O propósito do estudo foi demonstrar que uma classificação simplificada, aplicada a 1.470 casos cirúrgicos, se correlaciona com o prognóstico dos pacientes.
Simplificar é a palavra-chave desse estudo. Entretanto, para simplificar, era preciso começar grande: foram revistos 1.470 casos cirúrgicos de timoma, de 14 respeitadas instituições em 11 países, para testar a aplicação de um sistema de classificação de fácil entendimento para um tipo de tumor que possui muitas variações. O timoma é um tumor derivado de células do timo, um órgão linfoide localizado na região superior do tórax.
A Organização Mundial de Saúde apresentou, em 1999, um sistema de classificação para timomas (posteriormente revisado em 2004 e 2015). Embora tenha produzido um padrão de diagnóstico, o sistema da OMS não parece ser um indicador independente de prognóstico. O propósito deste estudo atual, "Thymoma: a clinicopathological correlation of 1.470 cases", publicado na Hum Pathology e coordenado pelo Dr. Cesar Moran, do Departamento de Patologia do MD Anderson Cancer Center, foi testar uma classificação mais simplificada do que a nomenclatura proposta pela OMS.
"O A.C.Camargo participou com casos de timoma diagnosticados no Departamento de Anatomia Patológica, os quais foram revisados, com posterior envio de dados ao coordenador principal do estudo", completa Dr. Antônio Hugo Campos, um dos patologistas participantes, juntamente com o Dr. Fernando Soares, ex-Diretor do Departamento.
Os patologistas de 11 países pertencem ao Thymic International Group, um grupo que se dedica a aumentar o conhecimento de tumores do timo. O estudo demonstrou que a separação desses tumores entre timoma e timoma atípico, associada a dados relativos à invasividade do tumor (ele pode ser encapsulado, minimamente invasivo ou apresentando invasão de órgãos adjacentes), fornece uma avaliação clínico-patológica relevante em termos de prognóstico. "Essa classificação mais simplificada fornece excelentes informações sobre o prognóstico do paciente, facilitando a tomada de decisões de tratamento. Além disso, evita variações entre diferentes observadores que podem ocorrer mais frequentemente quando se utiliza a nomenclatura da OMS", conclui Dr. Antônio Hugo.
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Dr. Antônio Hugo José Fróes Marques Campos - CRM 110240
Médico Titular do Departamento de Anatomia Patológica