Diagnóstico

"Inovações no diagnóstico por imagem" abre a grade de conteúdo no 7º Next Frontiers

Linha Fina

Aplicação de inteligência artificial e os avanços em mamografias e outros equipamentos foram o destaque de um dos primeiros painéis da 7ª edição do Next Frontiers to Cure Cancer.
 

Compartilhar conhecimento e abordar o que há de mais moderno em diagnóstico por imagem para tumores de mama é um dos temas dos painéis da 7ª edição do Next Frontiers to Cure Cancer, maior evento sobre oncologia da América Latina, que ocorre nos dias 15 e 16 de setembro no pavilhão amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo, e é promovido pelo A.C.Camargo Cancer Center.

Abrindo a grade de programação, junto com outros palestrantes, o médico radiologista do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo Cancer Center, Dr. Almir Bitencourt, abordou o tema “Inovações em imagem da mama na prática clínica: mamografia com contraste e inteligência artificial”.

Contando com a abertura do conteúdo feita pela líder do centro de referência, Dra. Fabiana Makdissi, o radiologista apresentou a evolução da medicina diagnóstica voltada para a mama envolvendo diferentes tecnologias, principalmente mamografias, ultrassons, ressonâncias e tomografias. 

Além disso, Bitencourt, falou sobre a adoção da inteligência artificial no cotidiano dos radiologistas. “Muitos pensavam que a inteligência artificial iria substituir o radiologista produzindo laudos, mas vemos aqui que essa é uma realidade muito distante”. 

Ainda de acordo com o palestrante, a IA é uma aliada no suporte ao diagnóstico.. “A inteligência artificial pode auxiliar o radiologista a identificar e caracterizar lesões, por exemplo, em um exame de mamografia, economizando tempo e recursos”, conclui. 
 

Sepse tem prevenção e pode ser tratada

Linha Fina

No Dia Mundial da Sepse, saiba mais sobre ela, seus sinais e sintomas

O Dia Mundial da Sepse, marcado para 13 de setembro, foi criado para aumentar a conscientização sobre a doença. Cerca de 430 mil brasileiros têm o problema todos os anos. Desses, apenas 200 mil sobrevivem.


Mas você sabe o que é sepse?

Conhecida também como infecção generalizada ou septicemia, é uma resposta exagerada do próprio organismo contra alguma infecção, seja bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou causada por protozoários.

Como consequência, essa reação exagerada pode levar ao mau funcionamento de alguns órgãos e, se não tratada rapidamente, pode levar o paciente à morte.


Sinais e sintomas

Os principais sinais e sintomas que podem indicar a doença são:

•    Febre
•    Dificuldade de respirar
•    Pressão arterial baixa
•    Ritmo cardíaco acelerado
•    Confusão mental

Fique atento. Ao notar estes sinais e sintomas, busque imediatamente um serviço de saúde.


Controle da sepse no A.C.Camargo

No A.C.Camargo Cancer Center, nossas equipes são constantemente treinadas para reconhecer os sinais de sepse e agir rapidamente. Temos protocolos que seguem padrões internacionais para prevenção e tratamento da doença, de forma a garantir o melhor cuidado com qualidade e segurança para o paciente. A Instituição também iniciou projetos de inteligência artificial para dar suporte à equipe na identificação de indicadores iniciais do problema.
 

FONTE:
Serviço de Controle de Infecção Relacionada a Assistência à Saúde (SCIRAS) do A.C.Camargo Cancer Center /  Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) 

 

Setembro em Flor: mês de conscientização sobre os tumores ginecológicos

A campanha Setembro em Flor tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dos tumores ginecológicos, que se localizam no colo do útero, endométrio, ovário, vagina e vulva.

No Brasil, estão previstos 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desse total, mais de 32 mil novos casos serão de tumores ginecológicos, o que representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras, excluindo o câncer de pele não melanoma.

Além de ser um dos mais incidentes em mulheres, o câncer ginecológico apresenta grandes chances de sucesso no tratamento quando o tumor é detectado precocemente.

Dr. Glauco Baiocchi Neto, líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo
"
No A.C.Camargo, a paciente é atendida no Centro de Referência em Tumores Ginecológicos, formado por uma equipe multiprofissional especialista em ginecologia. Nossa atuação integrada reflete diretamente em melhores resultados terapêuticos para a paciente.
Dr. Glauco Baiocchi Neto, líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo

Prevenção e diagnóstico precoce

 

 

Saúde oncológica da mulher
Além do câncer de colo de útero, a saúde oncológica da mulher também deve focar em outros tipos de tumores ginecológicos

No mês da mulher, é preciso lembrar que prevenção deve fazer parte da rotina
Muitos dos tumores ginecológicos são preveníveis e têm alta taxa de cura quando detectados precocemente. 

