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Prevenção para o câncer: um guia

 

Prevenção para o câncer: um guia

59 minuto(s) de leitura

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A prevenção para o câncer não apenas é possível em boa parte dos casos como é algo necessário.

Não fumar, pegar leve com bebidas alcoólicas, evitar a exposição exagerada ao sol e manter uma alimentação saudável, comendo bem, mas com moderação. Tudo isso faz parte da receita para minimizar os riscos de um câncer.

Sim, você sabe que a prevenção é algo importante, mas talvez não imagine que estão previstos 626.030 novos casos no Brasil em 2022, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Pode parecer simples, mas nem sempre as pessoas conseguem adotar tais hábitos de vida saudáveis.

Pensando nisso, criamos este guia com 47 perguntas e respostas que visam proteger a sua saúde.

Além de textos com dicas práticas, você vai achar vídeos, podcasts e infográficos.

Confira a seguir:

Prevenção para o câncer

ícone verde de um coração com fundo branco

 Prevenção para o câncer: fatores de risco

O tabagismo é responsável direto por mais de 80% dos casos de câncer de pulmão e mais de uma dezena de outros tipos de câncer, como esôfago, estômago, pâncreas, rim, bexiga, boca, laringe, faringe, garganta e mama. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a principal causa de morte evitável no mundo, com mais de 10 mil óbitos por dia.

O cigarro é composto por cerca de 4.700 substâncias tóxicas. Apresenta uma fase particulada (composta pela nicotina e pelo alcatrão) e uma fase gasosa (formada por monóxido de carbono, amônia, dentre outros). Como consequência da combustão do tabaco, essas substâncias tóxicas estão presentes na fumaça de cigarro, cachimbo, charuto, narguilé ou fumo-de-corda. Portanto, não existe forma e quantidade segura de consumo de tabaco.

 

Prejuízos à saúde

O primeiro local de contato dos componentes do tabaco com o organismo ocorre na boca, causando danos como dentes amarelados e manchados, maior predisposição a cáries e mau hálito, além de câncer na cavidade oral. 

Depois de passar pela boca, a fumaça atinge outros órgãos, como a faringe e a laringe, onde pode causar problemas como faringite, laringite e câncer da laringe. Ao ser transportada através da traqueia e dos brônquios, a fumaça chega ao seu destino final, o pulmão.

Por ser o depósito final de todos os componentes da fumaça do tabaco, o pulmão é o órgão mais seriamente comprometido pelas doenças relacionadas ao tabagismo. Enfisema pulmonar, bronquite e câncer de pulmão são as principais doenças observadas.

 

Fumo passivo

Além de causar mal a quem inala diretamente a fumaça do tabaco, os malefícios são estendidos também aos não fumantes. A exposição à fumaça do tabaco presente no ambiente aumenta em cerca de 30% o risco de morrer por câncer de pulmão, infarto do miocárdio ou derrame cerebral.

Todas as doenças causadas pelo consumo de tabaco também podem comprometer os tabagistas passivos, como as crianças. 

 

Dependência

Cerca de 80% a 90% das pessoas começam a fumar antes dos 17 anos e, com o tempo, tornam-se dependentes da nicotina. Uma vez estabelecida a dependência, é difícil abandonar o cigarro, mesmo tendo pleno conhecimento de todos os malefícios que ele pode trazer.

Dentre os componentes do cigarro, a nicotina é uma droga psicoativa e a responsável pela dependência observada entre os fumantes. Ela chega ao sistema nervoso central em apenas 10 segundos e atua no sistema dopaminérgico, o mesmo que é afetado pela cocaína e anfetamina.

Também aumenta a liberação de substâncias que vão levar à vasoconstricção, causando aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.

Atitudes saudáveis como boa alimentação, atividade física, sono adequado e lazer contribuem para melhorar a qualidade de vida. Lembre-se sempre de que estilo de vida é uma questão de escolha. 

Segundo a American Cancer Society, os benefícios para quem deixa de fumar são muitos:

•    20 minutos sem fumar: redução da frequência dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. A temperatura dos pés e das mãos se eleva.
•    12 horas: o monóxido de carbono atinge níveis normais no sangue.
•    24-48 horas: melhorado olfato e do paladar.
•    2 semanas a 3 meses: melhorada função pulmonar e da circulação sanguínea.
•    1 a 9 meses: redução de tosse, congestão nasal, cansaço, falta de ar e risco de surgimento de infecções respiratórias.
•    1 ano: reduz pela metade o risco de ataque cardíaco.
•    5 anos: redução do risco de desenvolver câncer de boca, garganta, esôfago e bexiga. O risco de um derrame cerebral passa a ser próximo ao de quem nunca fumou.
•    10 anos: o risco de morrer de câncer de pulmão cai pela metade, comparado a quem continua fumando.
•    15 anos: o risco de sofrer um infarto passa a ser próximo ao de quem nunca fumou.
•    20 anos: o risco de desenvolver câncer de pulmão passa a ser próximo ao de quem nunca fumou.

Como alternativa – não para a saúde, mas para o comércio – cresceu nos últimos anos o uso do cigarro eletrônico, conhecido pela abreviação e-cigs.

Sua função é imitar o cigarro convencional ao oferecer o "tragar" sem a presença de algumas substâncias prejudiciais ao organismo.

A promessa de que o e-cigs "não faz mal" e de ser uma forma de substituir o cigarro, porém, pode não ser verdadeira. 

Conheça como funciona esse aparelho, sua reação no organismo e os possíveis efeitos que ele pode causar.

Eis que o cigarro ganhou novos ares em sua versão eletrônica, que, em 2006, tornou-se popular nos EUA e na Europa, prometendo redução de danos e auxílio a quem deseja parar de fumar, tudo isso embalado com essências de menta ou frutas.

Atualmente, os sabores variados e o equipamento moderno, semelhante a uma caneta ou pendrive, têm atraído cada vez mais jovens e adolescentes a experimentar o produto: o antigo status conferido pelo cigarro nas décadas passadas, agora, voltou em formato eletrônico, principalmente entre os mais jovens.

Mas, com a falsa sensação de segurança proporcionada pelo cigarro eletrônico, muitas pessoas não buscam conhecer quais são seus riscos:

 

Altas doses de nicotina

Assim como os adesivos, gomas de mascar e spray de nicotina, o cigarro eletrônico nasceu com o propósito de ser um mecanismo de entrega dessa substância para ajudar os fumantes a deixarem o tabagismo. Porém, o pod (cartucho com líquido para cigarro eletrônico) pode conter uma quantidade variável de nicotina, que é a responsável pela dependência química.

Segundo o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos), atualmente, a Juul é a marca de cigarro eletrônico mais vendida no mercado norte-americano. Todos os seus pods têm um alto índice de nicotina e alguns podem conter o equivalente a 20 cigarros comuns.

Ou seja, quem deseja utilizar o cigarro eletrônico para parar de fumar não estará tragando a fumaça extremamente nociva do cigarro comum, mas precisará ter muita atenção para os altos níveis de nicotina que podem estar presentes nesses aparelhos.

Dados do CDC também mostram que, nos EUA, mais da metade dos jovens de 15 a 24 anos que utilizam o Juul não tinham conhecimento de que estavam consumindo um produto que contém nicotina.

 

Ausência de estudos científicos sobre os efeitos em longo prazo

É preciso traçar um paralelo entre a história do cigarro comum e a do eletrônico. Nas primeiras décadas do século XX, os médicos recomendavam o tabaco para tratar ansiedade e depressão, por exemplo. Em curto prazo, não havia tantos efeitos. Demorou cerca de 40 anos, mais ou menos, para conhecer a dimensão dos problemas causados pelo cigarro.

Grande parte dos estudos publicados sobre cigarro eletrônico é recente, uma vez que sua popularização começou em 2006. Essas pesquisas, com uma avaliação de curto prazo, mostram diversas reduções de danos quando se compara o cigarro comum com o eletrônico.

Porém, assim como mostra a história do tabagismo, somente com o tempo teremos um parâmetro sobre a segurança real deste dispositivo, quando usado corretamente e com produtos de fornecedores confiáveis.

 

Não há níveis seguros para consumo do cigarro eletrônico

Estudo realizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ministério da Saúde – Instituto Nacional do Câncer (INCA) e pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS) concluiu que faltam evidências científicas sobre a segurança desses produtos.

O potencial cancerígeno do cigarro convencional está presente nos produtos decorrentes da combustão do tabaco e das substâncias tóxicas adicionadas. Mas, embora alguns estudos mostrem que o cigarro eletrônico é uma forma de tratamento ou de redução de danos do tabagismo, não há segurança para o uso deste dispositivo. O ideal é não fumar ou vaporar.

