Todos os pacientes com câncer são tratados com as mesmas drogas quimioterápicas? Quando associar a quimioterapia com radioterapia? O que é quimioterapia convencional? O que são as terapias-alvo? De que forma as pesquisas ajudam no desenvolvimento de possíveis novas drogas? Quais remédios de uso constante podem conflitar com a quimioterapia? Por que os pacientes sentem enjoo, náuseas e perdem o cabelo? Estas e outras questões serão abordadas no Encontro com Especialistas, evento idealizado pelo A.C.Camargo, que, todos os meses, compartilha com a população temas relacionados à oncologia. O evento será na quinta, 21, às 17h30. Com vagas limitadas, as inscrições podem ser feitas pelo [email protected]. O público pode também interagir por meio dos perfis no Twitter e Facebook.
Reunindo os oncologistas clínicos titulares da Instituição, o evento abrirá com aula do diretor do departamento, Marcello Ferretti Fanelli, que abordará a evolução do tratamento quimioterápico desde o desenvolvimento das primeiras drogas eficazes contra tipos específicos de câncer logo após a Segunda Guerra Mundial, passando pela descoberta das quimioterapias convencionais adotadas até hoje como fluorouracil, cisplatina e os chamados taxanos.
De acordo com Fanelli, conforme foram testados os mecanismo de ação de cada medicamento, foi possível identificar quais tumores eram mais ou menos inibidos por determinada droga. "Observou-se também como era a resposta dos pacientes ao tratamento, que poderiam apresentar efeitos colaterais mais ou menos severos. Alguns efeitos colaterais poderiam chegar a ser proibitivos para a continuidade do tratamento", destaca o especialista.
Viu-se que o tratamento oncológico não é único, tampouco aleatório. As células cancerosas apresentam vulnerabilidades exclusivas e específicas que as tornam bastante sensíveis a certas substâncias químicas que, por sua vez, podem não afetar as células normais. O segredo estava justamente em revelar a biologia de cada célula cancerosa e, com isso, selecionar as armas certas para atingir o alvo com precisão.
A primeira grande descoberta nesse sentido surgiu na segunda metade da década de 1970, atendendo pelo nome de receptor de estrogênio e, consequentemente, o surgimento da droga tamoxifeno. "Pode-se dizer que neste momento já começou a Era da Oncologia Personalizada. Os pesquisadores identificaram por imuno-histoquímica que algumas pacientes respondiam ao bloqueio hormonal gerado pelo tamoxifeno; outras não, abrindo caminho para a personalização da terapia do câncer de mama", exemplifica Fanelli.
Duas décadas depois, surgiu o anticorpo monoclonal Herceptin (trastuzumab), que logo se mostrou uma droga eficaz para pacientes com fator de superexpressão do fator de crescimento epidérmico humano (Her-2). Essa determinação é feita por meio do teste preditivo de resposta FISH, cujo papel é o de determinar a existência ou não do Her-2 amplificado. "Resumindo, pacientes com amplificação desse gene são indicados ao tratamento com Herceptin", acrescenta Fanelli.
Esses avanços propiciaram o surgimento de outras terapias-alvo, drogas que agem de forma dirigida sobre as células de determinado tumor, preservando as células saudáveis, minimizando assim os efeitos colaterais e aumentando as chances de cura do paciente. Essa é uma realidade para perfis de tumores de mama (Herceptin), intestino (Bevacizumab ou Cetuximab), rim (Sunitinib), pulmão (Erlotinib e Gefitinib), melanoma (Ipilimumab) e alguns linfomas. "Mas há muito campo a avançar nesse sentido", observa.
Segundo Marcello Fanelli, algumas dessas drogas se mostram mais eficazes quando associadas à quimioterapia convencional ou aos anticorpos monoclonais. "Buscamos com essas associações identificar a melhor forma de oferecer maior controle da doença e melhor qualidade de vida em relação aos efeitos colaterais. Excetuando a queda de cabelo, que é algo que não houve muito avanço, os quadros de náuseas, vômitos, constipação, entre outros, são cada dia melhor controlados".
Encontro com Especialistas - Criado em 2011, recebeu cerca de 2 mil pessoas ao longo de suas edições já realizadas, sendo opção de interação de pacientes, familiares, cuidadores e público em geral, com suas dúvidas relacionadas a tipos de câncer de alta incidência na população brasileira como mama, próstata, pulmão, laringe, boca, colo do útero, estômago, fígado, melanoma, garganta, tireoide, entre outros. Os questionamentos foram respondidos ao vivo em auditório e via redes sociais por mastologistas, urologistas, psicólogos, psiquiatras, cirurgiões, pneumologistas, fonoaudiólogos, ginecologistas, endocrinologistas, entre outros. .
SERVIÇO
Encontro com Especialistas do Hospital A.C.Camargo
Tema: Quimioterapia
Data: quinta-feira, 21 de fevereiro de 2012
Local: A.C.Camargo: Auditório Sen. José Ermírio de Moraes.
Endereço: Rua Professor Antônio Prudente, 211, Liberdade, São Paulo
Horário: 17h30
Inscrições gratuitas: [email protected]
Participação por redes sociais: Facebook / Twitter - Envie sua pergunta até o dia do evento.
Público e oncologistas se reúnem para esclarecer dúvidas sobre quimioterapia
Publicado em: 13/02/2013 - 22:02:00
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