Um cisto no ovário pode estar relacionado a um câncer?
Entenda o que é e como é possível tratar esta pequena lesão

Endometriose pode virar câncer?
Descubra mais sobre um problema que afeta cerca de 10% das brasileiras

Tumores ginecológicos: um infográfico que conscientiza para a prevenção
Entenda mais sobre os cânceres que atingem cerca de 30 mil brasileiras por ano

HPV: tudo o que você queria saber da doença, mas tinha vergonha de perguntar
Veja respostas para as dúvidas mais frequentes, sem tabus

Tumores ginecológicos além do colo de útero: informe-se e cuide-se!
Saiba tudo sobre os cânceres de ovário, endométrio e vulva 

Conheça os tipos de câncer no útero
Tumores uterinos podem estar situados no colo do útero ou no endométrio; entenda 

Câncer de colo de útero: 3 formas de erradicar a doença
Segundo a OMS, a vacinação contra o HPV é uma delas

Podcast Rádio Cancer Center - O câncer de ovário
Previna-se contra o sétimo câncer mais comum em mulheres no país

Podcast Rádio Cancer Center - HPV e câncer de colo do útero
Ouça um papo descomplicado e entenda a relação e os mecanismos de proteção

Vídeo: prevenção e diagnóstico precoce para o câncer de colo do útero
Uma conversa objetiva com Dra. Andréa Gadelha, oncologista clínica do A.C.Camargo 

HPV, a vacina vital que previne vários tipos de câncer
Segura, essencial e subutilizada, a imunização pode evitar o desenvolvimento de tumores

Ingestão de álcool contribui para a formação de tumores
Entenda como a bebida alcoólica pode agir em diferentes partes do corpo

A preservação da fertilidade em pacientes com câncer
Discussão buscou aproximar oncologistas e fertileutas

A síndrome de ovários policísticos aumenta o risco para um câncer ginecológico?
Compreenda os sinais que podem ou não indicar o diagnóstico da SOP nas mulheres

Menopausa: um sangramento poderia ser sinal de câncer?
Entenda a relação entre o período e os tumores ginecológicos 

Mioma no útero poderia ser um sinal de câncer?
Quase sempre sem sintomas, quadro pode atingir até 70% das mulheres em fase reprodutiva

Sangramento atípico fora da menstruação: posso estar com câncer?
Este sinal pode ser um recado do seu organismo para questões que pedem atenção

Papanicolau é a principal forma de rastreamento de câncer do colo do útero
Exame é simples, rápido e eficaz para detectar lesões pré-malignas de forma precoce

Mitos & verdades sobre o câncer ginecológico
A informação correta é uma arma para diagnosticar

Um manual sobre o câncer de colo do útero
Sinais, sintomas, fatores de risco e formas de tratamento

Um manual sobre o câncer de endométrio
Sinais, sintomas, fatores de risco e formas de tratamento

Um manual sobre o câncer de ovário
Sinais, sintomas, fatores de risco e formas de tratamento

Um manual sobre o câncer de vulva
Sinais, sintomas, fatores de risco e formas de tratamento

Mitos & verdades: síndrome de ovários policísticos
A SOP poderia aumentar o risco de câncer?

Existe exame “preventivo” para o câncer de ovário?
Compreenda se os testes de rastreio funcionam

HPV e papanicolau
Entenda se a investigação do vírus inviabiliza a realização do exame

 

Tratamento e reabilitação

 

Câncer e gravidez: uma relação complexa, mas possível
Neste artigo, nossos especialistas explicam que o câncer tem acometido pessoas mais jovens, incluindo mulheres em idade fértil 

A.C.Camargo e Huntington anunciam parceria em oncofertilidade
Iniciativa amplia serviços de oncofertilidade que, a partir de agora, serão feitos pela Huntington.

A relação entre a quimioterapia e a fertilidade
O Dr. Daniel Garcia, oncologista clínico do nosso Centro de Referência em Tumores Urológicos, fez um vídeo sobre a relação entre a quimioterapia e a fertilidade.

Gravidez e câncer: é possível ser mãe após o tratamento oncológico?
Muitas pacientes diagnosticadas com câncer podem ter receios sobre o efeito da medicação em sua fertilidade. 

