Dia do Oncologista: entenda a atuação deste profissional no modelo cancer center do A.C.Camargo
Trabalhar na Instituição exige não apenas o domínio de todos os aspectos técnicos da oncologia, mas também que o médico pratique humanização e empatia com os pacientes, além de estar integrado ao que acontece em ensino e pesquisa, o que garante o melhor tratamento
O Dia do Oncologista, que é celebrado em 9 de julho, exalta este profissional responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento do câncer.
Além de adquirir e manter um conhecimento técnico extenso das melhores práticas de combate ao câncer, o oncologista precisa desenvolver habilidades comportamentais para garantir um cuidado humanizado para pacientes e seus familiares.
“Somos o primeiro cancer center do Brasil, nos moldes dos melhores do mundo. Temos um corpo clínico fechado, departamentalizado e praticamos um atendimento multidisciplinar e humanizado, que garante os melhores resultados", afirma o Prof. Dr. Ademar Lopes, cirurgião oncologista e vice-presidente institucional do A.C.Camargo.
“Um dos pontos altos deste modelo é a discussão dos casos clínicos, principalmente os mais complexos, nos tumor boards, que conta com profissionais de diferentes especialidades, como cirurgia, oncologia clínica, radioterapia, patologia, imagem, biologia molecular... A equipe coloca o paciente no centro do cuidado para tomar a melhor conduta” analisa Dr. Ademar.
Oncologista + pesquisa: benefício para os pacientes
O A.C.Camargo conta com o Centro Internacional de Pesquisas (CIPE), um prédio inteiro dedicado à pesquisa do câncer.
Há uma grande integração dos cientistas da área básica e da anatomia patológica com os pesquisadores das áreas clínica e cirúrgica, o que permite a produção de importantes trabalhos científicos, que fazem os tratamentos avançarem.
Parte dos pesquisadores da Instituição também é do corpo clínico, e isso se reflete em benefícios nos tratamentos dos pacientes.
“Os grandes avanços na patologia e na biologia molecular do câncer nos últimos tempos permitiram o tratamento personalizado da maioria dos tumores, aumentado muito as taxas de cura e sobrevida, além de diminuir os efeitos colaterais em ralação a muitos tratamento do passado”, conta Dr. Ademar.
Um bom exemplo dessa integração foi o trabalho de doutorado do Dr. Ademar Lopes, que foi utilizado pelo AJCC (Comitê Conjunto Americano de Estadiamento de Câncer) para mudar o estadiamento do câncer de pênis em sua fase inicial, e, com isto, mudar o tipo de tratamento, trazendo grandes benefícios a estes pacientes.
Antes deste estudo, quase todos os pacientes com tumores no estádio clínico 1 eram submetidos à linfadenectomia inguinal – retirada dos gânglios linfáticos da virilha –, cirurgia que trazia uma série de complicações para o paciente, principalmente o linfedema (inchaço) do membro inferior.
“Este trabalho permitiu a divisão do estádio 1 em 1A e 1B, sendo que, no estádio 1A, a cirurgia deixou de ser necessária, pois o trabalho mostrou que esses pacientes não têm gânglios comprometidos”, explica o especialista.
Oncologista integrado desde a residência
O A.C.Camargo, hoje cancer center, foi o primeiro hospital brasileiro concebido para assistência, ensino e pesquisa em câncer.
No cotidiano, o residente convive com as tantas pesquisas em andamento, seja como integrante da equipe do estudo, revisando prontuários ou em outras atividades.
“O A.C.Camargo também foi a primeira residência médica em oncologia do país. Os profissionais que formamos estão espalhados por quase todos estados brasileiros, além de termos formado vários residentes estrangeiros que retornaram às suas origens, principalmente na América Latina. Prudentinos são todos aqueles que, como eu, fizeram residência, no A.C.Camargo, mantido pela Fundação Antônio Prudente, e isto nos enche de orgulho”, encerra o Dr. Ademar.