 

E-liquids falsificados

No Brasil, o uso de cigarro eletrônico não é proibido. Mas, devido à falta de evidências sobre a segurança do produto, a Anvisa proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. Para atender a demanda, surge o mercado ilegal, com a oferta de e-liquids baratos e falsificados.

O e-liquid é uma mistura de substâncias utilizada no cigarro eletrônico que pode ser vaporizada facilmente, levando a nicotina até os pulmões. Com produtos falsificados, não há a garantia de pureza dos ingredientes da mistura ou de que não foram adicionados outros produtos não especificados e nocivos à saúde. 

O fumo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão e vários outros, como boca, garganta, faringe, laringe, estômago, fígado, pâncreas, rins, bexiga e leucemias e também para câncer de pênis.

E se o fumante também tem infecção por HPV, o risco é ainda maior.

Pouca gente associa o cigarro, por exemplo, ao câncer de pâncreas.

Os dados podem assustar: fumantes têm risco de 2 a 6 vezes maior do que não fumantes de desenvolver câncer de pâncreas.

Assim, a principal forma de prevenir tumores pancreáticos é evitar o tabagismo e controlar o peso. O recado vale, principalmente, para homens acima dos 45 anos, gênero e idade em que é mais comum.

Além do cigarro eletrônico, outra “moda” entre os mais novos é o narguilé.

Além de ameaçar a redução dos indicadores de fumo no Brasil, esses tipos de maus hábitos já são populares entre os mais novos e podem causar câncer, AVC e outras doenças.

Cerca de um terço de todos os casos de câncer são atribuídos ao tabagismo, principalmente o câncer de pulmão, em que cerca de 80% de todos os casos são causados pelo consumo de tabaco. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que uma sessão de narguilé, de vinte a oitenta minutos, por exemplo, equivale a 100 cigarros comuns.

 

Narguilé e câncer

A OMS é bem clara em sua orientação de que não existe nenhuma forma nem dose segura de consumo de tabaco.

O uso de narguilé é considerado consumo de tabaco, portanto esse hábito implica no risco de desenvolver todas as doenças causadas pelo tabagismo, tais como câncer, principalmente o câncer de pulmão.

Momento de transição para a idade adulta, é na adolescência que, geralmente, acontece o período de autoafirmação social.

É nessa fase que a adoção de comportamentos e a tomada de algumas decisões podem trazer consequências prejudiciais à saúde

Um desses exemplos é o cigarro, que acaba entrando na vida dos adolescentes apesar da intensa campanha que ressalta os seus malefícios nas embalagens do produto. E o consumo, inicialmente social, pode se transformar em vício.



Se na fase adulta o tabagismo pode trazer o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, impotência sexual, câncer de laringe, boca e pulmão, em um organismo jovem essas consequências podem ser piores.

Por tratar-se de uma pessoa que está em fase de crescimento, com um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, fumar torna-se mais perigoso nessa faixa etária.

A interação da nicotina dentro do organismo também é potencializada em um jovem fumante, aumentando as chances de dependência química.

A substância, depois de ser inalada, entra em contato rapidamente com o cérebro, trazendo a sensação de prazer. Depois, é expelida pelo organismo e causa uma reação de insaciedade no Sistema Nervoso Central, que vai "desejar" mais nicotina.

Muitos tabagistas iniciam seu vício na adolescência. Os danos causados pelo cigarro são mais intensos nos jovens e também em idosos, além de interferir mais em organismos femininos do que masculinos. 
 

Alternativas ao cigarro também não são seguras

Atualmente, uma das opções utilizadas pelos jovens é o narguilé, cachimbo da cultura árabe com um fumo composto principalmente por tabaco e aromatizantes, que supostamente evita danos à saúde.

No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou não haver forma segura para consumir o tabaco, pois todas contêm substâncias prejudiciais ao organismo.

Um reservatório pequeno de narguilé, consumido durante uma hora, equivale a 100 cigarros e a quantidade de nicotina inalada pode até mesmo dobrar.

Além disso, o narguilé também pode ser porta de entrada para o consumo de outras drogas, como o próprio cigarro.

O câncer de pulmão é o tumor mais comum no mundo, seguido por câncer de mama, cólon e reto e próstata. No Brasil, é o quarto* em incidência, atrás apenas dos tumores de mama, próstata e cólon e reto. 

No quesito mortalidade, ocupa a primeira posição no Brasil e no mundo. O principal fator de risco é o cigarro, responsável por 80 a 90% dos casos. Mesmo quem inala a fumaça de outras pessoas – ou seja, o fumante passivo – também tem um risco aumentado de desenvolver a doença. 

A manutenção do tabagismo em pacientes com câncer pode diminuir suas probabilidades de sobrevivência, aumentar o risco de aparecimento de um segundo tumor primário, comprometer a eficácia do tratamento médico e causar perda de qualidade de vida. 

Alguns estudos mostram que entre 40% e 60% dos pacientes com câncer de pulmão continuam fumando após o diagnóstico. E, entre os que param de fumar, as recaídas são frequentes. 

Embora haja cada vez mais evidências de que parar de fumar após o diagnóstico do câncer de pulmão possibilita uma maior eficácia do tratamento e um melhor prognóstico da doença, existe uma crença errônea de que o tratamento para dependência de nicotina não é útil neste grupo de pacientes. 

No passado, o tratamento do tabagismo não era considerado um fator importante em pacientes com câncer. Hoje, é notável a necessidade de esclarecer o papel que a cessação do tabagismo desempenha no acompanhamento destes pacientes. 

A fumaça do tabaco contém várias classes de carcinógenos e a maioria desses compostos exerce seus efeitos genotóxicos – formam adutos de DNA e geram espécies reativas de oxigênio, causando mutações em genes vitais como K-Ras e p53. 

Os compostos do cigarro, incluindo a nicotina, podem promover a proliferação celular, angiogênese e induzir a metástase do câncer de pulmão.


Números comprovam

Em um estudo retrospectivo, publicado na ASCO20 Virtual Scientific Program**, foi avaliada a relação entre a interrupção do tabagismo e a mortalidade por câncer de pulmão em cerca de 35.000 pacientes. 

O estudo indicou que nunca é tarde demais para deixar de fumar: dos pacientes, 47,5% eram fumantes atuais, 30% eram ex-fumantes e 22,5% nunca foram fumantes. O risco de morte foi reduzido em 12% entre os ex-fumantes que haviam interrompido o tabagismo em até 2 anos antes do diagnóstico do câncer, em comparação aos que ainda fumavam. 

Mesmo os pacientes que acabaram de parar de fumar tiveram uma sobrevida melhor em comparação com as pessoas que continuaram fumando. Aqueles que pararam de fumar entre 2 e 5 anos antes do diagnóstico tiveram seu risco de morte reduzido em 16%, e, entre aqueles que pararam de fumar mais de 5 anos antes do diagnóstico, a redução foi de 20%. 

De acordo com os autores, estes dados mostram que deve-se incentivar os pacientes a parar de fumar a qualquer momento, seja precocemente ou logo após o diagnóstico de um câncer de pulmão, traz benefícios e deve ser incentivado. 

Se você tem dificuldade para parar de fumar, procure um profissional da saúde e tenha acesso a tratamentos que aumentam as chances de sucesso.

Antioxidantes e fibras ajudam a prevenir tumores. No caminho da prevenção do câncer está a adoção de uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais.

Existem pesquisas que indicam ser possível evitar cerca de 35% dos casos de câncer, apenas alterando a dieta.

Isso é fato, porque alguns alimentos funcionam como antioxidantes, fornecendo ao organismo substâncias imprescindíveis para combater os radicais livres que atacam as células.


Por que é tão importante ter uma dieta rica em fibras?

Nutricionistas sempre recomendam incluir mais fibras na alimentação diária para garantir a manutenção do equilíbrio do organismo, o que é muito importante para a prevenção de vários tipos de câncer, especialmente o colorretal. As fibras no intestino ajudam na “limpeza” de substâncias que são consideradas agentes promotores do câncer, já que auxiliam de maneira muito eficiente na eliminação das fezes.


Onde encontrar os antioxidantes?

Os antioxidantes estão nas frutas, verduras e legumes. Entre os fundamentais para a manutenção da saúde do organismo estão:

  • Vitamina A - Encontrada nos alimentos alaranjados, amarelos e vermelhos. 
  • Vitamina C - Encontrada nas frutas cítricas. 
  • Vitamina E - Encontrada nos óleos vegetais, grãos e nozes. 
  • Zinco - Mineral encontrado nas castanhas. 
  • Selênio - Mineral presente nas carnes, leite, nozes e castanhas. 


Alimentação saudável

A alimentação adequada é essencial para manter o bom equilíbrio do organismo e um estilo de vida mais saudável. Conhecer os grupos de nutrientes é fundamental para que você possa saber como realizar a alimentação equilibrada. Um prato saudável é composto por:

Alimentação saudável

Adote as dicas a seguir. Seu organismo agradece!

