MD Anderson Cancer Center apresenta novidades na área de imuno-oncologia
Por Dr. Kenneth Gollob, head do grupo de Imuno-oncologia Translacional do A.C.Camargo Cancer Center
Os cânceres que se espalham para a medula óssea são particularmente difíceis de combater e a resposta imune é frequentemente suprimida, levando ao crescimento do tumor. Diferentes subtipos de células T podem ativar a resposta imune para combater o tumor ou inibir a resposta imune. O Grupo de Imuno-oncologia Translacional do A.C.Camargo Cancer Center estuda essas subpopulações de células T e seu papel em vários tipos de câncer, em parceria com o MD Anderson Cancer Center. Durante o AACR 2019, a Dra. Padmanee Sharma, do MD Anderson, apresentou alguns resultados sobre por que a resposta imune contra cânceres que se espalham para os ossos é inibida.
No estudo, ela verificou subpopulações de células T no osso e descobriu que essas células eram em sua maioria um tipo chamado Th17 e poucas Th1 (células T ativadoras de respostas imunes antitumorais), enquanto no tecido onde uma forte resposta imune antitumoral estava presente, havia principalmente Th1 e poucos Th17. A partir disso, a pesquisadora investigou por que a resposta foi principalmente Th17 levando a uma fraca resposta imune anticâncer e descobriu que osteoclasto (um tipo específico de célula óssea) produz uma molécula (TGF-beta) que induz o desenvolvimento de Th17 e reduz Th1, levando a uma resposta imune ineficaz no osso.
Com isso, Dra. Padmanee bloqueou o TGF-beta, o que levou a um aumento nas células Th1 e redução no tamanho do tumor. Ela então foi além para incluir um inibidor de “checkpoint”, anti-CTLA-4, mais anti-TGF-beta e viu que o Th17 estava reduzido, o Th1 estava aumentado junto com células antitumorais (T CD8), e o tumor reduziu. Assim, seu trabalho demonstrou que podemos converter uma resposta imune inibitória em uma resposta imune ativada para combater o câncer no osso, podendo levar ao desenvolvimento de novos tratamentos.