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Mutações genéticas e o câncer de próstata

 
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Mutações genéticas e o câncer de próstata

Nesta edição da coluna Fala, Doutor!, o oncologista clínico Dr. Daniel Garcia explica como as mutações e o histórico familiar estão relacionados ao câncer de próstata

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Pai e filho abraçados e sorrindo, olhando para o celular

Pai e filho abraçados e sorrindo, olhando para o celular

Nesta edição da coluna Fala, Doutor!, o oncologista clínico Dr. Daniel Garcia explica como as mutações e o histórico familiar estão relacionados ao câncer de próstata


O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, comemorado em 17 de novembro, deu origem ao movimento Novembro Azul, com objetivo de falar sobre a doença, que afeta homens geralmente na meia-idade ou mais. Ao longo da vida, aproximadamente um em cada nove homens terão a doença. 

A próstata é uma glândula que envolve a uretra masculina e ajuda a produzir sêmen, o fluido que transporta os espermatozoides. Quando certas células da próstata tornam-se anormais e multiplicam-se sem controle, formam um tumor. 

A origem do câncer de próstata

A maioria dos casos de câncer de próstata ocorre esporadicamente, ou seja, por acaso e devido a combinações de fatores difíceis de identificar. No entanto, ter um histórico pessoal ou familiar de alguns tipos de câncer pode aumentar o risco.

Aproximadamente 12% dos homens com câncer de próstata metastático e 6% dos que têm a doença localizada na próstata, de alto risco, têm uma predisposição genética identificada. Os genes mais frequentemente envolvidos são o BRCA 1 e BRCA 2 - os mesmos genes que, entre as mulheres, são responsáveis por grande parte dos tumores de mama e ovário. 

Outras alterações genéticas, como a Síndrome de Lynch e mutações nos genes ATM, CHEK2 e PALB2, também podem ter associação com o câncer de próstata, apesar de serem menos frequentes. A ancestralidade também pode influenciar no risco, como é o caso dos descendentes de judeus asquenazes (provenientes da Europa central e oriental), que apresentam maior frequência de mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2.

Significado das mutações

Os homens portadores de mutação BRCA 1 têm um risco três vezes maior de desenvolver câncer de próstata do que os não portadores; para BRCA 2, este risco é ainda mais elevado, chegando a ser oito vezes maior quando comparado a não portadores. Além disso, as mutações em BRCA também aumentam as chances de desenvolver outros tipos de câncer, como pâncreas, colón e melanoma.

A Síndrome de Lynch está mais associada ao câncer colorretal. Até os 80 anos, o risco cumulativo de desenvolver o câncer colorretal varia de 8,7% a 61%; para o câncer de próstata, esse risco varia entre 2,5% e 15,9%. Outras neoplasias também têm um risco cumulativo maior entre os portadores da síndrome, como os tumores de endométrio, ovário, ureter/pelve renal, estômago, entre outros.

Quem deve realizar o teste genético

 As recomendações médicas atuais indicam  testes genéticos para homens com história pessoal de câncer de próstata metastático, com doença localizada de alto risco ou doença localizada com histologia intraductal, bem como uma história familiar de mutações germinativas de alto risco (por exemplo, BRCA 1 e BRCA 2 , mutação de Lynch, ascendência judaica asquenaze), ou para aqueles com um forte histórico familiar de câncer.

Como são realizados os testes

Os testes utilizados atualmente são exames que analisam o DNA do paciente por meio de exame de sangue ou saliva, e demoram algumas semanas para ficarem prontos.

O aconselhamento genético é importante antes e depois do teste. Especialistas em genética médica podem ajudar a responder perguntas sobre o teste e auxiliar a entender o que está envolvido. Se o teste for positivo para uma alteração genética, pode haver protocolos a seguir para detectar o câncer precocemente ou diminuir seus riscos. No entanto, o teste genético não é perfeito. A maioria das pessoas com câncer e/ou histórico familiar de câncer não tem um gene herdado anormal, assim como nem todas as pessoas que herdaram uma alteração genética desenvolverão câncer.
 

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