  • Mantenha uma dieta rica em alimentos de origem vegetal.
  • Coma, no mínimo, cinco porções de frutas e verduras por dia. 
  • Beba de seis a oito copos de água por dia. 
  • Sempre que possível, dê preferência a alimentos naturais e integrais. 
  • Inclua em seu cardápio diário: legumes, trigo integral, cevada, aveia, linhaça, arroz integral, soja, feijões e ervilhas. 
  • Consuma, moderadamente, os óleos vegetais saudáveis: óleo de canola e azeite de oliva extravirgem.
infográfico alimentos Prevenção para o câncer

 

O consumo de carne vermelha é associado ao risco aumentado para alguns tumores, como o câncer de cólon, pâncreas e próstata.

No processo de preparo da carne no churrasco são gerados dois tipos de substâncias: as aminas policíclicas aromáticas (APA) e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA). 

Estas substâncias, após serem metabolizadas no nosso organismo, geram compostos químicos que lesam o nosso DNA e que são mutagênicos.


Churrasco e câncer: bem passado, risco maior

Pesquisas com animais já demonstraram que esses compostos podem levar ao desenvolvimento de tumores. Além disso, a maior parte dos estudos epidemiológicos sugere uma associação entre o consumo excessivo de carne com consequentes níveis mais altos de ingestão de APA e HPA e um risco aumentado de câncer. 

Tanto é verdade que, hoje, a IARC, Associação Internacional para Pesquisa em Câncer, categoriza a carne vermelha como provavelmente carcinogênica para seres humanos. 

A produção dessas substâncias varia consideravelmente de acordo com o tipo de carne e com o modo, o tempo e a temperatura de preparo. 

De modo geral, na carne bem passada e chamuscada há maiores concentrações de APA e HPA, que podem elevar mais significativamente o risco de desenvolver câncer.


Solução: saiba como equilibrar a dieta

O mais importante é manter uma dieta balanceada

De forma alguma estes dados devem ser interpretados como uma evidência de que não se deva comer carne vermelha ou carne processada. Aqui, a palavra-chave é moderação. De maneira geral, deve-se evitar o consumo de carne vermelha ou processada mais de duas a três vezes por semana. 

Além disso, é importante privilegiar o consumo de frutas e vegetais. Adicionalmente, outros aspectos da dieta parecem tão relevantes quanto a carne. 

A obesidade é um fator de risco tão ou mais importante do que o consumo de carne para o desenvolvimento de câncer. Desta forma, não podemos nos descuidar com os doces ou alimentos muito ricos em carboidratos, pois estes também podem conferir indiretamente um risco aumentado de câncer.

Macarrão instantâneo é ultraprocessado

Alimentos ultraprocessados são aqueles que “vêm prontos” e passaram por múltiplas fases de processamento. 
É o caso de molhos, sopas em pó, salsicha, biscoitos recheados, alguns alimentos em lata, macarrão instantâneo, dentre outros (veja abaixo).

Para durarem bastante, essas iguarias, como o nome diz, passam por diversos procedimentos industriais e recebem várias substâncias químicas. 

Ou seja, “ganham” conservantes, excesso de sódio e ingredientes químicos, que realçam aromas e sabores, mas tudo isso pode aumentar o risco do surgimento de várias doenças, inclusive de câncer.  

Sem falar que favorecem o desenvolvimento da obesidade, outro fator de risco para geração de tumores.

O macarrão noodle, oriental, pode ser muito saudável quando feito de forma natural, sem conservantes ou outras substâncias nocivas. Mas o nosso macarrão instantâneo é ultraprocessado, cheio de corantes, gordura, sal e carboidratos, sobretudo aquele tempero em pó.


Alimentos ultraprocessados para se evitar

•    Frios à base de carne: salame, presunto, mortadela e similares
•    Salgadinhos (chips)
•    Biscoitos recheados
•    Alimentos congelados como massas, pizzas e nuggets
•    Alimentos prontos para aquecer como sopa em pó e macarrão instantâneo
•    Enlatados como salsicha e feijoada
•    Bebidas açucaradas: refrigerantes, chás e sucos prontos 

As carnes processadas, categoria que inclui alimentos como bacon, salame e salsicha, por exemplo, também estão associadas a um risco mais elevado para o câncer, especialmente tumores de cólon e de estômago. 

Isso acontece porque o processamento da carne vermelha se dá pelo método de cura, que consiste no acréscimo de sal, de açúcar ou nitrato/nitrito.

Essas substâncias levam à produção de compostos chamados N-nitrosos (NOC). 

De maneira semelhante ao que faz as aminas policíclicas aromáticas (APA) e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) – que, após serem metabolizadas no nosso organismo, geram compostos químicos que lesam o nosso DNA e que são mutagênicos –, os NOC se demonstraram carcinogênicos em pesquisas com animais. e dados de estudos epidemiológicos, em sua maior parte, reforçam estes achados em humanos. 


Saiba equilibrar a dieta

O mais importante é manter uma dieta balanceada. 

De forma alguma estes dados devem ser interpretados como uma evidência de que não se deva comer carne processada.

Aqui, a palavra-chave é moderação. De maneira geral, deve-se evitar o consumo de carne vermelha ou processada mais de duas a três vezes por semana.

Nos últimos anos, duas palavras ganharam destaque na mídia e na internet quando o assunto é nutrição: os prebióticos e os probióticos.

À primeira vista, pode parecer mais um modismo alimentar, porém o assunto vai além disso: eles realmente ajudam a manter a saúde em dia e a prevenir doenças, inclusive tumores colorretais. 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa):

Os prebióticos são componentes alimentares não-digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro pelo estímulo seletivo da proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. Os prebióticos são encontrados em alguns leites e fórmulas lácteas, na banana, cebola, alcachofra e cereais integrais.

Os probióticos são microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. Existem no mercado saches e cápsulas de vários tipos de probióticos e prebióticos. Nos alimentos encontrados no mercado, hoje temos leites e bebidas fermentadas e iogurtes que contêm probióticos. 

Em palavras mais simples, os probióticos são as bactérias benéficas do nosso organismo e os prebióticos são as fibras utilizadas por essas bactérias. Ambos auxiliam na manutenção de um intestino saudável, causando menos inflamação. Com isso, temos a redução do risco do câncer colorretal (cólon e reto).

 

Qual a importância para o paciente com câncer?

O uso de ambos no tratamento auxilia na redução tanto da incidência quanto da gravidade da diarreia induzida por quimioterapia e radioterapia, em alguns casos. Mas também pode ajudar a reduzir a diarreia para o paciente em uso de antibiótico.

O paciente que realiza cirurgia intestinal tem benefício do uso de probióticos antes e depois da cirurgia, ajudando a reduzir o risco de complicações no pós-operatório e o tempo de internação. 

No entanto, vale destacar que pacientes com imunidade debilitada não têm indicação de probiótico, apenas de prebiótico, devido à falta de evidência científica neste grupo de pacientes.

 

Quando deve-se investir em prebióticos e probióticos?

Ambos devem fazer parte de um alimentação saudável e equilibrada e, sua suplementação, se faz necessária em distúrbios do intestino, como diarreia ou constipação. 

Embora os estudos apontem sobre a importância da nossa microbiota e microbioma, ainda é necessário maior aprofundamento para saber exatamente qual tipo de bactéria poderia trazer um benefício maior, por quanto tempo ingeri-la e a quantidade.

Nem sempre.

Embora a exposição sem proteção aos raios solares seja a principal causa de câncer de pele, há casos em que o componente genético é o principal desencadeador da doença.

Geralmente, os casos motivados por um dano genético (não hereditário), ocorrem ao acaso, podendo acometer os afrodescendentes, por exemplo, em locais como a palma da mão, planta do pé e abaixo das unhas.

Muito. O filtro solar é um dos principais modos de proteger a pele da emissão de raios ultravioletas (UVs), tornando-o um importante fator de prevenção do câncer de pele.

Porém, seu uso deve ser feito corretamente: a aplicação deve ocorrer cerca de meia hora antes da exposição ao sol, para garantir melhor absorção na pele e deve ser reaplicado em cada duas ou três horas ou após se molhar.

Décadas atrás, no entanto, a maioria dos filtros solares protegia somente da incidência de raios UVB, pois se acreditava que os raios UVA apenas bronzeavam a pele, sem causar danos.

Posteriormente foi descoberta a relação do câncer de pele com a emissão de raios UVA e, atualmente, a maioria dos filtros solares garante proteção para ambos os tipos de raios.

Sim. A emissão de raios ultravioletas independe de o céu estar ou não ensolarado.

No caso de dias nublados, de nuvens claras e baixas, a insolação é menor (em torno de 40%), mas ainda assim é preciso se cuidar, principalmente em períodos maiores de exposição ao sol.

