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Os efeitos colaterais da quimioterapia

 
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Os efeitos colaterais da quimioterapia

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O paciente diagnosticado com câncer pode, em algum momento, ser submetido à quimioterapia e, embora não tenha a real dimensão do tratamento, já chega ao consultório médico ciente de que a abordagem é acompanhada de algumas consequências, como queda de cabelo, infecções, febre e vômito.

Esses efeitos colaterais da quimioterapia são resultado das medicações, que interferem diretamente na capacidade de multiplicação das células, normais ou tumorais, e variam de acordo com o tipo e a dosagem dos medicamentos. Em cada pessoa, as reações podem ser diferentes, variando em frequência e intensidade.

Alguns sintomas duram pouco tempo após a aplicação da quimioterapia e outros podem durar todo o tratamento, persistindo, inclusive, após seu término. A boa notícia é que a maioria desses desconfortos cessa com o término das sessões e ainda existem certos cuidados que podem reduzi-los, tornando o tratamento o mais tolerável possível.

"A quimioterapia é um tratamento muito amplo e há uma centena de medicamentos e combinações que podem ser feitas. Muitas vezes, o efeito colateral que afeta uma pessoa não é o mesmo de outra. O tipo e a associação da medicação utilizada e a sensibilidade do paciente vão influenciar na reação do organismo ao tratamento", explica Dra. Solange Sanches, oncologista clínica do A.C.Camargo.

Febre, náusea, vômito e diarreia
A febre pode ocorrer durante o tratamento e requer uma investigação imediata, pois pode ser sinal de uma infecção, resultado da queda de resistência. Já náuseas, vômitos e diarreia podem ser controlados com medicamentos específicos, conforme orientação médica. "Se algum desses efeitos for persistente e não estiver sendo controlado, o ideal é procurar o pronto-socorro do Hospital onde o tratamento está sendo feito", diz a oncologista.

Infecção
A infecção é uma complicação do tratamento que pode ocorrer devido à redução das barreiras de proteção do corpo (integridade da pele e das mucosas, por exemplo) e dos glóbulos brancos. Com menor número de leucócitos no sangue, o risco de invasão por agentes como vírus, bactérias, fungos e outros parasitas aumenta. A prevenção é a chave para combater essa possível complicação: cuide da pele e das unhas, evite locais fechados e aglomerados, evite contato com animais e pessoas que estejam com doenças contagiosas e conserve e prepare os alimentos de forma segura.

Queda de cabelo 
A alopecia é característica de apenas alguns medicamentos, que agem nas células que estão se multiplicando e crescendo. A célula do folículo piloso, que dá origem à estrutura do cabelo, quando sofre a ação da quimioterapia, se desprega e cai. Isso ocorre geralmente cerca de duas a três semanas após o início da quimioterapia e é completamente reversível após o término do tratamento.

"A queda de cabelo pode ser bastante rápida e muito impactante do ponto de vista emocional. É importante que a pessoa já tenha preparado antecipadamente sua estratégia para o efeito colateral: peruca, lenço, chapéu, bonés e protetor solar para esta área sensível e antes não exposta ao sol", alerta a oncologista.

Mucosite
As lesões na cavidade oral podem variar de uma leve vermelhidão até feridas graves. Um dos sintomas mais comuns é sentir a mucosa mais fina e sensível. É importante manter uma higienização adequada, utilizando escova de dentes de cerdas macias, creme dental suave e enxaguantes bucais sem álcool, para diminuir a proporção de agentes patogênicos como fungos, vírus e bactérias, além de proteger mais a mucosa.

Toxicidade do sangue
O sangue é composto pelos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Quando o tratamento atinge essas células, a queda de glóbulos brancos, por exemplo, baixa a resistência, aumentando o risco de infecções; a diminuição de glóbulos vermelhos leva à anemia e consequente cansaço; já com a queda das plaquetas, o risco maior é de sangramento.

Infertilidade
A infertilidade não acomete necessariamente todos os pacientes, pois depende muito da medicação e, na maioria das vezes, é reversível. Nos casos em que o risco é maior, existe a possibilidade de preservação de espermatozoides e óvulos.

Para o homem jovem, ou que ainda quer ter filhos, a sugestão é a preservação do esperma. Para a mulher, não há taxas que mostrem se determinada quimioterapia oferece mais riscos que outra, mas também é possível optar pela coleta e preservação dos óvulos.

Esses procedimentos devem ser discutidos com o médico, caso a caso, avaliando o tempo demandado para a coleta e preservação dos espermatozoides ou óvulos, além da possibilidade de uma fertilização posterior ao tratamento.

Segundo Dra. Solange, as mulheres em idade fértil e em quimioterapia devem discutir com o médico as opções possíveis dentro de seu caso, para evitar a gravidez durante o tratamento. "Muitas vezes, a menstruação sofre alterações, mas isso não significa que não há ovulação. O médico deve avaliar cada caso para orientar a paciente sobre o método de prevenção mais adequado", completa.

Inapetência
O tratamento pode induzir à falta de apetite e pode causar perda de peso, consequência de uma nutrição inadequada. Ingerir líquidos vagarosamente e se alimentar várias vezes ao dia e em quantidades menores amenizam esse quadro. A orientação nutricional deve ser específica para cada caso e supervisionada por um nutricionista especializado, pois alinhar as necessidades às preferências nutricionais do paciente é muito importante nesse contexto.

A melhor conduta no tratamento é determinada pelo oncologista, que leva em consideração fatores como idade, sexo, peso, condição de saúde e histórico clínico, além das características próprias do tumor. No A.C.Camargo, uma equipe multidisciplinar, composta por oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, farmacêuticos, nutricionistas e enfermeiros, atua avaliando e acompanhando cada caso a fim de minimizar ao máximo o desconforto do tratamento. 

Dra. Solange Moraes Sanches - CRM 66744
Departamento de Oncologia Clínica do A.C.Camargo

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