Testículos
Testículos
Os testículos são dois órgãos ovais, situados no interior do escroto, que têm papel fundamental na produção dos espermatozoides e dos hormônios masculinos, como a testosterona. Apesar de serem dois, é possível viver normalmente apenas com um testículo, caso haja remoção cirúrgica ou atrofia. O câncer de testículos se desenvolve quando as células desses órgãos se multiplicam descontroladamente, comprometendo a sua função normal. Costuma ser mais comum entre homens jovens, na faixa dos 20 aos 34 anos, mas, diagnosticado precocemente, tem 99% de chances de cura.
Há dois tipos básicos de câncer dos testículos, o de células germinativas e o de estroma, que são os tumores dos tecidos produtores de hormônios, ambos com subtipos. Os tumores de células germinativas se dividem em seminomas e não seminomas. Os seminomas afetam as células produtoras de esperma, representam 50% dos casos, costumam ter crescimento lento e respondem bem ao tratamento. Eles se dividem em clássicos, que afetam homens entre 25 e 45 anos, e espermatocíticos, que atingem homens mais velhos, crescem devagar e tendem a não se disseminar.
Os não seminomas tendem a crescer e se espalhar mais depressa e se subdividem em: carcinoma embrionário, que tende a crescer e se espalhar rapidamente; carcinoma do saco vitelino, que geralmente atinge meninos e adolescentes; e coriocarcinoma, que é raro e extremamente agressivo.
Os tumores de estroma são mais comuns na infância e geralmente são benignos. Podem ser tumor das células de Leydig, que são as células produtoras de hormônios masculinos, tumor das células de Sertoli, que são células de suporte e que nutrem as células produtoras de espermatozoides.
Os sintomas de câncer de testículo variam de pessoa para pessoa.
- Pequeno nódulo duro e indolor, perceptível quando apalpado
- Mudança na consistência dos testículos
- Sensação de peso no saco escrotal
- Dor no baixo-ventre ou na virilha
- Acúmulo de fluido no escroto
- Dor ou desconforto no testículo ou escroto
- Crescimento das mamas ou perda do desejo sexual
- Crescimento de pelos no rosto ou corpo cedo demais em meninos
- Dor lombar, se o câncer se espalhou
FATORES DE RISCO
Vale lembrar que fatores de risco aumentam o seu risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai obrigatoriamente ter câncer de testículos.
- Idade: ele é mais comum na faixa dos 15 aos 40 anos, concentrando-se entre os 10 e 34 anos. Homens brancos têm dez vezes mais chance de desenvolver a doença.
- Desenvolvimento anormal dos testículos
- Testículos que não desceram para o escroto antes do nascimento, o que se chama criptorquidia. Mesmo homens que passaram por cirurgia para corrigir o problema correm maior risco de ter câncer.
- Histórico familiar ou pessoal de câncer de testículo
- Síndrome de Klinefelter
- HIV
O diagnóstico de câncer de testículo muitas vezes é resultado de apalpação pelo paciente ou pelo médico e a ultrassonografia costuma ser precisa para a detecção da doença. Exames de sangue que fazem a dosagem de marcadores tumorais como gonadotrofina coriônica humana beta (beta-HCG), alfafetoproteína e desidrogenase lática (DHL) também colaboram para o diagnóstico.
ESTADIAMENTO
O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos. Os estágios do câncer de testículo vão de zero a 3.
Estágio 0: células anormais presentes nos túbulos em que os espermatozoides começam a ser formados e que podem se tornar cancerosas e se espalhar pelos tecidos próximos. Todos os marcadores tumorais estão normais. Esse estágio também é chamado carcinoma in situ.
Estágio 1A: o câncer está presente no testículo e no epidídimo, o tubo que leva os espermatozoides dos testículos ao duto deferente, e pode ter invadido a camada interna da membrana que envolve o testículo. Todos os marcadores tumorais estão normais.
Estágio 1B: o câncer está no testículo e no epidídimo e se espalhou para OU se espalhou para a membrana mais externa em torno do testículo OU está no cordão espermático ou escroto e pode estar nos vasos sanguíneos ou linfáticos do testículo.
Estágio 1S: o câncer está no testículo, no cordão espermático ou no escroto e OU todos os marcadores tumorais estão um pouco acima do normal OU um ou mais marcadores tumorais estão moderadamente acima do normal ou altos.
Estágio 2A: o câncer está presente no testículo, no cordão espermático ou no escroto OU está presente em até cinco gânglios linfáticos no abdome, nenhum deles maior que 2 cm, OU todos os marcadores tumorais estão normais ou levemente acima do normal.
Estágio 2B: o câncer está presente no testículo, no cordão espermático ou no escroto e se espalhou OU para até cinco gânglios linfáticos no abdome, sendo que pelo menos um tem mais de 2 cm, mas nenhum tem mais de 5 cm, OU para mais de cinco gânglios linfáticos no abdome, mas nenhum com mais de 2 cm, OU todos os marcadores tumorais estão normais ou levemente acima do normal.
Estágio 2C: o câncer está presente no testículo, no cordão espermático ou no escroto e se espalhou para um gânglio linfático no abdome e o tumor tem mais de 5 cm. Todos os marcadores tumorais estão normais ou levemente acima do normal.
Estágio 3A: o câncer está presente no testículo, no cordão espermático ou no escroto e se espalhou para um ou mais gânglios linfáticos no abdome e para gânglios linfáticos distantes ou para o pulmão. O nível de um ou mais marcadores tumorais varia do normal até o levemente acima do normal.
Estágio 3B: o câncer está presente no testículo, no cordão espermático ou no escroto e pode ter se espalhado para um ou mais gânglios linfáticos próximos ou distantes ou para o pulmão. O nível de um ou mais marcadores tumorais variam do normal até o alto.
Estágio 3C: o câncer está presente no testículo, no cordão espermático ou no escroto e pode ter se espalhado para um ou mais gânglios linfáticos próximos ou distantes ou para o pulmão ou qualquer outra parte do corpo. O nível de um ou mais marcadores tumorais varia do normal até o muito alto.
Se a ultrassonografia mostrar um tumor no testículo, o médico vai marcar uma cirurgia, na qual será retirada amostra para a biópsia, e, em caso positivo, uma orquiectomia, que é a retirada do testículo afetado pelo câncer. Nos casos de câncer avançado, é utilizada a quimioterapia neoadjuvante antes da cirurgia, com o objetivo de reduzir o tumor e facilitar a cirurgia, que pode envolver a retirada de gânglios linfáticos da região profunda do abdome, perto da coluna.
A quimioterapia é empregada em todos os casos de tumores metastáticos e também na prevenção de metástases após a remoção dos testículos. A quimioterapia é bastante eficaz nesses casos, garantindo a cura da grande maioria de pacientes, mesmo com doença avançada.
A radioterapia é usada no tratamento dos tumores de tipo seminoma, também para impedir a ocorrência de micrometástases nos gânglios linfáticos.
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