Para se proteger, acessórios como óculos de sol e chapéu são úteis, além do filtro solar.

Essas recomendações valem para todas as pessoas, principalmente para quem tem a pele muito clara (loiros e ruivos) e para aqueles que já foram diagnosticados com câncer de pele anteriormente. 
 

Não. Apenas dez minutos de exposição ao sol em horários de raios UVB mais intensos, como por volta de meio-dia, já são suficientes para uma melhor saúde dos ossos.

Não é adequado pensar que quanto mais vitamina D o organismo tiver, é melhor. Pelo contrário, pois quando há excesso desse hormônio pode haver graves efeitos colaterais como insuficiência e cálculo renal, perda de apetite e irritabilidade.

Outro alerta é o fato de que a vitamina D é produzida com maior intensidade ao se tomar sol das 11 às 13 horas, que é justamente o período no qual os danos à pele são mais intensos, aumentando o risco de câncer. 

Sim, aumenta. Até mesmo os cremes bronzeadores mais modernos têm baixo fator de proteção.

Quanto maior é exposição ao UVB, maior é o risco de câncer de pele do tipo basocelular, enquanto o UVA é mais relacionado com o surgimento de melanoma.

Além disso, o bronzeador costuma ser usado sobre o protetor solar, impedindo que os raios solares sejam filtrados. 

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 Histórico familiar de câncer e oncogenética

Estima-se que de 5% a 10% dos tumores malignos sejam de origem hereditária. Para isso, medidas preventivas podem ser adotadas: um caso notório foi o da Angelina Jolie, na questão da mama.

Assim, a oncogenética tem como missão identificar pessoas portadoras de tumores raros ou que tenham risco aumentado de desenvolver câncer devido a alterações genéticas, muitas vezes em função da grande incidência da doença na família.

No podcast abaixo, vamos explicar como funciona o Aconselhamento Genético no A.C.Camargo. E falar dos tipos de câncer que estão mais ligados aos genes mutados e sobre as doenças genéticas mais comuns para a predisposição a tumores.

Com a palavra, o Doutor José Claudio Casali da Rocha, head do Departamento de Oncogenética do A.C.Camargo:
 

Como dito no item anterior, estima-se que de 5% a 10% dos tumores malignos sejam de origem hereditária. Parece pouco, mas trata-se de uma grande parcela da população mundial.

É aí que entra a genômica, que verifica diretamente no DNA se a pessoa tem um risco aumentado de câncer devido à hereditariedade e orienta uma prevenção com mais precisão. E, caso a pessoa seja diagnosticada, personaliza o tratamento dela, considera suas peculiaridades. 

Ou seja, ao fazer um teste genético, você pode identificar um eventual risco e monitorá-lo, garantindo o diagnóstico precoce e, logo, um tratamento mais adequado e com o desfecho mais promissor.

Pois o câncer não é uma ciência exata: um tumor de mama de uma pessoa pode ser diferente do câncer de outra.

Assim, no A.C.Camargo Cancer Center, cientistas e médicos dedicam-se a estudar os genes dos pacientes e de seus tumores para identificar alterações associadas ao câncer. E, com o apoio da equipe de aconselhamento genético, você vai entender e tirar dúvidas sobre como reduzir seu risco oncogenético. 

Os testes genômicos ajudam na individualização da prevenção contra o câncer nos casos hereditários.  Estes testes personalizam a prevenção e o diagnóstico precoce através da análise de variantes genéticas, a fim de identificar se uma pessoa tem um risco maior ou menor e ajustar a prevenção de acordo com esse risco.

Conhecer os genes associados à predisposição para o câncer ainda é algo novo. 

No caso do câncer de mama, um estudo que reuniu 113 mil mulheres em 25 países mostrou um bom panorama.

Publicada no The New England Journal of Medicine, a pesquisa Breast Cancer Risk Genes – Association Analysis in More than 113,000 Women evidenciou 18 genes associados ao risco para câncer de mama. 

Além de fatores de risco oncogenéticos, como os genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam naturalmente o risco para o câncer de mama, ovário, próstata e outros, é importante entender questões sobre os fatores ambientais, entender porque algumas pessoas são mais sensíveis a fatores ambientais do que outras. 

Para identificar o risco hereditário, o A.C.Camargo disponibiliza alguns testes genéticos:

  • Teste dos genes BRCA1 e BRCA2 – indicado para suspeita de Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditários
  • Teste do gene TP53 (Síndrome de Li-Fraumeni) – indicado para suspeita de síndrome de predisposição a múltiplos tumores, casos de mama e sarcomas 
  • Teste dos genes de reparo (MLH1, MSH2, PMS2, MSH6) – suspeita de Síndrome de Lynch, com risco para câncer colorretal e de endométrio hereditários
  • Teste do gene CDKN2A e CDK4 – indicados na suspeita de Melanoma Familial
  • Teste do gene VHL (síndrome de von Hippel-Lindau) – risco de tumores renais e pancreáticos, hemangioma de retina e cerebelo


Quem deve fazer testes genéticos?

Eles são indicados para pacientes com vários casos de câncer na mesma família ou com câncer em idade mais precoce que a usual, além de tumores múltiplos de origens diferentes. 

O mais importante é que as pessoas com suspeita de síndromes hereditárias passem por uma avaliação com um especialista em oncogenética.

Há ainda algumas doenças que são um sinal de alerta para o risco de câncer e merecem atenção. As mais conhecidas são: 

  • Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditários
  • Síndrome de Li-Fraumeni
  • Síndrome de Lynch
  • Melanoma Familial
  • Síndrome de von Hippel-Lindau

Caso o paciente já esteja em tratamento de um câncer, identificar alterações genéticas associadas ao tumor é muito importante. 

Com esse dado em mãos, o oncologista clínico pode indicar o tratamento com as chamadas terapias-alvo, que agem em alvos moleculares específicos do tumor, poupando as células normais. 

Dá para monitorar a resposta ao tratamento com as biópsias líquidas, um exame realizado com fluidos do corpo, como sangue, urina e saliva, sem necessidade de se submeter a uma nova biópsia cirúrgica.

Com a biópsia líquida, o médico pode acompanhar a evolução da doença verificando a presença de algum fragmento do tumor – DNA, célula, entre outros – nos líquidos corporais. 

O acompanhamento pode, ainda, evitar medicamentos que o paciente desenvolveu resistência, evitando uma exposição desnecessária.

A genômica do A C Camargo Cancer Center está pronta para orientar você na nova era da oncologia de precisão, com precisão no cuidado para atender ainda melhor.

Em nossa Instituição, incorporamos informações moleculares e genômicas ao tratamento oncológico com o objetivo de melhorar todas as etapas do seu cuidado e da sua família.

Cada pessoa é única e acreditamos que todos merecem receber a prevenção e o tratamento mais adequados.

Com esse olhar individualizado, por meio da genômica e das análises moleculares, as etapas da linha de cuidado podem ser ajustadas e as ações ficam mais precisas e na medida certa para cada paciente.

Contamos com testes genômicos e moleculares de vanguarda no nosso extenso portfólio para o diagnóstico complementar e monitoramento do câncer.

Nossa equipe de especialistas, composta por oncologistas clínicos, hematologistas, oncogeneticistas, patologistas e biologistas moleculares, está pronta para auxiliar na interpretação dos laudos e nas discussões de casos com médicos e outros profissionais de saúde.

 

NÚCLEO DE DIAGNÓSTICO GENÔMICO E MOLECULAR

 

Oncologia personalizada GENÔMICA GERMINATIVA E TESTES GENÉTICOS
 Avaliam variantes genéticas que podem aumentar o risco de desenvolver certos tumores. Os resultados desse teste ajudam o médico a adotar medidas que impactam no diagnóstico precoce   e no risco de desenvolver tumores. Além disso, apoiam o aconselhamento genético do paciente e de seus familiares. Atualmente, esses testes são realizados usando painéis com múltiplos genes de predisposição que facilitam o diagnóstico

 

Oncologia personalizadaBIÓPSIA LÍQUIDA
Esse teste permite a detecção de marcas tumorais em fluidos corpóreos. É utilizada para acompanhamento e planejamento terapêutico de pacientes já em tratamento pela avaliação de mutações específicas do tumor nos fluidos corpóreos. Plasma sanguíneo é o mais amplamente utilizado, sendo que nesse caso, o exame é feito por meio de uma simples coleta de sangue, sem a necessidade de internação e com menor risco para o paciente. O resultado desse teste pode revelar, por exemplo, que o paciente deixou de responder a um tratamento que antes era satisfatório, auxiliando o médico na melhor decisão terapêutica.