Tratamento oncológico e libido: entenda a relação
Fatores orgânicos ou emocionais podem desencadear problemas

Quimioterapia de consolidação traz benefício para pacientes com câncer de colo de útero
Confira este tratamento estudo por pesquisadores do A.C.Camargo

Braquiterapia guiada por ultrassom evita em até 90% os riscos de perfuração do útero
Revisão de estudos comprova a eficácia da técnica usada no A.C.Camargo em pacientes com câncer de colo uterino 

O câncer de colo do útero e sua cirurgia
Pesquisa avalia quais pacientes se beneficiam de um procedimento menos radical

A eficácia da braquiterapia
Tratamento desempenha papel importante para os cânceres de endométrio e colo do útero

Um tratamento mais eficaz do câncer de vulva
Pesquisa de Linfonodo Sentinela é um método que contribui

Câncer ginecológico: novidades e consolidação dos tratamentos
Câncer de ovário, endométrio e colo do útero foram destaque na ASCO 

Vídeo - Histórias reais sobre o câncer: conheça Amanda Benites
Assista a este capítulo da série com vivências inspiradoras de mulheres diagnosticadas

Exercícios durante ou após a quimioterapia em pacientes com câncer
Estudo holandês apresentado na ASCO analisou o impacto da atividade física

Fisioterapia contribui para a qualidade de vida de mulheres com câncer
Pacientes com tumores de mama e ginecológicos podem prevenir o acúmulo de líquido

Dia Nacional de Combate ao Fumo: entenda como os compostos do cigarro podem fazer mal ao corpo

Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, foi criado para conscientizar a população sobre os malefícios que esse mau hábito pode causar para a saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão é resultado da exposição de não fumantes ao fumo passivo.

O cigarro também é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, com mais de 5 mil compostos de diversas classes em sua fumaça; destes, 70 são reconhecidos como carcinógenos, ou seja, causam inflamação crônica nas vias aéreas e danos cumulativos no DNA das células ao longo dos anos em todos os fumantes. O resultado é que parte deles vai desenvolver um câncer.

Preocupados com os danos causados pelo fumo, criamos o Grupo de Apoio ao Tabagista (GAT), em 1997. É o primeiro serviço de prevenção e tratamento do tabagismo oferecido a pacientes em um centro oncológico.

Nossos pesquisadores também se dedicam ao tema. Estudo inédito do A.C.Camargo mostra que o rastreamento por tomografia computadorizada em pessoas com alta exposição ao tabaco é capaz de identificar a doença logo no início, antes de haver sintomas. Estratégia é capaz de reduzir em 20% a mortalidade pela doença.

Infográfico

Dor no peito e falta de ar também podem ser sinais de câncer de pulmão

Linha Fina

Saiba como diferenciar estes sintomas que nem sempre indicam gripe ou outras doenças respiratórias

O câncer de pulmão tem alta prevalência no Brasil. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023-2025, são esperados 32.560 novos casos, sendo 18.020 entre os homens e 14.540 entre as mulheres. 

Em grande parte das vezes, os tumores no pulmão são descobertos tardiamente, em fase avançada, e comprometem as possibilidades de cura. Por isso, é importante ficar atento a alguns sintomas e não deixar o diagnóstico para depois.

“Tosse e falta de ar nem sempre são sinais de Covid-19, gripe ou outra doença respiratória. Quem apresenta tosse que demora muito tempo para passar ou que muda de características ao longo do tempo, falta de ar, chiado ou qualquer outro sintoma respiratório persistente, deve procurar um pneumologista, pois podem indicar a presença de um tumor”, explica o Dr. Jefferson Gross, líder do Centro de Referência em Tumores do Pulmão e Tórax do A.C.Camargo.

Ao apresentar esses sintomas, também é preciso levar em consideração se o paciente tem fatores de risco, como tabagismo, histórico familiar da doença, radioterapia anterior na região do tórax e histórico de doenças pulmonares, como a tuberculose.

