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Microbiota: pesquisadores estudam bactérias do corpo humano para aprimorar combate a tumores

 
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Microbiota: pesquisadores estudam bactérias do corpo humano para aprimorar combate a tumores

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Com contribuições da genômica e da nutrição, essa análise é uma tendência cada vez mais importante na oncologia – e pode abrir caminho para novos tratamentos contra o câncer

Os cientistas já sabiam que a microbiota – bactérias, fungos e vírus que habitam o corpo humano – tem um papel importante na regulação do sistema imunológico. Agora, cada vez mais, eles estão convencidos de que estudar esses microrganismos pode ajudar a prever a resposta dos pacientes com câncer a determinados medicamentos, além de abrir caminhos para novas abordagens terapêuticas.

De acordo com o cientista Emmanuel Dias-Neto, head do Laboratório de Genômica Médica do A.C.Camargo, a pesquisa oncológica vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, graças aos avanços tecnológicos da genômica e à contribuição de áreas como a nutrição.

“O método padrão para estudos em microbiologia envolve cultivar os microrganismos em laboratório, mas antes não conseguíamos fazer isso com a imensa quantidade de bactérias presentes no corpo humano”, explica Dias-Neto. “O advento do sequenciamento genético em larga escala resultou em um salto nos estudos sobre o microbioma.”

Segundo o cientista, a microbiota tem um papel importante no controle da resposta do organismo a agentes externos. Um desequilíbrio nesse conjunto de microrganismos, em tese, pode afetar a maneira como o corpo detecta e aniquila uma célula anormal antes que ela se transforme em um tumor.

“A microbiota é muito importante no contexto do câncer. Algumas bactérias, por exemplo, degradam os quimioterápicos, aniquilando o efeito da droga e prejudicando o tratamento. Há também bactérias que produzem agentes que causam o câncer”, diz.

 

Imunoterapia

Para o cientista, a microbiota também pode afetar a maneira como os pacientes com câncer respondem aos tratamentos – especialmente à imunoterapia.

“Por sequenciamento genético, analisamos a microbiota dos pacientes que respondem bem ou mal ao tratamento, para verificar se há bactérias associadas a essas respostas”, explica. “Em breve teremos informações robustas sobre como será a resposta do paciente ao tratamento em função de sua microbiota e, com isso, poderemos adaptar a abordagem.” Uma via promissora é modificar esse contexto desfavorável para estimular a resposta à terapêutica. 

Em outra linha de estudos, os pesquisadores identificam grupos de pacientes que têm bactérias associadas a respostas boas e ruins ao tratamento. “Estudamos qual é a dieta do pessoal de cada grupo, para descobrir o que os indivíduos com uma microbiota considerada boa têm em comum em sua alimentação”, afirma Dias-Neto. “O objetivo é tentar melhorar a resposta ao tratamento mudando a dieta do paciente.” 

 

Foco nos alimentos

A pesquisadora Diana Noronha, que faz parte do grupo liderado por Dias-Neto, explica que, em tese, um paciente refratário a um tratamento poderia passar a responder a ele com a alteração de sua microbiota. 

“Além de usar a microbiota como fator preditivo da resposta aos tratamentos, podemos alterá-la para melhorar os resultados. Com esses estudos, estamos percebendo ainda que, na teoria, é possível determinar alimentos que, ao serem metabolizados pelas bactérias, podem proteger contra o câncer”, conta Noronha.

Enfim, trata-se de inovação: possibilita a identificação dos microrganismos do corpo humano para prever reação a tratamentos contra o câncer, além de idealizar novas terapias a partir da alteração da microbiota presente no organismo.

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