 

Oncologia personalizada ANÁLISES TUMORAIS E ONCOLOGIA DE PRECISÃO 
 Testes de oncologia de precisão avaliam alterações genéticas e moleculares do tumor e que são   fundamentais para a prescrição de certas terapias. Atualmente, algumas terapias utilizadas no   tratamento oncológico têm o papel de inibir ou restabelecer a função de proteínas comumente   desreguladas no câncer. Dessa maneira, a avaliação dessas alterações é indispensável para definir se o paciente teria chances de responder a tratamentos com certas terapias. Nessa linha de produtos estão incluídos uma ampla gama de testes, desde aqueles usados para detectar alterações específicas até aqueles que avaliam perfis genômicos amplos. Análises genômicas podem também auxiliar o diagnóstico e prognóstico do câncer de um paciente e trazer pistas para identificar um tratamento mais personalizado e eficaz.

Testes complementares à análise microscópica do patologista, que utilizam a mesma amostra do tumor (biópsia ou cirurgia), também são realizadas em nosso laboratório. A Imuno-histoquímica se baseia na detecção de proteínas específicas no tumor, sendo fundamental no diagnóstico preciso das neoplasias e pode ser utilizada como triagem para avaliação de diversas alterações moleculares. A hibridização in situ, por outro lado, detecta alterações moleculares mediante a observação de fragmentos do DNA previamente marcados. Ambas são muito importantes em diversos tumores para fins diagnósticos, determinação do prognóstico e até definição do tratamento correto para o paciente.

A Oncogenética identifica, através de um exame de sangue ou swab nasal, o painel genético a partir do DNA normal do(a) paciente.

Esse material é levado até o laboratório do Departamento de Oncogenética do A.C.Camargo, onde é analisado os principais genes associados com risco oncogenético. Assim, é possível direcionar a melhor prevenção para cada membro da família analisado.

Mas é possível evitar um câncer a partir de um sequenciamento genético?

Essa pergunta certamente teria outra resposta poucos anos atrás. Hoje sabemos que as variantes genéticas mais comuns nos genes BRCA1 e BRCA2 explicam apenas 25% dos casos de câncer de mama antes dos 40 anos. Hoje em dia, com os painéis de câncer hereditário, é possível estudar dezenas a centenas de genes comuns - os raros e os ultrarraros, que sobe para 40%.


Oncogenética e câncer de mama

A chance de um câncer de mama esporádico ocorrer em uma mulher é de 12% até os 90 anos. O rastreamento populacional genético visa detectar esse tipo de tumor e a mamografia é o método com melhor custo-efetividade, considerando sua sensibilidade na detecção e valores.

Contudo, essa técnica não serve para os casos considerados “hereditários”.

O painel do câncer hereditário inclui a análise dos principais genes associados com risco oncogenético e servem para direcionar a melhor prevenção para cada membro da família.


Como funciona

Depois de coletado o material em nossa Instituição, o aconselhamento genético deve ser agendado previamente para que o médico oncogeneticista faça a escolha do painel genético mais adequado pelo histórico pessoal e familiar de tumores benignos e malignos.

Fazemos o aconselhamento pós-teste para discussão das melhores opções de prevenção com base no risco oncogenético. Isso inclui periodicidade em exames e acompanhamento médico.

A partir dos resultados obtidos no rastreamento, a paciente pode contar com várias alternativas para prevenir o câncer.

Algumas preferem só acompanhar com exames semestrais e estão satisfeitas com essa decisão. Outras mulheres preferem reduzir o risco com cirurgia preventiva. Temos pacientes que optaram por ter seus filhos primeiro, amamentaram e só depois quiseram fazer a mastectomia, por exemplo. Hoje em dia, todas as alternativas são possíveis.

Ressaltamos que ainda existem medicamentos que reduzem o risco em até 50%, mas o mais importante não é somente decidir o programa de prevenção, mas sim adotar novos hábitos de vida, com dieta balanceada, saúde mental e atividade física regular.


Câncer de mama é hereditário?

A grande maioria dos casos de câncer diagnosticados geralmente atinge mulheres após a menopausa e podem ser determinados pelo estilo de vida (sedentarismo, obesidade), exposição hormonal (pílula anticoncepcional e reposição hormonal) e pelo envelhecimento das células pela idade (câncer esporádico).

Já um a cada dez casos de câncer de mama existe componente genético familiar forte, chamadas de variantes em genes de alto e moderado risco. São conhecidos como "câncer hereditário", geralmente afeta mulheres jovens ou que tiveram mais de um tumor, que tem história de câncer de mama, próstata, ovário ou pâncreas na família, ou ainda aquelas com tumor do tipo ‘triplo negativo’ ou ’luminal B-HER’; e origem Judia Ashenazita.

Nas mulheres portadoras de uma variante de alto risco, o risco de câncer de mama até os 90 anos chega ser até oito vezes maior. Por último, dois em cada dez casos de câncer de mama são causados por variantes genéticas em genes de baixo risco, chamado de "risco poligênico", que ao interagir com fatores de risco, aumentam a chance de câncer de mama, podendo até dobrar o risco, sendo chamados "familiais".

Sim. O câncer de ovário é silencioso, demora a apresentar sintomas e pode crescer bastante antes de ser detectado.

Por isso, cerca de 75% dos casos têm o diagnóstico quando a doença já está avançada.

É importante ter atenção:

 

Fatores de risco

  • Histórico familiar: as chances aumentam caso a mulher tenha casos de câncer de ovário na família.
  • Idade: o risco de câncer de ovário aumenta com a idade; cerca de metade das pacientes tem mais de 60 anos.
  • Não ter filhos: quanto maior o número de filhos, menor o risco de ter esse tipo de câncer.
  • Síndromes familiais de câncer: portadoras de síndrome familial de mama e ovário, de câncer colorretal hereditário (também chamada de síndrome de Lynch), de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 entre outros têm alto risco de desenvolver câncer de ovário e precisam ser acompanhadas regularmente por serviço especializado.


Sinais e sintomas

Mulheres com câncer de ovário costumam ter sintomas vagos e pouco específicos, que se confundem com um mal-estar banal como indigestão, gases ou dor abdominal, e que são comuns na menopausa. Os sintomas variam de mulher para mulher, mas podem incluir:

  • Desconforto ou dor abdominal, como gases, indigestão, cólicas e inchaço
  • Sensação de empachamento mesmo depois de refeição leve
  • Náusea, diarreia, prisão de ventre ou necessidade frequente de urinarPerda ou ganho de peso inexplicável
  • Perda de apetite
  • Sangramento vaginal anormal
  • Cansaço incomum
  • Dor nas costas
  • Dor durante o ato sexual

Sim. Entre 5% a 10% dos casos de melanoma são relacionados com alterações genéticas herdadas ao nascimento (hereditárias), sendo a mais frequente delas a mutação no gene CDKN2A.

A ocorrência de casos de melanoma na família ou ter uma pessoa na família com mais de um diagnóstico pessoal de melanoma, pode indicar o encaminhamento ao serviço de oncogenética para acompanhamento com profissionais especializados, que inclui a realização de teste genético e mapeamento das pintas e demais sinais na pele por meio de dermatoscopia e outras tecnologias. 

ícone verde de um coração com fundo branco

 Rastreamento e detecção precoce

Além de manter hábitos saudáveis como alimentação equilibrada e atividade física, uma forma de proteger sua saúde é realizar estes exames – outros testes de rastreamento podem ser indicados pelo médico, de acordo com a análise do histórico familiar e as queixas de cada paciente.

30 anos

- Papanicolau (mulheres): se você tem vida sexual ativa e ainda não faz o acompanhamento anual, conte ao ginecologista, pois trata-se do principal exame para diagnóstico precoce do câncer no colo do útero.

- Exame de sangue (ambos): deve ser anual, para verificar a função renal e dos hormônios da tireoide, além de níveis de glicose, colesterol e triglicérides.

40 anos

- Mamografia (mulheres): recomenda-se que façam o exame anualmente como prevenção para o câncer de mama, um dos mais comuns no sexo feminino. Se houver casos de câncer na família, a investigação começa mais cedo.

- Toque retal e PSA (homens): para rastrear o câncer de próstata, homens negros ou com histórico familiar devem realizar ambos anualmente a partir dos 45 anos – caso contrário, começa-se aos 50 anos.

50 anos

- Tomografia computadorizada (ambos): quem fuma mais de um maço por dia ou deixou de fumar há menos de 15 anos deve fazer esse rastreamento para câncer de pulmão.

- Exame da cavidade oral (ambos): se a pessoa tem o perfil acima e ainda bebe, há o risco maior de câncer de boca. Neste caso recomenda-se atenção a sinais de alerta como ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum) ou nódulo – investigue com um especialista.

- Colonoscopia (ambos): permite detectar lesões e doenças inflamatórias, atuando na prevenção do câncer de cólon. Se não apresentar nenhuma alteração, o exame deve ocorrer a cada cinco anos.

A mamografia é o exame mais importante para se diagnosticar o câncer de mama.