Imagem de um pulmão em 3D

Sinais e sintomas do câncer de pulmão

Muitas vezes, a doença não apresenta sintomas em seus estágios iniciais. Mas qualquer um destes sintomas merece uma consulta ao médico:

  • Tosse que não passa ou piora com o tempo
  • Falta de ar, chiado no peito ou rouquidão
  • Dor no peito que não passa e piora quando a pessoa respira fundo, tosse ou dá risada
  • Dor no braço ou no ombro
  • Tossir sangue ou catarro com cor de ferrugem
  • Crises repetidas de bronquite ou pneumonia
  • Inchaço do rosto ou pescoço
  • Perda de apetite ou de peso inexplicáveis
  • Fraqueza ou cansaço

Câncer e gravidez: uma relação complexa, mas possível

Linha Fina

Nesta edição da coluna “Câncer Sem Tabu & Com Ciência”, da Veja, Dr. Victor Piana, CEO do A.C.Camargo, e Dra. Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, explicam que o câncer tem acometido pessoas mais jovens, incluindo mulheres em idade fértil 

Clique aqui para conferir o artigo publicado


O câncer ainda mata muito mundo afora, cerca de 10 milhões de pessoas por ano. Mas também é verdade que ele mata cada vez menos. As pessoas passam pelo câncer, ressignificam suas vidas e continuam a trabalhar, estudar, sonhar… E engravidar, por que não?

O câncer tem acometido indivíduos mais jovens, por hábitos de vida como consumo de ultraprocessados desde a primeira infância, sedentarismo, fumo, álcool e infecções por vírus e bactérias que potencializam a genética de algumas famílias.

Antes considerado uma doença da terceira idade, já não é tão incomum ver tumores entre 40 e 50 anos.

A gravidez, por outro lado, tem acontecido cada vez mais tarde, fruto da vida urbana, carreiras mais exigentes e dificuldades para obter independência financeira. Hoje, muitas mulheres deixam para engravidar após os 40 anos, às vezes aos 45 anos, utilizando técnicas de reprodução assistida.

Em consequência da sobreposição de idades, o tema câncer e gravidez começa a se tornar um debate mais vivo e necessário.

Diagnóstico de câncer na gravidez

O câncer e a gravidez podem se aproximar em diferentes ocasiões.

A doença pode surgir na mulher quando ela está grávida. Neste cenário, os hormônios produzidos no período suprimem o sistema imune da mãe, e essa fragilização pode permitir a progressão para o câncer de células transformadas, mas que estavam sob controle.

Os mais comuns são aqueles causados por infecções virais, como o HPV e o Epstein Barr (EBV), que levam a tumores do colo uterino, da cavidade oral, nasofaringe e linfoma de Hodgkin.

Mas também enfrentamos câncer de mama, da tireoide e, mais raramente, outros tipos.

Estes casos se transformam num drama, uma mistura de sentimentos e precisam ser avaliados com cautela e ciência.

Porém, ao compreender os detalhes da agressividade da doença, o momento da gravidez e os riscos envolvidos, nasce um plano terapêutico integrado entre oncologista e obstetra, que visa preservar a saúde e os anos de vida da mãe e do bebê.

Tratamento do câncer na gravidez

Alguns tumores, como o da tireoide, podem, com muita frequência, esperar o parto para serem removidos sem prejuízo para a mãe e para o bebê.

Outros também podem aguardar, se a gestação estiver nas últimas semanas, mas há situações em que isso não é possível, e condutas cirúrgicas ou quimioterapia precisam ser feitas.
Nem todas as quimioterapias usadas para tratar a mãe trazem risco para o bebê, porque algumas não cruzam a barreira da placenta.

Quanto mais precoce o estágio da gravidez, em especial no primeiro trimestre, mais cuidados são necessários, porque não se deseja causar nenhum dano no momento de formação dos órgãos.

Analisando cada caso, a melhor decisão pode incluir induzir o parto antes das 40 semanas, para permitir que a mãe receba o quanto antes a quimioterapia, com mais chances de sucesso.

Nestas situações, também é importante avaliar se o bebê poderá, ou não, ser amamentado pela mãe em tratamento.

Bebê com câncer

Outra situação muito dramática é o nascimento de um bebê com câncer em uma mãe saudável.

O câncer é uma doença causada pelo acúmulo de mutações genéticas. Em situações muito específicas, as crianças podem já nascer com a doença, incluindo leucemias, neuroblastomas e sarcomas. Os tumores desta idade são de crescimento rápido, mas costumam responder bem ao tratamento se iniciado rápido.

Engravidar depois do câncer

Mais comum do que as duas situações acima é o desejo de engravidar após ter passado pelo tratamento da doença.

Pacientes acima de 35 anos apresentam naturalmente uma queda da fertilidade que pode ser agravada pela administração da quimioterapia. Portanto, na elaboração do plano terapêutico, é importante discutir o desejo de engravidar no futuro.

Tecnicamente, é possível a coleta e preservação de gametas (células reprodutivas) das crianças e adolescentes, dos homens que farão remoção do testículo ou das mulheres que se submeterão à cirurgia ou radioterapia para tratar tumor ginecológico, ou ainda nos casos de quimioterapia em qualquer tumor.

