Monitoramento para o carcinoma papilífero pode proporcionar uma terapia mais benéfica e evitar a retirada da glândula
Alguns tipos de câncer de tireoide, como o carcinoma papilífero, possuem uma evolução muito lenta e com poucas repercussões ao(à) paciente.
Estudos de pesquisadores japoneses e americanos indicaram que essas pessoas poderiam ter um acompanhamento frequente, sem a necessidade de cirurgia ou tratamento mais agressivo.
O guia Diretrizes de Gerenciamento para Pacientes Adultos com Nódulos e Câncer de Tireoide, da Associação Americana de Tireoide, aponta que entre pacientes elegíveis a uma cirurgia, apenas um em cada seis teve que ser operado após longo tempo de acompanhamento.
Acompanhamento total
No A.C.Camargo Cancer Center, esse tipo de monitoramento é chamado de Vigilância Ativa e alia atendimento clínico e acompanhamento por equipe multidisciplinar.
Muitos pacientes com microcarcinoma papilar com nódulo menor de um centímetro são elegíveis a vigilância ativa.
O(a) paciente é monitorado pela equipe especializada em Cabeça e Pescoço desde a primeira consulta. Nesta etapa, a pessoa é avaliada por endocrinologistas, psicólogos e cirurgiões, que avaliam os exames e possíveis formas de tratamento.
"É um acompanhamento muito rigoroso e seguro. O mais importante é que, segundo nossa experiência e estudos da comunidade científica, além de evitar a cirurgia, as chances de cura dos pacientes seguidos foram as mesmas dos pacientes tratados pelos métodos tradicionais", explica o Dr. Luiz Paulo Kowalski, médico cirurgião de cabeça e pescoço e Líder do Centro de Referência de Cabeça e Pescoço.
A Vigilância Ativa é uma forma de integrar ensino e pesquisa, aliado com custo e efetividade e desfecho clínico, priorizando o bem-estar do(a) paciente.
Os pacientes também podem ser acompanhados remotamente através da tecnologia. No aplicativo Laura, os pacientes respondem a perguntas de um robô criado especialmente para monitorar possíveis sintomas.