Grupo de trabalho formado por 25 cientistas, de 14 países, avaliou as evidências levantadas por uma série de estudos sobre prevenção primária e secundária de câncer bucal. A revisão é fundamental para a construção de políticas públicas de saúde e orientação de tratamentos e prevenção
Entre os meses de setembro e dezembro de 2021, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC em inglês), agência intergovernamental ligada a Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu um grupo de trabalho formado por 25 cientistas, de 14 países, avaliou as evidências levantadas por uma série de estudos sobre prevenção primária e secundária de câncer bucal.
O grupo de cientistas, entre eles o Dr. Luiz Paulo Kowalski, líder do Centro de Referência em Tumores de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center, revisou uma série de estudos relevantes publicados e avaliou as evidências de acordo com os preâmbulos atualizados dos manuais de prevenção do câncer criados pela IARC.
A participação em estudos desse porte reforça o compromisso do A.C.Camargo com a melhoria do ecossistema oncológico mundial além de auxiliar na produção científica que contribuirá para a construção de políticas públicas de tratamento e prevenção baseadas em ciência e informação.
Em 2020, os cânceres de lábio e cavidade oral ocuparam a 16ª posição como tipos de câncer que mais mataram no mundo e uma das principais causas de mortalidade entre homens no Sul e Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental (Austrália, Melanésia, Micronésia, Nova Zelândia).
Muitos fatores genéticos, ambientais e comportamentais contribuem para o aumento no risco desses tipos de câncer. Entre eles estão atribuídos o tabagismo (ativo e passivo) e consumo excessivo de álcool. No Sudeste Asiático e no Oeste das Ilhas do Pacífico, onde a incidência de câncer oral é mais alta, os principais fatores de risco são tabagismo passivo e o consumo de produtos à base de nozes de areca (uma espécie de palmeira típica dos continentes asiático e africano).
Uma pequena porcentagem de câncer bucal em todo o mundo – aproximadamente 2% do total – é causada por outro fator, a infecção pelo papilomavírus humano, principalmente HPV16’5.
Toda a revisão e avaliações científicas foram publicadas no The New England Journal of Medicine em outubro.