Preparamos um conteúdo especial sobre tumores ginecológicos para você saber como se manifestam no sistema reprodutor feminino
Os tumores ginecológicos envolvem muito mais do que o câncer de colo de útero, o terceiro mais frequente em mulheres.
Estima-se que, em 2020, cerca de 16 mil novos casos de câncer de colo de útero foram diagnosticados no Brasil, assim como 6650 novos casos para câncer de ovário e 6540 novos casos para câncer de corpo de útero (ou endométrio) – não há estatísticas oficiais para os raros tumores de vulva e vagina.
Ou seja, aproximadamente 13 a cada 100 mil mulheres brasileiras desenvolveram algum câncer ginecológico no ano passado.
Abaixo, conheça um pouco mais de cada tipo de tumor ginecológico, e também formas de prevenção.
Câncer de ovário
O câncer de ovário costuma atingir mulheres após os 45 anos e tem seu pico de incidência entre os 60 e 70 anos.
O principal fator de risco é a idade, assim como não ter engravidado durante a vida, histórico prévio de endometriose e principalmente ter nascido com alguma mutação genética que aumente o risco para a doença.
"Isso ocorre em 25% dos casos de câncer de ovário, sendo os principais aqueles dos genes BRCA1 e BRCA2", explica o Dr. Glauco Baiocchi Neto, líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo Cancer Center.
Geralmente, os casos já chegam ao consultório em estágio avançado, e é recomendado que o tratamento seja feito com cirurgia e quimioterapia. Na maioria dos casos de câncer de ovário, a doença já está disseminada na pelve e abdome. Para esse diagnóstico, na maioria das vezes não é possível preservar o útero e os ovários e a mulher pode ficar infértil.
"O uso de anticoncepcional regular é fator de proteção para o câncer de ovário", diz o especialista. "Contraceptivos de emergência, como a pílula do dia seguinte, não alteram o risco de surgimento do câncer".
Muitas vezes, o câncer de ovário é silencioso, mas também pode apresentar sintomas, como desconforto abdominal, sensação de empachamento, náuseas, diarreias e dor na relação sexual.
É fundamental consultar um(a) médico(a) ginecologista no aparecimento de sintomas – tal profissional poderá indicar o melhor contraceptivo para sua realidade.
Câncer de endométrio
O endométrio é o tecido que reveste o interior do corpo do útero.
O câncer de endométrio geralmente apresenta sintomas e todos merecem uma visita ao seu médico(a) ginecologista. “Sangramento pós-menopausa pode indicar câncer de endométrio. Mas a paciente também pode se queixar de dores na pelve e sentimento de ‘massa’ na região pélvica”, diz o Dr. Glauco.
O principal fator de risco para o câncer de endométrio é a obesidade.
“Pacientes que fazem o não controlado de medicamentos de reposição hormonal, principalmente de estrogênio isolado, têm chances altas de desenvolver a doença”, conta o especialista.
Mulheres que nunca tiveram filhos (nulíparas) também têm chances maiores de desenvolver a doença.
Dispositivos intrauterinos como o DIU de cobre ou hormonais não causam o surgimento da doença. “Inclusive o DIU com progesterona diminui muito o risco de aparecimento do câncer de endométrio”, afirma o Dr. Glauco.
O tratamento do câncer de endométrio pode ser feito com técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e cirurgia robótica.
Dependendo do tipo de câncer e de seu estadiamento, quimioterapia e radioterapia também podem ser usadas no tratamento.
“A cirurgia ainda é o método padrão que utilizamos no tratamento da doença. É retirado o útero, acompanhado das trompas e dos ovários, assim como são avaliados os gânglios linfáticos da pelve e retroperitônio”, explica o doutor.
Câncer de vulva
A vulva é a parte externa do sistema reprodutor feminino e é formada pelos lábios maiores e menores, clitóris, introito vaginal e glândulas de Bartholin, que ajudam a lubrificar a vagina durante o sexo.
Cerca de 40% dos tumores originados nesta região quase sempre estão relacionados com o HPV de alto risco, assim como a idade avançada e a atrofia da vulva.
Os principais sintomas do câncer de vulva são nódulo vermelho na região, úlceras, ardência na área genital, dor ao urinar e sangramento fora da menstruação.
Mulheres idosas são o grupo de risco e devem ficar atentas. Esse grupo desenvolve atrofia da vulva – condição natural do organismo que diminui a produção de estrogênio e que afeta entre 60 a 80% das mulheres durante a menopausa –, algo que influencia no desenvolvimento do câncer de vulva, assim como a líquen escleroso, uma doença inflamatória.
“É importante ressaltar que o tratamento do câncer de vulva depende da evolução local do tumor, que pode tratado com sua retirada total ou até mesmo a retirada de toda a vulva com os gânglios da região da virilha”, explica Dr. Glauco.
Apesar de raro, o câncer de vulva merece atenção especial. A vacina contra o HPV ajuda a prevenir a doença e, caso a paciente note alguma alteração na vulva, deve procurar um(a) médico(a) ginecologista.
Sinais e sintomas
Fique atenta aos sinais e sintomas dos tumores ginecológicos e não deixe sua saúde para depois. Confira nossa página especial sobre o tema, informe-se e compartilhe com suas amigas!
Em caso de dúvidas, marque uma consulta com algum de nossos especialistas. Quem tem câncer, tem pressa.