Conheça o legado deste visionário no combate ao câncer
O cirurgião Fernando Campello Gentil (1921-1989), que hoje empresta seu nome a um de nossos ambulatórios, teve papel muito relevante na Cirurgia Oncológica no A.C.Camargo e no Brasil.
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez Residência Médica no Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSKCC) de Nova York, onde também foi médico assistente.
Retornou ao Brasil no final da década de 1950 e, após rápida passagem pelo Hospital dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro, veio para o A.C.Camargo a convite de Prudente.
Com sólida formação em Cirurgia Oncológica, Gentil foi um dos primeiros brasileiros a receber treinamento formal nessa área de atuação sob a forma de Residência Médica. Trouxe do MSKCC para o A.C.Camargo e para o Brasil procedimentos cirúrgicos arrojados para o tratamento do câncer nos diversos compartimentos anatômicos.
Também foi pioneiro ao introduzir no país uma cirurgia conservadora para o tratamento do câncer de mama no início da década de 1970, quando a mastectomia radical idealizada por Halsted, no final do século 19, era considerada padrão ouro.
Recebeu duras críticas por essa conduta, de eminentes figuras da mastologia, que um pouco mais tarde passaram a adotá-la, inclusive de maneira mais conservadora.
Ao falecer, em 1989, tinha mais de 400 casos de câncer de mama tratados conservadoramente.
O primeiro caso em que esse procedimento foi aplicado, batizado como “Cirurgia de Gentil”, está publicado no Journal of Surgical Oncology, 14:173-93 (1980).
Gentil dedicou a vida profissional ao seu consultório e ao A.C.Camargo, onde operava praticamente todos os seus pacientes – dentre eles, figuras ilustres da sociedade paulistana e brasileira.
Um homem que deixou um grande legado.