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Estudo RAPIDO: foco no tratamento do carcinoma de reto localizado

 
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Estudo RAPIDO: foco no tratamento do carcinoma de reto localizado

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Por Celso Abdon Lopes de Mello, oncologista clínico, com a colaboração da médica da radioterapia Maria Leticia Gobo, ambos do A.C.Camargo Cancer Center

Os resultados do estudo RAPIDO estavam sendo bastante aguardados.

Os pacientes com carcinoma de reto distal de alto risco são tratados hoje com quimiorradioterapia neoadjuvante, seguida de cirurgia e quimioterapia adjuvante. 

A chance de ocorrer uma recidiva local do tumor é relativamente baixa nos dias atuais, nos melhores centros. 

Porém, a recidiva à distância (ou metástase) é frequente em tumores de alto risco. 

Este estudo avaliou uma estratégia que já vinha sendo empregada em alguns cenários, que é a radioterapia hipofracionada de curta duração (short course). Em vez de cinco semanas, a radioterapia é empregada em uma semana. 

Estudo anteriores mostraram que, aparentemente, a radioterapia administrada em short course não era inferior à de cinco semanas. 

Além disso, o braço experimental também empregou a quimioterapia pré-operatória. 

Em resumo, o braço experimental foi tratado com radioterapia na dose de 5Gy x 5 dias seguido de quimioterapia com FOLFOX x 9 ciclos ou CAPOX x 6 ciclos – e, por último, a cirurgia. 

O que se observou foi uma menor recidiva da doença (falha ao tratamento relacionada com a doença), ou seja, 7% menos recidiva da doença em termos absolutos; o resultado também mostrou que esta estratégia aumentava significativamente a taxa de resposta patológica completa: de 14% para 28%. 

Os dados de sobrevida global ainda não foram avaliados. 

Além da maior efetividade dessa estratégia, outra vantagem é a maior praticidade, pois reduz o tempo do tratamento, com menos deslocamento para realizar a radioterapia em cinco semanas, menos tempo afastado do trabalho etc. 

Em tempos de Covid-19, esta estratégia minimiza significativamente a exposição do paciente ao ambiente hospitalar.

Este é um importante estudo que, certamente, em breve deverá mudar a prática e tornar-se um novo padrão para pacientes com tumores de reto baixo que apresentam alto risco de recidiva. 

Celso Abdon Lopes de Mello e o câncer colorretal

Maria Leticia Gobo Silva

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