Isto amplia a equipe de cuidado e requer uma coordenação para que a coleta dos óvulos ou espermatozoides aconteça em poucos dias, e se inicie o tratamento oncológico o quanto antes.

O caso do câncer de mama

Para alguns tumores de mama, o tratamento pode se prolongar com hormonioterapia por até 10 anos após a quimioterapia.

Até muito recentemente, não havia dados científicos robustos que demonstrassem a segurança para a mãe em interromper a hormonioterapia para engravidar.

Recentemente, contudo, um artigo publicado na revista The New England Journal of Medicine mostrou pela primeira vez que interromper a hormonioterapia usada para tratar o câncer de mama para engravidar e retomar após o parto é seguro do ponto de vista do controle oncológico.

As mulheres deste estudo, divulgado em maio de 2023, tinham até 42 anos (média 37 anos), e eram portadoras de câncer de mama nos estágios I, II ou III que receberam hormonioterapia por 18 a 30 meses (média 29 meses) e desejavam engravidar.

Ao todo, 497 mulheres foram acompanhadas, 74% delas conseguiram engravidar e 64% delas tiveram o parto com sucesso. Em três anos, 8,9% delas passaram pela volta do câncer, mas, no grupo controle, que não interrompeu a imunoterapia para engravidar, esta taxa foi de 9,2%. Ou seja, a interrupção para engravidar não acrescentou risco para as mulheres.

Os autores reconhecem que o estudo continha muitas mulheres com tumores precoces, e ainda é preciso seguir estas pacientes por mais tempo, para garantir a segurança no longo prazo também.

Entretanto, este é um dado forte e traz esperança para muitas mulheres portadoras de câncer de mama diagnosticadas em idade jovem que desejam engravidar.

O câncer de mama diagnosticado em estágio I tem sobrevida com qualidade de vida plena em mais de 98% dos casos. Engravidar é possível e seguro após o câncer.

Sem saber desta informação, muitas mulheres desistem deste sonho e agora os oncologistas podem encorajá-las neste sentido.

Gravidez e câncer é um tema de alta complexidade e repleto de emoções, que precisa ser acompanhado por vários especialistas habituados tanto com oncologia quanto com gestação de alto risco.

Mas é possível, sim, transformar câncer e gravidez em felicidade e esperança.
 

Hepatites virais podem evoluir para câncer no fígado

Linha Fina

Vacinação contra hepatite B é aliada fundamental para evitar o câncer no fígado

O Dia Mundial de Combate as Hepatites Virais foi criado em 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e leva a data de 28 de julho como marco para iniciar as campanhas de conscientização e prevenção aos diferentes tipos (A, B, C, D e E) da doença. Novos dados divulgados pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), em 2022, mostram que, a cada ano, há 10 mil novas infecções por hepatite B e 23 mil mortes. Para a hepatite C, há 67 mil novas infecções e 84 mil mortes somente na região das américas. No Brasil, para 2023, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que cerca de 10.700 novos casos de câncer no fígado sejam registrados, a doença pode estar associada as infecções crônicas caudas por hepatites virais.

Um dos principais riscos relacionados a infecção crônica por hepatites virais dos tipos B, C e D é a evolução à cirrose que pode, futuramente, se tornar um câncer de fígado (hepatocarcinomas e colangiocarcinomas). Esses tipos de hepatite podem ser transmitidos de pessoa para pessoa por meio do uso de agulhas contaminadas, sexo sem proteção, parto, transfusões de sangue ou materiais contaminados com sangue como alicates de unha. Por isso, evitar o contato e compartilhamento destes itens é fundamental para a prevenção. “Poucas pessoas se atentam ao fato de que cuidados simples do dia a dia como seguir o calendário de vacinação e fazer sexo seguro podem influenciar na sua saúde e prevenir uma série de doenças, inclusive o câncer. Por isso é da maior importância que essas informações cheguem no maior número de pessoas”, acrescenta o Líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto, Dr Felipe Coimbra.

Além disso, a vacinação é outro aliado fundamental. Apesar de não existir imunização para os tipos C, D e E, desde os anos 1990, a vacinação contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinas do Ministério da Saúde para crianças e profissionais de saúde. A vacina protege não apenas contra o aparecimento de tumores no fígado, mas também ante doenças precursoras como a cirrose e a fibrose hepática. 

Hepatite crônica

Está relacionada às infecções pelos vírus B, C e D. O diagnóstico de cronicidade é estabelecido quando persiste a detecção do vírus por mais de seis meses após a infecção inicial.

