser agravada pela administração da quimioterapia. Portanto, na elaboração do plano terapêutico, é importante discutir o desejo de engravidar no futuro.

Tecnicamente, é possível a coleta e preservação de gametas (células reprodutivas) das crianças e adolescentes, dos homens que farão remoção do testículo ou das mulheres que se submeterão à cirurgia ou radioterapia para tratar tumor ginecológico, ou ainda nos casos de quimioterapia em qualquer tumor.

Isto amplia a equipe de cuidado e requer uma coordenação para que a coleta dos óvulos ou espermatozoides aconteça em poucos dias, e se inicie o tratamento oncológico o quanto antes.

O caso do câncer de mama

Para alguns tumores de mama, o tratamento pode se prolongar com hormonioterapia por até 10 anos após a quimioterapia.

Até muito recentemente, não havia dados científicos robustos que demonstrassem a segurança para a mãe em interromper a hormonioterapia para engravidar.

Recentemente, contudo, um artigo publicado na revista The New England Journal of Medicine mostrou pela primeira vez que interromper a hormonioterapia usada para tratar o câncer de mama para engravidar e retomar após o parto é seguro do ponto de vista do controle oncológico.

As mulheres deste estudo, divulgado em maio de 2023, tinham até 42 anos (média 37 anos), e eram portadoras de câncer de mama nos estágios I, II ou III que receberam hormonioterapia por 18 a 30 meses (média 29 meses) e desejavam engravidar.

Ao todo, 497 mulheres foram acompanhadas, 74% delas conseguiram engravidar e 64% delas tiveram o parto com sucesso. Em três anos, 8,9% delas passaram pela volta do câncer, mas, no grupo controle, que não interrompeu a imunoterapia para engravidar, esta taxa foi de 9,2%. Ou seja, a interrupção para engravidar não acrescentou risco para as mulheres.

Os autores reconhecem que o estudo continha muitas mulheres com tumores precoces, e ainda é preciso seguir estas pacientes por mais tempo, para garantir a segurança no longo prazo também.

Entretanto, este é um dado forte e traz esperança para muitas mulheres portadoras de câncer de mama diagnosticadas em idade jovem que desejam engravidar.

O câncer de mama diagnosticado em estágio I tem sobrevida com qualidade de vida plena em mais de 98% dos casos. Engravidar é possível e seguro após o câncer.

Sem saber desta informação, muitas mulheres desistem deste sonho e agora os oncologistas podem encorajá-las neste sentido.

Gravidez e câncer é um tema de alta complexidade e repleto de emoções, que precisa ser acompanhado por vários especialistas habituados tanto com oncologia quanto com gestação de alto risco.

Mas é possível, sim, transformar câncer e gravidez em felicidade e esperança.
 

Você sabe o que é laringectomia?

Linha Fina

Conheça o que é este procedimento e como ele pode ajudar os pacientes com câncer de laringe

O Dia Nacional do Laringectomizado, em 11 de agosto, é celebrado para conscientizar sobre a importância da detecção precoce do câncer de laringe e a consequente preservação do órgão durante o tratamento. 

O câncer de laringe é uma doença que terá 7.790 novos casos no Brasil para cada ano do triênio de 2023 a 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Uma das formas de tratamento é a remoção cirúrgica do órgão, de forma parcial ou total, chamada de laringectomia. 

O que é a laringe?

A laringe é o órgão da voz (onde estão localizadas as cordas vocais) e fica entre a parte posterior da língua e a traqueia. Além da fala, ela é importante para a proteção dos brônquios e pulmões de partículas de alimentos durante a deglutição. Por isso, um tumor da laringe pode afetar a voz, a deglutição ou a respiração.  

Sobre a laringectomia

A laringectomia é a remoção total ou parcial da laringe. Dependendo da localização do tumor, o paciente pode perder a voz, ficar rouco ou preservar a fala.

