O Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado em 27 de julho, pauta a discussão sobre prevenção e detecção precoce desses tumores
A negligência dos sintomas e a demora no encaminhamento por parte de dentistas, médicos e demais profissionais da saúde são alguns dos fatores que retardam o diagnóstico. Para entender melhor a campanha, confira a seguir as dicas do doutor Luiz Paulo Kowalski, head do Núcleo de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo.
Prevenção
Diferentemente de muitos tipos de câncer, cujas principais causas não são conhecidas, os tumores de cabeça e pescoço têm seus principais fatores de risco bem estabelecidos:
• Tabagismo
• Bebidas alcoólicas
• HPV (papilomavírus humano)
Por isso, recomenda-se não fumar, beber com moderação e não praticar sexo oral sem proteção. Endossa o fato um estudo publicado pelo A.C.Camargo Cancer Center na revista científica International Journal of Cancer, em 2015, que aponta que 32% dos tumores de boca em jovens têm associação com o papilomavírus (HPV).
Outro paper mostra que, em amígdala, até 80% dos casos estão associados ao vírus. Há dez anos, essa associação existia em apenas 25% dos casos, representando um crescimento superior a 300%.
Ingerir diariamente carne vermelha em grandes quantidades também pode facilitar um tumor na boca ou na garganta, principalmente quando preparada em churrasqueiras, devido a elementos carcinogênicos presentes no carvão. O consumo ideal de carne é de duas a três vezes por semana e recomenda-se variar a forma de preparo, além de incluir bastante salada na alimentação.
Sinais e sintomas
Os tópicos abaixo podem sugerir a existência de câncer. Por isso, é importante consultar o médico ou o dentista se qualquer um desses sintomas persistirem por mais de duas semanas, para que o profissional avalie a necessidade de pedir outros exames para confirmar ou não o diagnóstico.
• Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
• Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
• Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
• Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
• Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada
• Dificuldade para mastigar ou engolir
• Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
• Dormência da língua ou outra área da boca
• Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
• Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
• Mudanças na voz
• Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
• Perda de peso
• Mau hálito persistente