O estudo mostrou que a nova abordagem é segura e pode agilizar o tratamento.
O método convencional de tratamento para câncer de ovário avançado indica cirurgia para a retirada completa do tumor e, depois, seis ciclos de quimioterapia. Há alguns anos surgiu a quimioterapia intraperitonial hipertérmica (Hipec), festejada por trazer uma nova abordagem ao tratamento do câncer avançado que se espalha pelo peritônio. É uma químio aplicada logo após a remoção total do tumor, ainda na sala de cirurgia.
Um cateter é introduzido dentro da cavidade abdominal para injetar uma solução quimioterápica aquecida. "É como se lavássemos o abdome da paciente com essa quimioterapia. Deixamos o cateter irrigando a cavidade, fechamos a pele provisoriamente, depois abrimos, retiramos o cateter e fechamos o abdome da paciente", explica Dr. Levon Badiglian Filho, do Departamento de Ginecologia Oncológica.
A solução quimioterápica aquecida é mais potente do que a químio convencional por aumentar a sensibilidade da célula tumoral ao quimioterápico. No entanto, mesmo celebrado por suas vantagens, nem sempre o Hipec tem sido utilizado, porque os pacientes podem sofrer algumas complicações pós-operatórias.
Nosso aluno de Pós-graduação Thales Batista estudou uma nova abordagem, usando o Hipec em casos avançados em que não é possível a retirada completa do tumor numa primeira cirurgia. "Às vezes abrimos o abdome da paciente e constatamos que não é possível operar. Então fechamos, encaminhamos a paciente para três ciclos de quimioterapia convencional e, depois disso, com o tumor reduzido, conseguimos fazer a cirurgia", conta o Dr. Levon.
"O Thales idealizou combinar os métodos em casos assim: abrir o abdome e, se constatado que não é possível operar, fechar o abdome, encaminhar a paciente para a quimioterapia convencional e depois fazer a cirurgia combinada com o Hipec", diz o Dr. Levon, orientador do trabalho.
A nova abordagem foi testada em nove pacientes e mostrou que esse protocolo em pacote completo (cirurgia + Hipec + quimioterapia intravenosa) tem chances promissoras de ser adotado. O próximo passo da tese será um estudo comparativo dessa abordagem com as que já são feitas.
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Dr. Levon Badiglian Filho - CRM 94536
Médico Titular do Departamento de Ginecologia Oncológica
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia - RQE nº 54567