Pode cursar de forma silenciosa, contudo o vírus ainda pode ser transmitido, o que constitui fator importante para a propagação da doença.

No longo prazo, os indivíduos infectados cronicamente tendem a ter agravamento da doença hepática. Os casos crônicos podem evoluir com desenvolvimento de fibrose, cirrose hepática e suas complicações, como o carcinoma hepatocelular.
 

Dr. Felipe Coimbra
"
Poucas pessoas se atentam ao fato de que cuidados simples do dia a dia como seguir o calendário de vacinação e fazer sexo seguro podem influenciar na sua saúde e prevenir uma série de doenças, inclusive o câncer
Dr. Felipe Coimbra

O ABCDE da hepatite

Hepatite A
Formas de contágio: por água e alimentos contaminados, assim, verifique sempre a procedência deles e lave-os bem. O tipo A também pode vir em relações sexuais, devido a resquícios de fezes não evidentes a olho nu.

Sinais e sintomas: febre, mal-estar, náusea, vômito, dor abdominal e olhos amarelados.
Vacina: para crianças menores de 5 anos e pessoas com alguma doença no fígado.
Cura: quase sempre o próprio corpo elimina a hepatite A no período de dois a seis meses. 
Pode virar câncer de fígado: não. 

Hepatite B
Formas de contágio: pelo sexo sem proteção, pois o vírus passa pelas secreções genitais de ambos os sexos. Também pode ocorrer se o sangue de alguém infectado entrar em contato com o de outra pessoa – por exemplo, se a manicure não esteriliza seus instrumentos, além de seringas compartilhadas, tatuagem, piercing etc.
Sinais e sintomas: urina escura, fezes claras, náuseas, vômitos e dores abdominais. 
Vacina: sim.
Cura: pode acontecer espontaneamente, graças ao sistema de defesa do organismo, ou se tornar uma infecção crônica. Deve-se tomar medicamentos para aliviar os sintomas e atenuar o risco de complicações no fígado – às vezes, o quadro pode se agravar e culminar no transplante do órgão.
Pode virar câncer no fígado: sim. 

Hepatite C
Formas de contágio: pelo sangue contaminado e por relações sexuais, assim como a B. Também pode acontecer de forma perinatal, ou seja, de mãe para filho durante a gravidez ou o parto.
Sinais e sintomas: é silenciosa na maioria dos casos, mesmo quando o fígado já está bastante afetado. Em estágios mais avançados, pode haver barriga d’água, vômitos, pele amarelada (icterícia), dores musculares e muito cansaço.
Vacina: não há. 
Cura: sim, em mais de 90% dos casos, desde que o paciente siga corretamente o tratamento.
Pode virar câncer de fígado: sim. 

Hepatite D
Formas de contágio: pelo contato com sangue contaminado e por relações sexuais, assim como a B e a C. Também pode ocorrer de forma vertical. O indivíduo precisa estar infectado também pelo vírus da hepatite B para que a hepatite D se desenvolva.
Vacina: não há.
Cura: entre 30 e 95% dos casos, a cura se dá pelo sistema imune no momento da infecção. Caso torne-se crônica, não há tratamento curativo.
Pode virar câncer de fígado: sim.

Hepatite E
Formas de contágio: por água e alimentos contaminados, assim como a hepatite A.
Vacina: não há.
Cura: sim, é eliminada pela imunidade. Não há relato de infecção crônica. Em gestantes, porém, a hepatite é mais grave.
Pode virar câncer no fígado: não.

Retinoblastoma: tirar uma foto com flash pode ajudar no diagnóstico de câncer no olho em crianças

Linha Fina

Entenda quais os sinais de atenção para levar a criança ao oftalmologista  

O Dia da Saúde Ocular, em 10 de julho, tem o objetivo de alertar para a importância da prevenção e do diagnóstico de doenças nos olhos que podem levar à perda da visão. O retinoblastoma é uma dessas doenças e afeta principalmente as crianças.  

Entenda o retinoblastoma  

É um tipo de tumor que afeta a retina, principalmente em crianças; é raro e responde por 3% dos cânceres infantis. Entre 60% e 75% dos casos de retinoblastoma são esporádicos, ou seja, quando uma célula sofre mutação e passa a se multiplicar descontroladamente.    

