Inteligência artificial e saúde: vivemos no futuro?
Inteligência artificial e saúde: vivemos no futuro?
Ciência de dados e inteligência artificial ajudam no diagnóstico e tratamento oncológico? O assunto foi tema do Next Frontiers to Cure Cancer 2021, do A.C.Camargo Cancer Center
Ciência de dados e inteligência artificial ajudam no diagnóstico e tratamento oncológico? O assunto foi tema do Next Frontiers to Cure Cancer 2021, do A.C.Camargo Cancer Center
Inteligência artificial nunca esteve tão em moda. Também, chamada de IA (sigla em inglês), a método simula o raciocínio humano por meio de cálculos matemáticos e recursos tecnológicos.
Em saúde, a inteligência artificial já é uma realidade e apoia profissionais da saúde a diagnosticar e tratar com mais assertividade.
Na sessão “Inteligência artificial aplicada à saúde”, Israel Tojal, cientista do A.C.Camargo apresentou o assunto junto com Felipe Kitamura, head de Inteligência Artificial da Rede Dasa, e Carlos Sacomani, médico urologista e assessor médico de TI do A.C.Camargo. Os especialistas apontaram tendências e novidades sobre o tema.
Tecnologia e saúde
"Quando pensamos em inteligência artificial, logo nos vem à mente filmes como Ex_Machina e Eu, Robô. Ainda não temos tecnologia capaz de desenvolver robôs independentes como aqueles, por isso, nossa IA é chamada de restrita: perguntamos algo simples com resposta única", explica Felipe.
As redes neurais são sofisticados modelos de inteligência artificial que, como o próprio nome diz, replicam o modo de funcionamento do cérebro humano e são muito usadas em processamento de imagens.
Um estudo publicado na revista Nature nos dá um exemplo de como a inteligência artificial pode mudar a forma como é praticada a medicina. Especificamente nesse trabalho, foram usados várias ressonâncias magnéticas com tumor cerebral e, a partir de dados clínicos, foi possível prever o tempo de vida dos pacientes. "Ou seja, a partir dos algoritmos, temos uma precisão maior na estimativa de sobrevida dessas pessoas", conta Felipe.
O mesmo exemplo pode ser aplicado a esta pesquisa da Cornell University que mostrou a importância da mamografia mais recente na detecção de casos de mama. O modelo não se baseia em análises clínicas e hereditárias, mas na imagem atual da mamografia. Com isso, os pesquisadores conseguiram melhorar a predição de câncer em até cinco anos.
A inteligência artificial também pode ser usada para assistir e identificar padrões da evolução cirúrgica. "O IA consegue ver se a cirurgia será tranquila ou não. É como se uma pessoa pudesse observar todas as mesmas cirurgias e conseguisse identificar possíveis erros ou pontos de melhoria. A próxima etapa é desenvolver um algoritmo para identificar se o cirurgião está fazendo uma secção adequada", diz Felipe.
Big Data e saúde
Para falar sobre dados em uma instituição de saúde, o médico urologista Carlos Sacomani reforçou a importância da big data em um mundo em grande transformação.
"Segundo dados do começo de 2020, sem contar com a pandemia, já somos mais de 5 bilhões de pessoas conectadas na internet e 3,8 bilhões de usuários ativos nas redes sociais. Isso diz sobre nosso futuro tecnológico e a relevância da 4ª Revolução Industrial na nossa sociedade", diz Sacomani.
O que podemos fazer com essas informações? "Educar nossos dados a partir da machine learning: coletar, explorar, limpar e preparar esses dados para depois treiná-los a nosso favor. E claro, sempre ir treinando e validando essas informações com base em evidências médicas.
No entanto, “precisamos pensar na responsabilidade civil do uso dos algoritmos e na necessidade de validá-los adequadamente antes de serem usados nos pacientes” diz Sacomani
A inteligência artificial veio para ajudar médicos e pacientes.
Um Cancer Center não é um hospital, é uma plataforma completa de atendimento, incluindo prevenção, investigação, estadiamento, tratamento, cuidados paliativos e reabilitação. Tudo no mesmo local.