Mamografia associada a exames complementares contribui para o diagnóstico precoce de câncer de mama
Mamografia associada a exames complementares contribui para o diagnóstico precoce de câncer de mama
Se hoje é possível diagnosticar precocemente cerca de 70% dos casos de câncer de mama, um dos protagonistas do avanço na saúde da mulher é a mamografia. Casos identificados logo no início trazem 90% de chance de sucesso no tratamento. Contrariamente, na década de 1980, somente 30% das mulheres descobriam a doença na fase inicial. A mamografia é capaz de diagnosticar lesões ainda não palpáveis, menores que dois milímetros. Essas pequenas lesões, chamadas de microcalcificações, estão presentes, segundo o Pathology Outlines, em 50% dos casos de câncer de mama.
No entanto, a mamografia não é eficaz para todos os casos. O seu potencial é reduzido, por exemplo, quando a paciente tem a mama densa ou já fez biópsia do tecido mamário. “Nessas situações, o exame complementar é usado tanto para ter um diagnóstico mais preciso, quanto para a definição do melhor procedimento para conter a evolução do tumor”, explica a médica radiologista, responsável pelo setor de mamografia do A.C.Camargo Cancer Center, Elvira Ferreira Marques.
Quando não é possível caracterizar um nódulo pela mamografia, o principal exame complementar é o ultrassom. “Um achado visto pelo exame, por exemplo, pode ser sólido, que tem mais propensão de ser câncer, ou ter um conteúdo líquido, que, na maioria das vezes, são benignos. O ultrassom consegue fazer essa diferenciação”, ressalta a Dra. Elvira Marques.
Outra indicação frequente é a do exame de ressonância magnética. O procedimento é indicado para as mulheres que já foram diagnosticadas com câncer de mama, mas precisam determinar, com maior precisão, o tamanho do tumor e a possível existência de outras lesões na mama. O National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, ressalta que estão sendo estudadas, em busca de evidências científicas, outras tecnologias complementares à mamografia, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia óptica difusa, que usa luz em vez de raios X para criar imagens da mama.
Independentemente da realização de exames complementares, uma mamografia feita com qualidade faz a diferença, conforme explica a cirurgiã oncologista e líder médica de Mastologia do A.C.Camargo Cancer Center, Fabiana Baroni Makdissi. “Equipamentos modernos, paciente corretamente posicionada, mama pressionada na direção e força corretas resultam num laudo preciso. São diferenciais que ampliam a qualidade do exame e isso é fundamental, pois uma mamografia malfeita gera uma informação que não condiz com a realidade clínica da paciente, o que é muito prejudicial”, comenta a Dra. Fabiana.
De acordo com a Dra. Elvira Marques, os mamógrafos atuais apresentam recursos que reduziram a dose de irradiação, sendo capazes de analisar imagens com grande efetividade, facilitando assim a identificação de alterações sem a necessidade de muitas imagens complementares. “Cada vez mais, nós estamos sendo capazes de indicar o exame correto para a paciente certa, trazendo acurácia no diagnóstico e evitando desperdícios”, afirma a radiologista.
Câncer de mama no mundo e no Brasil
O levantamento Globocan 2018, da Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que o câncer de mama impacta 2,1 milhões de mulheres por ano.
No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), também é o câncer mais comum entre as mulheres. A estimativa para 2018 é que cerca de 60 mil brasileiras recebam o diagnóstico de câncer de mama.
Mamografia e a redução da mortalidade
Não há estudos que mostram o impacto da realização do exame na população brasileira, porém o levantamento SEERs, do Ministério da Saúde dos Estados Unidos, destaca redução das mortes por câncer de mama. O órgão aponta que a taxa global de sobrevida em cinco anos é de 89,7%, ou seja, quase nove entre 10 mulheres, em média, estão vivas após cinco anos de tratamento. Nas mulheres que descobrem a doença na fase mais inicial essa taxa sobe para 98,7%.
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