No tratamento do câncer de laringe, sempre que possível, é priorizada uma estratégia de tratamento preservadora de função do órgão, ou seja, é oferecido um tratamento com o maior potencial de cura da doença e, ao mesmo tempo, com o mínimo impacto na função da laringe.

Dessa maneira, visa-se minimizar qualquer sequela do tratamento em funções importantes da laringe, como a fala e a proteção das vias aéreas. Essa estratégia preservadora de função pode incluir cirurgias minimamente invasivas, chamadas laringectomias parciais

A laringectomia total é feita em pessoas que tiveram um câncer avançado e, por isso, passaram por uma cirurgia que retirou toda a laringe, incluindo as cordas vocais.

Reabilitação

Pacientes que se submetem a laringectomia podem perder a capacidade de falar normalmente e mesmo cirurgias menos extensas podem comprometer a fala. O ideal é recorrer a profissionais especializados na área de fonoaudiologia. 

Aqui, no A.C.Camargo Cancer Center, temos um serviço de fonoaudiologia com uma equipe especializada que atua justamente para identificar, prevenir e avaliar esses problemas, além de oferecer ao paciente a melhor forma de reabilitação, sempre buscando fazer com que o paciente volte a se alimentar pela boca (e não mais por sonda), a falar bem e ser bem compreendido (um desafio para aqueles que tiveram a retirada total da laringe, por exemplo), possibilitando sua reintegração ao ambiente social e profissional.

A retirada da laringe impede que o paciente volte a falar?

Atualmente, há métodos que permitem ao paciente laringectomizado a oportunidade de não só se comunicar pela voz, como também a cantar. A prótese traqueosofágica possibilita a fala para 90% dos operados e traz bons resultados em qualidade do som e tempo de fonação. 

Alternativas como a eletrolaringe e a voz esofágica, técnica em utilizar o esôfago para a produção de som, também são oferecidas ao paciente, permitindo maiores chances de sucesso na reabilitação pós-cirúrgica.

Conheça o Coral Sua Voz

Contamos com um grupo muito especial de cantores: o Coral Sua Voz, formado por pacientes que precisaram retirar toda a laringe, o que inclui as cordas vocais, devido a um câncer avançado no órgão.

Com o trabalho da nossa equipe de fonoaudiólogos, especialidade fundamental em vários tratamentos, como é o caso do paciente laringectomizado, o Coral Sua Voz mostra que, com a reabilitação, existe a possibilidade não somente de voltar a falar, mas também de cantar.

Estudo que gera o 1° consenso de diretrizes sobre câncer anal tem a coautoria de especialistas do A.C.Camargo

Linha Fina

Dra. Rachel Riechelmann e Dr. Samuel Aguiar Junior contribuem com novidades sobre tratamento, prevenção, triagem e muito mais para toda a classe oncológica 

Com o intuito de oferecer mais recursos em evidências científicas e compartilhar conhecimento em prol da vida, os nossos médicos oncologistas, Dra. Rachel Riechelmann, head do departamento oncologia clínica e vice-líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais e o Dr. Samuel Aguiar Junior, líder do mesmo Centro de Referência, se uniram a um grupo de pesquisadores para desenvolver o 1º consenso de diretrizes sobre câncer anal, viabilizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Cirúrgica (SBCO).   

O ponto de estopim para o início do estudo é de que, apesar de ser uma doença relativamente incomum e com baixo potencial metastático somente 15% ela tem se multiplicado nas últimas décadas e criado um alerta para sistemas de saúde do mundo inteiro.  

Após analisarem 121 estudos e se balizarem em 30 tópicos importantes sobre a doença, o trabalho publicado no Journal of Surgical Oncology em abril deste ano, intitulado Guidelines for the management of anal canal cancer, apresenta, através de informações o mais claras e objetivas possíveis, novidades dedicadas para recomendações de rastreamento, prevenção e exames, estratégias de tratamento, avaliação de resposta após quimiorradioterapia, aspectos e recomendações de acompanhamento na técnica cirúrgica, entre outras. 

