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Medo de recidiva: nova forma de terapia melhora vida de pacientes após o tratamento

 
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Medo de recidiva: nova forma de terapia melhora vida de pacientes após o tratamento

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Estudo australiano mostra eficiência de abordagem para controlar o medo da volta da doença, que impacta a qualidade de vida emocional e profissional de mais da metade dos pacientes que sobrevivem ao câncer.

Cerca de 50% dos pacientes que passaram por tratamento de câncer e 70% das mulheres jovens que tiveram câncer de mama sofrem de medo de recidiva da doença em níveis moderados a elevados.

Esse quadro, que pode impactar a atividade profissional e os relacionamentos pessoais, está associado a:

  • Baixa qualidade de vida
  • Angústia e ansiedade
  • Falta de planejamento do futuro
  • Evitar avaliação médica ou procurá-la excessivamente
  • Maior uso do sistema de saúde

Um teste clínico fase II realizado com 222 pacientes na Austrália mostrou que uma intervenção psicológica chamada Conquer Fear (Vencer o Medo) produz bons resultados logo após a ação e nos 3 e 6 meses posteriores a ela.

"A diminuição do medo de recorrência da doença foi o bastante para melhorar o bem-estar emocional e psicológico", afirmou a oncologista Dra. Jane Beith, da Universidade de Sufney, na Austrália, principal autora do estudo "Long Term Results of a Phase II Randomized Controlled Trial (RCT) of a Psychological Intervention (Conquer Fear) to Reduce Clinical Levels of Fear of Recurrence (GOR) in Breast, Colorectal and Melanoma Cancer" e que foi um dos destaques do ASCO 2017.

A técnica Conquer Fear foi desenvolvida pelos autores e, por enquanto, está sendo utilizada apenas em estudos e não na prática clínica. O processo envolve terapia em cinco sessões presenciais e individuais com duração entre 60 e 90 minutos ao longo de dez semanas.

A intervenção tem cinco focos principais:

  • Aceitação da incerteza quanto ao retorno ou não do câncer
  • Ensino de estratégias para controlar preocupação e ansiedade
  • Maior controle sobre o foco de atenção dos sobreviventes
  • Clareza sobre o que a pessoa deseja da vida
  • Escolha e adesão de um esquema razoável de acompanhamento clínico

O estudo envolveu sobreviventes de câncer de mama, colorretal e melanoma, com níveis de medo considerados de médio a alto, que foram aleatoriamente encaminhados ao Conquer Fear e ao Take it Easy, com técnicas de relaxamento e que funcionou como grupo de controle.

Os sobreviventes foram avaliados logo após a intervenção. Após 3 e 6 meses, o Conquer Fear se mostrou mais eficaz do que as técnicas de relaxamento. A nova técnica também se mostrou eficaz para reduzir pensamentos recorrentes sobre câncer, ansiedade, depressão, angústia e melhorar a qualidade de vida, em termos de maior autonomia, dor, saúde mental, relacionamentos e autoestima.

A técnica foi aplicada por psicólogos especializados em câncer, mas, segundo os pesquisadores, terapeutas podem ser treinados inclusive para oferecer a intervenção online, não presencial. O próximo passo da equipe é avaliar o impacto econômico do Conquer Fear.

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