Covid-19 e transplante de medula óssea: a relação Pular para o conteúdo principal

Covid-19 e transplante de medula óssea: a relação

 
Publicado em:

Covid-19 e transplante de medula óssea: a relação

Os insights do Dr. Steven Pergam, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, de Seattle

Publicado em:

Os insights do Dr. Steven Pergam, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, de Seattle

Covid-19 e transplante de medula óssea: as infecções respiratórias têm impacto importante em pacientes transplantados. Isso foi reafirmado no Next Frontiers to Cure Cancer pelo Dr. Steven Pergam, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, de Seattle (EUA).

Na Sessão IV do congresso – Complicações Infecciosas em Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea –, o especialista apresentou o painel O Impacto das Infecções Respiratórias, Incluindo a Covid-19, no Transplante de Medula Óssea.


Vírus respiratórios x transplantes

Os vírus respiratórios respondem por grande parte das doenças infecciosas, algo que causa impacto na população de pacientes imunossuprimidos, sobretudo os que fizeram ou farão um transplante de medula óssea (TMO). 

Isso já ocorria antes mesmo da pandemia de Covid-19. “Há um estudo que mostrou que 40% da população desenvolvia alguma infecção respiratória nos primeiros 100 dias após o transplante”, afirma o Dr. Steven Pergam.


Covid-19 e transplante de medula óssea 

Há alguns estudos que discutem a vacinação para Covid-19 em pacientes transplantados de medula óssea. 

Entre os achados, a malignidade maior para tumores hematológicos em relação aos sólidos fica evidente. 

“Um estudo com 318 transplantados mostrou que 51% desenvolveram quadro grave de Covid um mês após o procedimento, sendo que as variantes delta e gama (brasileira) foram motivo de grande preocupação”, explica o Dr. Steven.

“Não se sabe ainda exatamente o melhor momento de dar a vacina em pacientes transplantados de medula óssea, mas verificamos que a vacina tem eficácia e deve ser aplicada pelo menos 3 meses após o transplante”, acrescenta o médico.  

O especialista do Fred Hutchinson Cancer Research Center reforça que é essencial vacinar urgentemente as pessoas que mantêm contato com o paciente que será transplantado, como familiares e equipe médica. 


PCR e outros vírus 

Além dos sequenciamentos genômicos, para detectar surtos de vírus respiratórios, o segredo é sempre testar pacientes de TMO.

“Muitos sintomas podem estar associados a vírus respiratórios, mas não estão. No caso do Influenza, a gente imagina dor muscular e febre, mas isso não ocorre com frequência nos transplantados”, conta o Dr. Steven. 

“Coriza, a reclamação mais comum, pode ser um vírus ou não ser nada, por isso precisamos testar esses pacientes e tratar o quanto antes, é importante esse diagnóstico preciso para eles”, acrescenta.

Segundo o médico, entre os testes, a cultura se mostra interessante para verificar a resistência da bactéria ou novas cepas, mas demora mais. 

Já o teste rápido, só vale pela rapidez, já que carece de precisão. “O PCR é o melhor, como vimos no trato da Covid-19, mas é um teste caro e, por vezes, sensível demais, mostrando até falsos positivos”, analisa.

“Seja para Covid-19 ou para outros vírus, como o Influenza, é muito importante testar, pois há pacientes assintomáticos, que, além de não estarem aptos a ser transplantados, podem estar transmitindo vírus sem saber”, finaliza o especialista.

Dr. Steven Pergam, careca, loiro, de óculos e blusa de lã azul
"
Temos alguns papers que discutem a vacinação para Covid-19 em pacientes transplantados de medula óssea. Verificou-se que a vacina deve ser aplicada pelo menos 3 meses após o transplante.
Dr. Steven Pergam, do Fred Hutchinson Cancer Research Center
Por que o A.C.Camargo Cancer Center?

Um Cancer Center não é um hospital, é uma plataforma completa de atendimento, incluindo prevenção, investigação, estadiamento, tratamento, cuidados paliativos e reabilitação. Tudo no mesmo local. 

Veja também

Câncer colorretal tem cura e pode ser prevenido
O câncer colorretal é um dos mais frequentes no mundo todo. A boa notícia é que há prevenção para reduzir a probabilidade de desenvolver este câncer e as taxas de cura são altas quando detectadas precocemente. Por isso, conhecer e...
Linfoma de Hodgkin x Linfoma não Hodgkin
O linfoma surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios que é parte tanto do sistema circulatório como do sistema imune. O sistema coleta e redireciona para o sistema circulatório um líquido claro chamado linfa, que contém...
Cuidados paliativos: 4º Fórum AnaMi de Cuidados para Pessoas com Doenças Graves
O Instituto Ana Michelle Soares e o A.C.Camargo Cancer Center convidam para debater cuidados paliativos no 4º Fórum AnaMi de Cuidados para Pessoas com Doenças Graves. O fórum contará com uma série de rodadas de conversas com pacientes, familiares e...
Câncer de intestino: mitos e verdades com o Dr. Samuel Aguiar
Tire suas dúvidas sobre quais hábitos são mais arriscados O tumor de cólon e reto, mais conhecido como câncer colorretal, é o segundo mais frequente entre as mulheres e entre os homens no Brasil, descontando-se o câncer de pele não-melanoma...