Nova triagem e grupos de risco 

Entre os destaques, a recomendação para a detecção precoce do câncer de ânus é de que os exames preventivos comecem já aos 35 anos, mesmo não havendo sintomas aparentes, já que estudos epidemiológicos mostraram que esta é uma idade na qual as chances desse tipo de câncer se desenvolver aumentam. 

Afunilando esta parcela populacional para os grupos de risco, o rastreamento da doença é recomendado para pessoas imunossuprimidas, incluindo aquelas que passaram por transplante de órgãos sólidos e de medula óssea, as que vivem com HIV, mulheres com histórico de câncer de vulva e homens que tem relações sexuais com outros homens.  

Vacinação como estratégia de prevenção 

Um dos grandes vilões do câncer de ânus é a infecção viral causada pelo papiloma vírus humano, o HPV e também pelo vírus de imunodeficiência humana, HIV, este mais relacionado a imunossupressão causada no organismo. Além disso, também é possível citar o histórico de doenças sexualmente transmissíveis, entre outras questões. 

Por isso, uma das grandes recomendações da equipe de cirurgiões, oncologistas e radioteraoeutas que realizou o estudo é também a vacinação contra HPV, que pode ser encontrada na rede do SUS (Sistema Único de Saúde) para pessoas entre 9 e 14 anos e também para todo o grupo de risco citado anteriormente. 

Tratamento do câncer anal 

Falando sobre tratamento, o estudo aponta que o principal a ser abordado neste tipo de câncer que, inclusive, é utilizado em experiências realizadas no próprio A.C.Camargo Cancer Center, é a combinação de quimioterapia e radioterapia com a moderna técnica IMRT (Intensidade Modulada de Radiação). "Esta técnica chega a curar mais de 90% dos pacientes tratados", frisa a Dra. Rachel Riechelmann. 

As diretrizes, pela primeira vez, também apontam recomendações de reabilitação pós-tratamento de quimio-radioterapia, como por exemplo, o tratamento preventivo de estenose (estreitamento) vaginal que pode acontecer com mulheres que ficam curadas.   

Em sequência aos estudos, a Dra. Riechelmann têm liderado testes - com participação do Dr. Samuel - dentro da instituição com probióticos pelo objetivo de reduzir efeitos adversos do tratamento.

Avanços no tratamento do câncer gástrico, classificação molecular e novas terapias

Linha Fina

Confira esta edição da coluna Fala, Doutor" com o Dr. Felipe Coimbra e Dr. Tiago Felismino

O câncer gástrico ocupa o quinto lugar em incidência global e é a quarta principal causa de morte relacionada ao câncer. Trata-se de uma doença distinta em diferentes regiões geográficas e isso é demonstrado pela variabilidade nos fatores de risco e prognóstico.  

Anteriormente, a classificação desses tumores se baseava apenas na caracterização histológica, ou seja, avaliação do tipo celular identificado apenas por exame mais superficial ao microscópio, o que limitava a interpretação do prognóstico e predição de resposta, por exemplo. 

Porém, em 2014, um estudo chamado The Cancer Genome Atlas (TCGA) publicou uma análise abrangente com a caracterização molecular do DNA, RNA e proteínas de 295 casos de câncer gástrico diagnosticados e ressecados, gerando um conhecimento ainda mais detalhado e, associado a outros progressos, um dos responsáveis pelo aumento dos resultados de sobrevida ao longo das últimas décadas. As amostras foram classificadas em quatro subgrupos de acordo com a classificação molecular, que são: 

  • Subgrupo positivo para vírus Epstein-Barr (EBV) (8,8%): relacionado à infecção pelo EBV, esses tumores exibem hipermetilação do DNA, superexpressão de PDL1 e mutações não silenciosas no gene PIK3CA. 
  • Instabilidade de microssatélites (MSI) (21,6%): mais comum em pacientes idosos e caracterizado por alta carga mutacional do tumor (TMB) e hipermetilação (incluindo o promotor do gene MLH1). 
  • Genomicamente estáveis (GS) (19,6%): caracterizados por um baixo número de mutações e fusões do gene CLDN-18. 
  • Instabilidade cromossômica (CIN) (49,8%): apresentam amplificações significativas de receptores tirosina quinase. 

