Além de comprometer o bem-estar do paciente, alteração pode levar à pneumonia
A disfagia é caracterizada por qualquer alteração no ato de engolir e pode trazer uma série de riscos à saúde, como aspirações de alimentos ou saliva que, se atingirem os pulmões, levam à pneumonia. Esta alteração é mais frequente no dia a dia do paciente oncológico e pode ser grave, comprometendo não só o bem-estar como a resposta ao tratamento. Para destacar a importância do cuidado quanto do diagnóstico precoce, é comemorado em 20 de março o Dia Nacional de Atenção à Disfagia.
Além dos sintomas clássicos como a dificuldade de mastigar e engolir, Dra. Luciana Dall'Agnol, fonoaudióloga do A.C.Camargo, destaca que é importante ficar atento a outros comportamentos. “Tempo elevado para se alimentar, necessidade de engolir diversas vezes a mesma colherada, escape de alimento pelo nariz, tosses ou engasgos durante ou imediatamente após as refeições, sensação de alimento parado na garganta, aumento na secreção pulmonar e até mesmo febre sem causa aparente podem ser sinais da disfagia”, conta.
Um dos principais motivos que levam a este quadro estão relacionados ao próprio tratamento oncológico. Como há perda de peso e com isso a perda de massa muscular também, há um enfraquecimento da musculatura responsável pelas funções de fala, voz e deglutição. Outras causas como cirurgias na boca e garganta também podem modificar a forma de engolir.
Exercícios e mudanças na alimentação ajudam no tratamento
A boa notícia é que esta alteração tem solução. O tratamento é realizado pelo profissional da fonoaudiologia e consiste em exercícios que fortaleçam ou melhorem a mobilidade da língua e demais estruturas da boca e laringe. Com isso, há uma melhora da disfagia. É importante frisar que cada caso é um caso e os exercícios devem ser orientados conforme a necessidade de cada paciente.
A alimentação é outro ponto de atenção. A fonoaudióloga explica que mudanças alimentares simples podem melhorar o quadro. “Se o paciente não tiver condições de manipular e engolir as consistências dos alimentos que vem ingerindo, isso pode favorecer os sintomas de disfagia. Por exemplo, às vezes, o paciente não consegue ingerir um bife, mas ao substituí-lo pela carne moída o desempenho melhora e o risco é eliminado, sem privá-lo do alimento”, explica Dra. Luciana.
Diante de qualquer sintoma, é importante que o paciente ou o cuidador notifique ao médico que o acompanha. O tratamento é multidisciplinar e é realizado em parceria com as equipes de fonoaudiologia e nutrição. No A.C.Camargo, a equipe de fonoaudiologia realiza atendimentos dos pacientes com disfagia nas enfermarias, UTIs e ambulatórios.