Realizada via mamógrafo, um equipamento de raio-x, a mamografia é capaz de identificar lesões nos estágios iniciais.

Mas, em tempos de covid-19, é preciso ter atenção em relação ao momento de realizar a mamografia para que o resultado não cause nenhuma confusão.


Mamografia e vacina: entenda 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a mamografia deve ser feita em torno de quatro semanas após a mulher receber a segunda dose da vacina contra a covid-19 – ou a dose única. 

A explicação é que a ação imunológica da vacina poderia atrapalhar o resultado desse exame de rastreamento para o câncer de mama, pois alguns imunizantes ativam linfonodos no corpo e poderiam causar uma reação adversa chamada linfonodopatia na axila. 

Pequenos nódulos que temos espalhados pelo corpo, os linfonodos atuam como filtros do nosso organismo. Apesar de mais comuns na região cervical, axilas e virilha, eles estão pelo corpo todo e, quando identificam algo que pode fazer mal ao organismo, os linfonodos produzem anticorpos. 

Quando produzem esses anticorpos, eles aumentam de volume – são as populares “ínguas”. E, quando a gente tem alguma ferida ou lesão nas pernas, esses linfonodos ficam aumentados na virilha. 

Ou seja, os linfonodos crescem de tamanho quando estão frente a um processo inflamatório e/ou infeccioso, mas também crescem quando se trata de um câncer. Por isso é preciso o intervalo para a mamografia, para que os sinais não se confundam.  

De qualquer forma, o importante é que a paciente converse com seu médico(a) sobre o melhor momento de realizar a mamografia. 


Mamografia: quando fazer

Para mulheres acima dos 40 anos, a mamografia deve ser feita anualmente, segundo a recomendação do A.C.Camargo Cancer Center e da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). 

Já o Ministério da Saúde indica o exame a cada dois anos para quem tem entre 50 e 69 anos.

Abaixo dos 40 anos, a mamografia pode ser recomendada para mulheres com suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico, em caso de nódulos palpáveis e se o médico determinar essa necessidade.  

Em caso de mamas muito densas, o médico poderá solicitar exames complementares, como o ultrassom. No A.C.C., em caso de mama densa, faz parte do protocolo fazer o ultrassom complementar de rotina.

infográfico que mostra a jornada da paciente de mama
Infográfico Câncer de próstata

Ele funciona como uma espécie de triagem em grandes populações, indicando quem deve fazer a colonoscopia.

Pouca gente se lembra de fazer – e às vezes até mesmo os médicos se esquecem de pedir – o exame de sangue oculto nas fezes. Entretanto, ele é muito eficiente para ajudar no diagnóstico precoce do câncer de intestino e tem a vantagem de ser simples, não invasivo ou caro como a colonoscopia.

Na verdade, o exame de sangue oculto funciona como uma espécie de triagem: ele indica quem realmente precisa fazer colonoscopia. E, com isso, facilita a vida dos pacientes que acabam adiando a colonoscopia (que muitos preferem evitar por ser um exame que exige tempo, preparo, sedação) e ajuda a reduzir custos.

É o método ideal para rastreamento em grandes populações. O teste, porém, não se aplica a quem já tem sintomas intestinais, situação em que a colonoscopia é obrigatória.

É importante enfatizar que o exame de sangue oculto não substitui a colonoscopia, que ainda é essencial para um diagnóstico preciso.


Como funciona?

O exame de sangue oculto avalia a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes, que podem não ser visíveis a olho nu.

Desta forma, ele ajuda a detectar a presença de sangramentos no intestino grosso, que podem ser sinais de úlceras, colite ou até câncer.

O tema prevenção contra o câncer aborda desde adotar hábitos saudáveis a fazer os exames de rastreamento recomendados para cada faixa etária. Ou seja, a prevenção pode ser feita de forma primária e secundária. Por isso, é importante conhecê-las para, junto com seu médico, cuidar da sua saúde da forma mais indicada.

Prevenção primária 

São ações voltadas para evitar a exposição a fatores de risco. No caso do câncer, os principais são o álcool, o tabagismo, a obesidade, a exposição solar, alguns vírus e hereditariedade (o único fator que não é possível prevenir de forma primária). Neste caso, as instituições de saúde podem promover campanhas de conscientização para disseminar informações e esclarecer dúvidas da população, além da promoção de campanhas de vacinação.

Confira as principais formas de evitar a exposição as estes fatores de risco:

•    Mantenha o peso corporal adequado.
•    Adote uma alimentação balanceada.
•    Pratique atividade física. O nível recomendado é de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos semanais de intensidade vigorosa.
•    Não fume.
•    Evite bebidas alcoólicas.
•    Evite o sol das 10h às 16h e use sempre filtro solar, mesmo em dias nublados. Chapéu e óculos escuros também são ótimos para proteger a área delicada em torno dos olhos.
•    Vacine-se contra o vírus da hepatite, responsável por tumores no fígado, e contra o HPV, que causa câncer de colo uterino, nos genitais masculino e feminino, ânus, boca e faringe.
•    Proteja-se nas relações sexuais. Use camisinha inclusive durante a prática de sexo oral.

Prevenção secundária

É feita por meio de rastreamento e exames para diagnóstico precoce da doença. No caso do câncer, detectar o tumor em estágio inicial, quando geralmente é assintomático, tornam maiores as chances de cura.

A prevenção secundária para tumores de colo uterino é feita por meio de exames como papanicolau e teste para HPV. Para tumores colorretais, os mais comuns são colonoscopia e exame de sangue oculto nas fezes. 

Tabagistas de longa data, geralmente acima de 55 anos, devem fazer tomografia de baixa dose. Já a mamografia é indicada para mulheres acima dos 40 anos, como recomendação da nossa Instituição e da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Custo-benefício

A prevenção é a estratégia mais eficiente e barata para o paciente e o sistema de saúde, pois proporciona aumento das chances de diagnóstico dos tumores em fases iniciais com exames simples de prevenção secundária. E, ao promover campanhas de vacinação e levar informação para as pessoas, pode incentivar a mudança de hábitos para uma vida mais saudável e consciente dos fatores de risco.

Ao detectar um tumor no início, os tratamentos são menos complexos e mais baratos, proporcionando maiores chances de cura. Prevenção é barata e custo-efetiva, mas é um investimento que as pessoas fazem e nem sempre conseguem ver o retorno de forma rápida. Na verdade, o retorno é não ter um tumor ou, se desenvolver, diagnosticar quando é possível alterar o curso da doença e diminuir a mortalidade.

Não é possível fazer prevenção para todos os tipos de tumores. Mas, para todos que são preveníveis, é importante conversar com seu médico para entender quais exames são importantes para serem feitos na sua faixa etária e de acordo com seu histórico de saúde.

Dermatoscopia, dermatoscopia digital e microscopia confocal são exames de imagem complementares que auxiliam no diagnóstico do câncer de pele.

Essa associação de técnicas permite a identificação de lesões ainda sem critérios clássicos de um tumor cutâneo, possibilitando o diagnóstico cada vez mais precoce do câncer e, consequentemente, maior possibilidade de cura.


Dermatoscopia

Método diagnóstico não invasivo que auxilia na avaliação das lesões pigmentadas da pele, a dermatoscopia é realizada mediante o emprego do dermatoscópio, instrumento que permite uma visualização precisa de eventuais lesões cutâneas.

Consiste na utilização de uma lente de aumento associada a uma luz potente que permite ao dermatologista visualizar estruturas dentro da pele.

Adotada rotineiramente por todos os dermatologistas da Instituição, a dermatoscopia garante um aumento de precisão no diagnóstico de lesões suspeitas de câncer de pele, tanto melanomas quanto carcinomas, ainda em fases extremamente precoces.

Antes da dermatoscopia, o exame de sinais da pele era realizado sem nenhum auxílio, a olho nu. Isso, muitas vezes, não possibilitava a avaliação detalhada das lesões cutâneas, o que em algumas situações atrasava o diagnóstico de cânceres já instalados.


Dermatoscopia digital

O mapeamento corporal total e a dermatoscopia digital compõem um exame que consiste no armazenamento de imagens macroscópicas e dermatoscópicas das pintas (ou sinais).

Utiliza-se um aparelho com software, que permite armazenar centenas de imagens de diferentes pintas (ou sinais) para compará-las ao longo do tempo.

Nesse exame são realizadas fotos de toda a pele do paciente – o mapeamento corporal total –, permitindo, em exames subsequentes, a identificação de novas pintas ou mudanças no aspecto macroscópico das pintas já documentadas.

São feitas também fotos dermatoscópicas de todas as pintas a serem acompanhadas (dermatoscopia digital). As imagens são armazenadas para comparação ao longo do tempo, algo que pode evidenciar alterações precoces sugestivas de transformação maligna, possibilitando, assim, o reconhecimento precoce dos melanomas e o controle mais detalhado dos pacientes.