Essa classificação revelou diferenças no prognóstico e levou a estratégias de tratamento mais personalizadas. Por exemplo, o subgrupo CIN frequentemente apresentou amplificação do fator de crescimento endotelial vascular A (VEGFA), que funciona como um alvo para determinados medicamentos, tornando-o mais sensível ao tratamento com Ramucirumab, por exemplo, um anticorpo monoclonal anti-VEGFR2, em pacientes com câncer gástrico metastático. 

O gene do receptor 2 do fator de crescimento epidermal humano (HER2) foi amplificado em 14-22% dos cânceres gástricos, principalmente em tumores CIN na junção gastroesofágica.  

Terapias direcionadas a HER2, como trastuzumabe e trastuzumabe-deruxtecan, mostraram eficácia clínica em estágios avançados. Além disso, a amplificação do receptor do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR) é prevalente no subtipo CIN e recentemente mostrou-se tratável com o anticorpo anti-FGFR, bemarituzumabe, em tumores com amplificação ou superexpressão do FGFR2B. 

Nos demais subgrupos gástricos, tumores EBV e MSI frequentemente apresentam superexpressão de PDL1 e alta TMB, demonstrando benefício clínico da imunoterapia em doença avançada. A claudina 18-2 é superexpressa em 20-30% dos tumores gástricos, mais frequentemente em tumores GS. O tratamento com zolbetuximabe, um anticorpo monoclonal anti-claudina 18, mostrou eficácia clínica em ensaios clínicos de fase III em câncer gástrico metastático. 

Em suma, a classificação molecular do câncer gástrico pelo TCGA teve um grande impacto na implementação de novas terapias direcionada, permitindo tratamentos mais personalizados.

 

Dr. Tiago Cordeiro Felismino
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É importante notar que os subgrupos TCGA não são estáticos, pois o tratamento pode desencadear mudanças moleculares ao longo do tempo, o que será relevante no futuro para entender essa evolução.
Dr. Tiago Cordeiro Felismino, vice-líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto


Temos observado um ganho significativo de sobrevida para pacientes com câncer de estômago e isso se deve também ao desenvolvimento da ciência em outras áreas, assim como a interação da pesquisa básica com a prática clínica. Também é importante ressaltar o enorme desenvolvimento dos tratamentos cirúrgicos, com o uso cada vez maior de cirurgias laparoscópicas e robóticas associadas a protocolos de recuperação precoce e pré-habilitação cirúrgica.   

Esses protocolos ainda pouco utilizados em centros não especializados e permitem uma recuperação mais rápida e segura, com menor risco de sangramento e ganho de qualidade de vida no pós-operatório imediato. O desenvolvimento de uma rede interdisciplinar com as diversas especialidades médicas e multiprofissionais permitiu também que o paciente ganhasse os melhores benefícios de cada área. 

Dr. Felipe José Fernández Coimbra
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A integração da estrutura física e cultural alavancaram este desenvolvimento em conjunto com assistência, pesquisa e ensino no nosso cancer center, refletindo em maiores chances de cura para pacientes com câncer esôfago-gástrico e hepatobiliopancreáticos.
Dr. Felipe José Fernández Coimbra, líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto


Recentemente, o setor de registro hospitalar, coordenado pela Dra. Maria Paula Curado e Diego Rodrigues Silva, demonstraram esta mudança, com um ganho de 100% de sobrevida nos últimos 17 anos para o câncer gástrico tratados na instituição.  Abaixo, confira os dados do nosso Observatório do Câncer, que comprova o aumento da probablidade de sobrevida global em cinco anos para ambos os sexos.

Dados do Observatório do Câncer