“Também existem casos hereditários, nos quais as crianças herdam dos pais uma mutação num gene supressor de tumor chamado RB1. Pode ser o primeiro caso familiar mesmo em eventos hereditários, o que ocorre em 25% dos pacientes sem história familiar, que depois pode transmitir aos seus descendentes. Nesses casos, é mais comum o retinoblastoma se desenvolver no bebê com menos de um ano de idade”, explica o Dr. Carlos Eduardo Ramos Fernandes, oncologista pediátrico especialista em retinoblastoma do nosso Centro de Referência em Tumores Pediátricos.  

Existem três tipos de retinoblastoma:   

  • Unilateral: afeta um olho e representa entre 60% e 75% dos casos. Destes, 85% são da forma esporádica da doença e os demais são casos hereditários;  
  • Bilateral: afeta os dois olhos, quase sempre é hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo que o unilateral;  
  • Trilateral ou retinoblastoma/pinealoblastoma  (previamente denominado tumor neuroectodérmico primitivo): ocorre quando um tumor associado se forma nas células nervosas primitivas do cérebro e só atinge crianças com retinoblastoma hereditário bilateral.    

Sinais e sintomas  

Muitas vezes, os pais levam a criança ao oftalmologista ao notar no olho da criança um brilho branco e opaco, perceptível apenas em fotos com flash. “Popularmente conhecida como ‘olho de gato’, essa forma de reflexão da luz causada pela doença é chamada de leucocoria. Enquanto um olho saudável pode ter um brilho avermelhado, reflexo branco é um sinal de atenção para que a criança seja levada brevemente ao oftalmologista. Mesmo que não seja um retinoblastoma, pode ser sinal de outra doença que pode levar à perda da visão”, explica Dr. Carlos.  

Além do “olho de gato”, outros sinais e sintomas que podem surgir são:  

  • Problemas na movimentação do olho, como estrabismo  
  • Redução da visão   
  • Dor no olho  
  • Globo ocular maior que o normal  
  • Olho preguiçoso (ambliopia)  

 

Qual a relação entre o câncer e o diabetes?

Linha Fina

Neste artigo da coluna “Fala, Doutor!”, o Dr. Daniel Garcia, oncologista clínico, explica como o câncer pode influenciar o diabetes e vice-versa

Por Dr. Daniel Garcia, oncologista clínico

Diabetes é uma doença metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue (ou açúcar no sangue), que pode levar ao longo do tempo a danos em órgãos como o coração, vasos sanguíneos, olhos, rins e nervos. O mais comum é o diabetes tipo 2, geralmente em adultos, que ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina ou não produz insulina suficiente. 

Nas últimas três décadas, a prevalência de diabetes tipo 2 aumentou dramaticamente em todo o mundo. Diabetes tipo 1, conhecido como diabetes insulino-dependente, é uma condição na qual o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. De 90% a 95% dos pacientes com diabetes têm o tipo 2, enquanto 5% a 10% têm o tipo 1.

Fatores de risco e epidemiologia

O câncer e o diabetes têm vários fatores de risco em comum, como obesidade, tabagismo, envelhecimento, sedentarismo e alimentação não saudável. Aproximadamente 1 em cada 5 pacientes com câncer tem diabetes. 

O diabetes, especialmente o tipo 2, também é um fator de risco para o desenvolvimento de algumas malignidades como o câncer de pâncreas, fígado, cólon, mama e endométrio. Uma revisão do tipo “guarda-chuva”, que analisou 27 estudos de metanálise, concluiu que o diabetes tipo 2 aumenta em 10% o risco relativo de desenvolver câncer. Além disso, vários novos tratamentos contra o câncer ou o uso de corticoides podem levar ao diabetes ou agravar o diabetes preexistente. 

Terapias contra o câncer e o diabetes

Nas últimas décadas, o cenário de tratamento da maioria das malignidades mudou com o surgimento das hormonioterapias, imunoterapias e terapias-alvo. Apesar dos avanços - que resultaram em aumento das taxas de cura, sobrevida e qualidade de vida dos pacientes -, estes tratamentos podem causar hiperglicemia. A quimioterapia convencional, por outro lado, tem efeito direto mínimo ou nenhum sobre a hiperglicemia, exceto quando utilizada juntamente com corticoides em doses mais elevadas.

As terapias que bloqueiam os hormônios – chamadas de hormonioterapias – revolucionaram o tratamento do câncer de mama e próstata. No entanto, também estão associadas ao aumento da resistência à insulina e desenvolvimento de diabetes.
Alguns tipos de imunoterapia ativam a imunidade e aumentam a resposta imune contra células malignas. Mas, ao mesmo tempo, podem causar fenômenos autoimunes como hipotireoidismo, hipertireoidismo, insuficiência adrenal e hipofisite. Raramente estão associados ao desenvolvimento de diabetes autoimune, reduzindo a produção de insulina das células β do pâncreas e simulando um diabetes tipo 1.