O exame é indicado para pacientes com risco de desenvolvimento de melanoma cutâneo: pessoas com muitas pintas, pele clara, cabelos ruivos ou loiros, olhos azuis ou verdes, múltiplas sardas, antecedente de queimadura solar na infância ou adolescência, exposição solar prévia intensa, histórico pessoal de câncer de pele não melanoma, e, principalmente, para pacientes com Síndrome dos Nevos Atípicos e antecedente pessoal e/ou familiar de melanoma.


Microscopia confocal

A microscopia confocal permite a visualização de estruturas microscópicas da pele (células e núcleos) sem a necessidade de biópsia. Ou seja, é um exame não invasivo, que não requer injeções ou cortes.

Tal procedimento é realizado através de um aparelho que emite um laser de baixa potência. Este, quando entra em contato com a pele, garante a visualização das células.

Essa análise permite a avaliação de achados microscópicos indicativos de câncer de pele, aumentando a acurácia do diagnóstico.

O aparelho de microscopia confocal foi desenvolvido há pouco mais de 15 anos, o que é considerado uma tecnologia recente na medicina. É utilizado como ferramenta complementar a avaliação clínica dermatológica em muitos países desenvolvidos da Europa, além de Estados Unidos e Austrália.

No Brasil, o A.C.Camargo foi pioneiro em utilizar a técnica e tem uma grande experiência, com mais de 10 mil casos avaliados, o que supera muitos grandes centros do mundo.


Câncer de pele: outros caminhos

Exames como a tomografia de coerência óptica e o ultrassom também são técnicas estudadas para o diagnóstico do câncer de pele.

No entanto, ainda encontram-se em fase de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

Diagnosticar precocemente o câncer de pele pode parecer difícil para muitas pessoas, seja pela quantidade de pintas espalhadas pelo corpo, seja pelas diversas características que elas podem apresentar (aparência, tamanho, cor, espessura, entre outras).

Para os homens, o desafio é ainda maior. Isso porque o local mais comum onde surge o melanoma (tipo de câncer de pele mais agressivo) é nas costas, enquanto nas mulheres é nas pernas.
 

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 Prevenção para o câncer: hábitos saudáveis, vacinas e mitos

Não. A incidência de tumores no pulmão e na parede torácica, apesar de estritamente ligada ao tabagismo, também pode ter outros fatores de risco.

A exposição a outros tipos de fumaças, como a do fogão à lenha e da poluição expelida por fábricas, também pode aumentar o risco de desenvolver tumores no pulmão por conter gases tóxicos e produtos químicos desfavoráveis à saúde do órgão. 

Doenças pulmonares, no entanto, não têm relação com hábitos alimentares, que podem ser fator de risco para outros tipos de câncer, como o de estômago e intestino. 

Não diretamente. Inalar o mofo (situação causada por fungos que surgem principalmente em lugares úmidos e escuros) ou ter contato direto com pena de pássaro, não é fator de risco para o desenvolvimento de câncer.

No entanto, pode aumentar as chances de fibrose pulmonar, doença respiratória caracterizada por engrossar as paredes do órgão. Essa fibrose, em poucos casos, pode aumentar a predisposição ao câncer de pulmão. 

Alergias respiratórias, como rinite e asma, não têm relação com a incidência de tumores, mas exigem a orientação de um especialista para tratamento adequado a cada caso.

Sim. Também conhecida como asbesto, essa substância é utilizada em vários produtos comerciais, como telhas onduladas, chapas de revestimento, tubos e caixas d'água.

Os profissionais da área da construção civil, por serem mais expostos ao amianto, têm maior risco de desenvolverem mesotelioma (nome dado aos tumores da pleura). 

Não, são doenças diferentes. A tuberculose é causada por uma bactéria, enquanto o câncer envolve outras causas como o cigarro, exposições à substâncias tóxicas e herança genética.

No entanto, quem já tem câncer de pulmão deve ficar atento: a imunidade fragilizada pelo tratamento oncológico pode ser um terreno fértil para o aparecimento da tuberculose e de outras complicações. 

O tratamento do câncer por meio da radioterapia e da quimioterapia pode prejudicar o pulmão, favorecendo o aparecimento da tuberculose e infecções como as pneumonias de repetição, que podem agravar a saúde do paciente. Também pode deixar sequelas como a fibrose pulmonar. 


Prevenção e diagnóstico 

A tuberculose tem cura e prevenção. A vacina BCG, que é oferecida gratuitamente no SUS e aplicada aos bebês recém-nascidos, previne somente as formas mais graves da doença.

Por isso, alguns cuidados devem ser tomados ao longo da vida como forma de prevenção contínua, entre eles evitar o contato com pessoas que tenham a doença e lugares fechados e com pouca ventilação. 

Geralmente, o contato com a bactéria acontece ainda na infância e ela fica latente no pulmão, sem causar nenhum sintoma. Quando cai a imunidade, a doença pode se manifestar, mesmo, por exemplo, 20 anos depois do contato prévio. 

Já o câncer de pulmão tem diversas causas, no entanto 90% estão associadas ao tabaco. Outros fatores como histórico familiar, exposição à substâncias tóxicas e até mesmo a poluição do ar têm relação com o aparecimento do tumor.  Adotar hábitos de vida saudáveis é um bom começo para a prevenção deste tipo de câncer, como de tantos outros. 

Saiba mais sobre diagnóstico, tratamento e estadiamento do câncer de pulmão.

Ingerir bebidas alcoólicas aumenta a probabilidade de desenvolver tumores. E não só para os bebedores pesados (que consomem mais de 21 doses de álcool por semana): qualquer quantidade ingerida contribui para o aumento do risco de desenvolver certos tipos de câncer.

O álcool é apontado em estudos como responsável por cerca de 6% das mortes no mundo inteiro. Ele aumenta o risco do câncer de boca, garganta, esôfago, fígado, intestino e mama. Também existem indícios de que o álcool pode estar envolvido na formação dos tumores de estômago e de pâncreas.

Todos os tipos de bebidas alcoólicas são potencialmente cancerígenos: não existe bebida melhor ou pior nesse sentido, apenas com concentração alcoólica diferente.

Foi observado em alguns estudos que mesmo o fato de beber socialmente pode levar ao aumento do risco de desenvolver certos tipos de tumores. É claro que a quantidade de bebida ingerida influencia muito, principalmente as com maior graduação alcoólica, como os destilados. Mas a dose limite permitida ainda não é algo que está estabelecido na medicina, pois não existe consenso sobre níveis seguros.

Reações do álcool no corpo

Para cada parte do corpo, o álcool tem uma reação diferente. 

  • Boca, esôfago e laringe: ao aumentar a permeabilidade da mucosa bucal, do esôfago e da laringe, o álcool pode facilitar a penetração de agentes carginógenos. Ao lesionar estes tecidos, a capacidade de reparo do DNA destas células pode ser alterada e gerar mutações. E a partir do acúmulo de mutações e de alterações do DNA, surgem os tumores.
  • Mama: o álcool aumenta os níveis de alguns hormônios, como o estrogênio, responsável pelo aumento das chances de desenvolvimento dos tumores de mama.
  • Fígado: a maior parte do álcool é metabolizada neste órgão. Os produtos resultantes desse metabolismo, como o acetaldeído, são tóxicos para o fígado e podem causar lesão, cirrose ou aumentar o risco de câncer hepático.
  • Intestino: além de outros efeitos, há alteração da absorção de nutrientes que são anticarcinogênicos, como o folato, que é fundamental para a proteção do intestino.

Além dos efeitos no corpo, a ingestão de álcool pode causar interação medicamentosa. Para pacientes em tratamento do câncer, a bebida alcoólica também contribui para tornar mais fraco o sistema imunológico, que já está debilitado pela presença do tumor.

A cada ano, a obesidade vem crescendo no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, de 2006 a 2018 houve um aumento de 67,8% do número de pessoas obesas, sendo que 55,7% da população do país têm excesso de peso.

Além da mudança na composição corpórea da população, notam-se também alterações em relação a hábitos alimentares e prática de atividades físicas, além de um aumento da obesidade infantil e infanto-juvenil. 


Obesidade x câncer

Há alguns tumores que apresentam um risco relativo maior de surgirem em pacientes obesos quando comparamos com pacientes com índice de massa corporal (IMC) normal.

Os principais são os tumores de mama nas mulheres e os colorretais nos homens, mas também temos tumores de endométrio, vesícula biliar, rim, fígado, esôfago, ovário, pâncreas e próstata.

