Câncer de pênis: estudo mostra alta infecção por HPV na Amazônia
Câncer de pênis: estudo mostra alta infecção por HPV na Amazônia
Trabalho apoiado pelo A.C.Camargo Cancer Center analisou tecidos de pacientes da região Amazônica do Brasil, que possui alto índice de câncer de pênis
Trabalho apoiado pelo A.C.Camargo Cancer Center analisou tecidos de pacientes da região Amazônica do Brasil, que possui alto índice de câncer de pênis
Em pesquisa divulgada na revista científica PLoS One, cientistas de diversas instituições e universidades brasileiras analisaram a presença da proteína p16INK4a como biomarcador para infecção por HPV em pacientes com câncer de pênis.
O tumor no órgão genital representa 2% de todos os tipos de cânceres que atingem os homens. Apesar de raro, a incidência da doença é alta nas regiões norte e nordeste do Brasil.
HPV e câncer
“A pesquisa demonstrou que os pacientes diagnosticados com HPV apresentaram tumores de baixo grau, no geral.
A superexpressão de p16INK4a está relacionada à detecção de HPV 16, o que reforça a hipótese de que a proteína pode ser usada como um marcador para infecção de HPV de alto risco”, explica a Dra. Stephania Martins Bezerra, médica patologista do A.C.Camargo.
Alguns fatores contribuem para o surgimento da doença, como baixas condições socioeconômicas de algumas regiões brasileiras aliado à má higiene íntima.
Homens que não se submeteram à circuncisão, tabagismo e a prática de zoofilia (ato sexual com animais), assim como doenças sexualmente transmissíveis, como a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), também são outros pontos de atenção.
Pesquisa e ciência
O estudo busca entender a biologia dos tumores, assim como seus processos moleculares envolvidos no aparecimento e progressão da doença.
“Pensando no tratamento do câncer paciente a paciente, nosso foco é pensar em estratégias de prevenção, melhorar métodos diagnósticos e possibilitar melhores tratamentos”, explica a especialista.
O Departamento de Anatomia Patológica do A.C.Camargo foi responsável pela construção de um Tissue Microarray (um bloco de parafina no qual foram inseridas as amostras teciduais de todos os pacientes incluídos do estudo), o que facilitou a realização e a avaliação do estudo imuno-histoquímico.
O laboratório de imuno-histoquímica cuidou da realização e interpretação das reações de p16INK4a realizadas nos casos incluídos nesta pesquisa importante.
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