As terapias-alvo visam inibir a proliferação de células malignas, regulando o ciclo celular ou induzindo à apoptose (morte celular programada) destas células. No entanto, várias terapias-alvo têm sido associadas à hiperglicemia e uma específica pode induzir resistência à insulina semelhante à observada no diabetes tipo 2.

Screening e tratamento

A testagem para diabetes em pacientes com câncer, antes mesmo de iniciar o tratamento, é importante. Até um terço das pessoas com diabetes não são diagnosticadas. Isto é especialmente relevante em pacientes que têm fatores de risco para diabetes, como um alto índice de massa corporal (IMC), inatividade física, história familiar de diabetes e história de diabetes gestacional, ou aqueles que serão tratados com terapias associadas à hiperglicemia. Caso o tratamento indicado induza a um risco significativo de diabetes, o paciente deve ser educado sobre automonitoramento de glicose em seu domicílio.

O manejo do diabetes em pacientes com câncer deve ser idealmente multidisciplinar, envolvendo um especialista em diabetes (como o endocrinologista), nutricionista, farmacêutico e profissional de apoio psicossocial, em colaboração com a equipe de tratamento oncológico. Pacientes diabéticos em terapia anticâncer requerem controle de hiperglicemia com dieta apropriada, exercícios físicos, terapia antidiabética (hipoglicemiantes orais e/ou insulina, entre outros), controle de fluidos e eletrólitos, juntamente com tratamento das possíveis complicações do diabetes. 

 

Referência:
Shahid, R.K.; Ahmed, S.; Le, D.; Yadav, S. Diabetes and Cancer: Risk, Challenges, Management and Outcomes. Cancers 2021, 13, 5735

Dia Internacional da Tireoide: tudo sobre prevenção e diagnóstico precoce

Linha Fina

Lembrado todos os anos em dia 25 de maio, o dia internacional da Tireoide alerta para os sintomas e prevenção do câncer de tireoide

Projeções feitas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que, em 2023, são estimados cerca de 16.6 mil novos casos de câncer de tireoide no Brasil, volume aproximadamente 20% maior que o registrado no ano anterior. Deste total, estima-se que 2,5 mil incidam sobre homens e 14,1 mil em mulheres.

É comum pacientes e médicos conseguirem sentir nódulos na região da tireoide possibilitando, com um simples toque, a detecção de anomalias. A boa notícia é que, entre 90% e 95% desses nódulos são benignos e não oferecem riscos aos pacientes. Além disso, os cânceres de tireoide podem ser detectados precocemente e a taxa de sucesso no tratamento pode chegar a 97% dependendo do diagnóstico.

Além dos nódulos, outros sintomas também precisam de atenção, mas é importante ressaltar que, outros tipos de doenças podem apresentar os mesmos sinais, por isso, procurar um especialista é fundamental. 

Dia Internacional da Tireoide: sinais e sintomas

Várias doenças benignas e outros cânceres de pescoço podem ter os mesmos sintomas que o câncer de tireoide. Por isso, é preciso consultar um médico se você tiver:

  • Nódulo no pescoço, que às vezes cresce muito depressa
  • Dor na parte da frente do pescoço, que pode irradiar para os ouvidos
  • Rouquidão ou mudança no timbre de voz que não passa com o tempo
  • Dificuldade para engolir
  • Dificuldade para respirar, como se você estivesse respirando por um canudinho
  • Tosse que não passa, que não seja causada por gripe

Fatores de risco:

Vale lembrar que fatores de risco aumentam o seu risco de desenvolver câncer de tireoide, mas isso não quer dizer que você vá ter câncer de tireoide.

Idade: pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na faixa dos 30 aos 50 anos.
Sexo: a incidência em mulheres é três vezes maior que a incidência em homens.
Exposição à radiação: crianças que fizeram tratamento com radiação na região da cabeça e do pescoço ou radioterapia para câncer, como linfoma de Hodgkin, também correm maior risco de ter câncer de tireoide mais tarde.
Doenças hereditárias: Algumas doenças como síndrome de Gardner e polipose familial aumentam o risco de câncer em vários órgãos, inclusive tireoide. A doença de Cowden, que é rara, também aumenta o risco de câncer de tireoide. Algumas famílias, que representam 5% dos casos, apresentam incidência incomum de carcinoma papilífero.