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Tomografia de pele pode no futuro ajudar no diagnóstico de melanoma

 
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Tomografia de pele pode no futuro ajudar no diagnóstico de melanoma

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Estudo do A.C.Camargo em parceria com a Universidade de Michigan busca trazer agilidade nos exames não invasivos da pele com diagnóstico cada vez mais precoce e preciso

A biópsia é o atual padrão para diagnóstico do melanoma, um tipo de câncer de pele que se não for diagnosticado precocemente pode se espalhar para outras partes do corpo, no processo chamado metástase. Considerado um procedimento invasivo, a biópsia pode causar, além de ansiedade, dor e lesões irreversíveis na pele do paciente. Além disso, demanda mais custo do sistema de saúde, já que um melanoma é diagnosticado em média a cada 15 a 30 biópsias desnecessárias de lesões benignas.

Pensando em melhorar o diagnóstico de melanoma, a Dra. Tatiana Blumetti, dermatologista do A.C.Camargo Cancer Center, realizou sua tese de doutorado estudando um método de imagem chamado de Tomografia de Coerência Óptica (OCT) para Avaliação de Nevos (pintas) e Melanoma”, que pode ser uma alternativa, no futuro, para diagnóstico do melanoma. A OCT, que ainda é utilizada somente para fins de pesquisa, possui alta resolução capaz de fornecer informações diagnósticas não invasivas. “É uma técnica que tem sido aprimorada e aperfeiçoada para avaliação de lesões de pele. A avaliação do melanoma ainda não é possível para uso isolado, mas acredito que, no futuro, poderemos usar para este fim”, explica a médica. 

Os resultados foram interessantes e, após publicação da tese, surgiu a parceria com a Universidade de Michigan para aprofundamento dos estudos, que deu origem ao artigo Optical Radiomic Signatures Derived from Optical Coherence Tomography Images to Improve Identification of Melanoma/Assinaturas radiométricas ópticas derivadas de imagens de tomografia de coerência óptica para melhorar a identificação do melanoma publicado em fevereiro na Cancer Research - American Association for Cancer Research. “Realizamos um estudo em parceria com um engenheiro da Universidade de Michigan, no qual avaliamos as diferenças entre nevos e melanomas por meio de uma análise por computador, que identificou diferenças significativas entre os dois nas imagens estudadas. Isso foi muito interessante, pois as imagens de tomografia de pele são difíceis de serem avaliadas a olho nu, o que exige muita experiência do examinador. Já, o computador depois de “ensinado” a fazer a análise, não teve dificuldades”, conta Dra. Tatiana. 

O algoritmo desenvolvido chamado de “Extração de propriedades ópticas (OPE)”, analisou as imagens da tomografia (OCT), identificando assinaturas únicas para detecção do melanoma. O A.C.Camargo forneceu as imagens de tomografia das pintas e melanomas realizadas com a OCT e fez a análise crítica do trabalho. Os dados mostraram que as pintas benignas e os melanomas podem ser diferenciados com 97% de sensibilidade e 98% de especificidade, o que sugere que o algoritmo OPE pode levar a melhorias no diagnóstico do melanoma e na experiência do paciente. “Nós estamos no início deste processo para avaliação do melanoma, já com resultados muito positivos. Provavelmente, em breve, todos estes estudos serão validados e poderão trazer benefícios diretos para pacientes tanto na agilidade dos exames, quanto no diagnóstico cada vez mais precoce”, conta a especialista. 

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