Existem três mecanismos que são alterados pela obesidade e estão diretamente relacionados ao câncer: 

  • Proliferação celular por meio da insulina. Pacientes obesos têm maior resistência à insulina (hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue). Então, o corpo passa a produzir maior quantidade de insulina, provocando a ativação de mecanismos que respondem com aumento da proliferação celular, que pode dar origem a um tumor.
  • O organismo está continuamente inflamado na obesidade. Essa inflamação ativa algumas substâncias no corpo para a formação de vasos sanguíneos. Ou seja, em um processo inflamatório constante, caracterizado pela obesidade, existe uma contínua formação sustentada de vascularização, que é essencial para o crescimento de um tumor.
  • A obesidade relacionada aos hormônios sexuais. Existe a conversão de alguns tipos de células de gordura em hormônios sexuais. Para mulheres na pós-menopausa, por exemplo, ficarem mais tempo expostas a alguns tipos de hormônios faz com que aumente o risco de câncer de mama e de endométrio.

Para pessoas que já estão em tratamento contra o câncer, a obesidade também é um complicador.

Pacientes que são obesos e mantêm o excesso de peso no pós-tratamento, geralmente têm um prognóstico pior, com maior chance do retorno da doença.

Sim, mas o problema, muitas vezes, é o desconhecimento, o preconceito e até as fake news

Embora haja consolidados programas nacionais de imunização em boa parte do Brasil e da América Latina, eles seguem sendo pouco utilizados. 

É que, para conseguir uma melhor proteção ante a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), a vacina deve ser aplicada cedo.

Se isso não é feito, há um terreno fértil para a infecção por HPV, que pode desencadear, em casos extremos, em variados tipos de câncer. 


HPV e os tumores 

A infecção pelo HPV é comum, mas regride espontaneamente na maioria das vezes. 

Quando a infecção persiste e é causada por um tipo viral oncogênico, ocasionalmente acontecem lesões precursoras. Estas, se não identificadas e tratadas, podem evoluir para um câncer. 

Ocorre principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e pele.


Por que vacinar tão cedo contra HPV e quais as barreiras para uma maior adesão à vacinação?

Em 2014, o Ministério da Saúde implantou no SUS a vacinação gratuita tetravalente contra o HPV em meninas entre 9 e 13 anos. Na época, a recomendação era de três doses.

Tal faixa etária foi eleita por ser a que apresenta maior benefício pela grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.

Em 2017, o esquema vacinal do SUS foi ampliado para meninos de 11 a 14 anos, e as garotas de 14 anos também foram incluídas – passaram a ser recomendadas duas doses com intervalo de seis meses.  

A dificuldade de alcançar crianças e adolescentes, que já não vão aos postos de saúde regularmente, como faziam na primeira infância, está longe de ser o maior problema para combater o HPV. 

É importante desmistificar esses conceitos errôneos e ratificar que a criança deve ser imunizada contra HPV da mesma forma que ocorre com outras vacinas. Essa imunização é segura e deve ser realizada antes do início da atividade sexual, onde se garante uma maior resposta protetora da vacina.

Sim. Esse tipo de dano na pele é comum e grandes queimaduras podem causar câncer.

Nestes casos exige uma constante avaliação médica – principalmente em pacientes que apresentam uma ferida que demora a cicatrizar.

Isso pode resultar em um tumor de pele até 30 ou 40 anos depois da lesão. Por isso, é recomendado o acompanhamento regular por um especialista.

Não. Toda prática de bronzeamento artificial é nociva para a saúde, aumentando o risco de câncer de pele.

Nesse procedimento se utiliza lâmpadas de UVA, que não causam queimaduras, mas elevam o risco de ocorrência de melanoma.

Outro fator complicador é que o bronzeamento artificial é mais utilizado por pessoas que estão em grupos de risco para desenvolvimento de câncer de pele como os descendentes europeus do norte: alemães, ingleses, franceses, nórdicos e italianos do norte, por exemplo.

Hepatite, uma doença responsável por cerca de 1 750 000 mortes no planeta, anualmente, segundo a OMS. 

Mortes estas vindas de complicações das diferentes hepatites, como é o caso da cirrose ou do câncer de fígado.

Os dois principais tipos de hepatites virais relacionadas ao aumento do risco de desenvolvimento de câncer do fígado são as hepatites B e C. 

Daí a importância de se vacinar. Não há imunização para o tipo C (saiba mais a seguir), mas, desde os anos 1990, a vacinação contra a hepatite B está inclusa no calendário de vacinas do Ministério da Saúde para crianças e profissionais de saúde.

Normalmente são prescritas três aplicações da vacina. Assim, garante-se uma produção adequada das defesas (anticorpos) contra o vírus, que permanecem por toda a vida do indivíduo”, explica o Dr. Felipe Coimbra. 

“A vacina protege não apenas contra o aparecimento de tumores de fígado, mas também ante doenças precursoras como a cirrose e a fibrose hepática”, acrescenta o médico.

Se você não se vacinou, procure um médico e faça um exame de sangue para verificar a eventual presença do vírus. Ao dar negativo, vá a um posto de saúde e tome suas doses.

 

Hepatite e prevenção de infecções 

Muitos dos tumores são desencadeados por infecções de micro-organismos. O câncer de colo de útero, por exemplo, pelo HPV; o de estômago pelo H. Pylori, entre outros. 

Para defender-se das hepatites virais dos tipos B e C, que são fatores relacionados ao desenvolvimento do câncer de fígado, a prevenção contra infecções é essencial.

Esse tipo de infecção que resulta nas hepatites é relativamente comum, pois pode ser transmitido por via sexual e através de objetos contaminados com sangue, como seringas, alicates e outros itens perfurocortantes.

 

O ABCDE da hepatite

Hepatite A

Como se pega: por água e alimentos contaminados, assim, verifique sempre a procedência deles e lave-os bem. O tipo A também pode vir em relações sexuais, devido a resquícios de fezes não evidentes a olho nu.
Sinais e sintomas: febre, mal-estar, náusea, vômito, dor abdominal e olhos amarelados.
Vacina: para crianças menores de 5 anos e pessoas com alguma doença no fígado.
Cura: quase sempre o próprio corpo elimina a hepatite A no período de dois a seis meses. 
Pode virar câncer de fígado: não. 


Hepatite B

Como se pega: pelo sexo sem proteção, pois o vírus passa pelas secreções genitais de ambos os sexos. Também pode ocorrer se o sangue de alguém infectado entrar em contato com o de outra pessoa – por exemplo, se a manicure não esteriliza seus instrumentos, além de seringas compartilhadas, tatuagem, piercing etc.
Sinais e sintomas: urina escura, fezes claras, náuseas, vômitos e dores abdominais. 
Vacina: sim. 
Cura: pode acontecer espontaneamente, graças ao sistema de defesa do organismo, ou se tornar uma infecção crônica. Deve-se tomar medicamentos para aliviar os sintomas e atenuar o risco de complicações no fígado – às vezes, o quadro pode se agravar e culminar no transplante do órgão.
Pode virar câncer de fígado: sim. 


Hepatite C

Como se pega: pelo sangue contaminado e por relações sexuais, assim como a B. Também pode acontecer de forma perinatal, ou seja, de mãe para filho durante a gravidez ou o parto.
Sinais e sintomas: é silenciosa na maioria dos casos, mesmo quando o fígado já está bastante afetado. Em estágios mais avançados, pode haver barriga d’água, vômitos, pele amarelada (icterícia), dores musculares e muito cansaço.
Vacina: não há. 
Cura: sim, em mais de 90% dos casos, desde que o paciente siga corretamente o tratamento.
Pode virar câncer de fígado: sim. 


Hepatite D

Como se pega: pelo contato com sangue contaminado e por relações sexuais, assim como a B e a C. Também pode ocorrer de forma vertical. O indivíduo precisa estar infectado também pelo vírus da hepatite B para que a hepatite D se desenvolva.
Vacina: não há.
Cura: entre 30 e 95% dos casos, a cura se dá pelo sistema imune no momento da infecção. Caso torne-se crônica, não há tratamento curativo.
Pode virar câncer de fígado: sim.


Hepatite E

Como se pega: por água e alimentos contaminados, assim como a hepatite A.
Vacina: não há.
Cura: sim, é eliminada pela imunidade. Não há relato de infecção crônica. Em gestantes, porém, a hepatite é mais grave.
Pode virar câncer no fígado: não.

Sim, pois suas principais causas são a falta de higiene e a fimose e, pior, 90% dos casos atendidos no A.C.Camargo se apresentam em estágio avançado, quando a amputação do órgão é praticamente inevitável.

As primeiras alterações que levam ao câncer de pênis são perceptíveis e, aparentemente, muitos homens ou não dão atenção ou têm vergonha de procurar o médico.

No início, o câncer de pênis se apresenta na forma de células malignas concentradas nas camadas superficiais do pênis, principalmente na glande, a cabeça do pênis, e a lesão costuma ser indolor ou pouco dolorosa.

Com o passar do tempo, o tumor se espalha pelo interior do órgão e atinge os gânglios linfáticos da virilha e abdome.

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