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Ovário

 

Ovário

O câncer de ovário é silencioso, demora a apresentar sintomas e pode crescer bastante antes de ser detectado. Por isso, cerca de 90% dos casos têm o diagnóstico quando a doença já está avançada. Cerca de 10% dos casos têm um componente genético e podem estar relacionados com a síndrome familial de mama e ovário. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o País deve registrar neste ano 6.650 novos casos de câncer de ovário.

 É importante destacar que cistos no ovário não costumam ter nenhuma relação com câncer de ovário. Cistos são pequenas bolsas que contêm líquido, nem sempre causam sintomas e na maioria das vezes fazem parte da ovulação e desaparecem sozinhos. No entanto, quando são grandes ou têm características suspeitas, exigem cirurgia para esclarecer a dúvida.

Os ovários são dois órgãos que se ligam junto com trompas ao útero, um de cada lado. O câncer de ovário mais comum é o que começa nas suas células epiteliais (90%), ou seja, nas células de revestimento da parte externa dos ovários. Esse tipo de câncer se divide em serosos de alto grau (70%), endometriais (10%), de células claras, mucinosos e de baixo grau. Tumores no ovário são mais comuns em mulheres na menopausa e o uso de anticoncepcional diminui o risco do seu desenvolvimento.

Mulheres com câncer de ovário costumam ter sintomas vagos e pouco específicos, que se confundem com um mal-estar banal como indigestão e gases, ou ganho de peso, que é comum na menopausa. Os sintomas variam de mulher para mulher, mas podem incluir:

  • Desconforto ou dor abdominal, como gases, indigestão, cólicas e inchaço
  • Sensação de empachamento mesmo depois de refeição leve
  • Náusea, diarreia, prisão de ventre ou necessidade frequente de urinar
  • Perda ou ganho de peso inexplicável
  • Perda de apetite
  • Sangramento vaginal anormal
  • Cansaço incomum
  • Dor nas costas
  • Dor durante o ato sexual
  • Alterações na menstruação

Esses sintomas não querem dizer que você está com câncer de ovário, mas merecem uma consulta médica se são sintomas novos, se persistem por mais de algumas semanas ou se ocorrem mais de 12 vezes no mesmo mês.

FATORES DE RISCO

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai ter câncer de ovário.

Idade: o risco de câncer de ovário aumenta com a idade e metade das pacientes tem mais de 60 anos.

Não ter filhos: quanto mais filhos você tem, menor o risco de ter esse câncer.

Histórico familiar: casos de câncer de ovário na família aumentam seu risco de ter a doença.

Síndromes familiais de câncer: portadoras de síndrome familial de mama e ovário, de câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC), também chamada de síndrome de Lynch, de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 e alterações nos genes BRIP1, RAP51C ou RAD51D têm alto risco de desenvolver câncer de ovário e precisam ser acompanhadas regularmente por serviço especializado em oncogenética.

Ainda não existe nenhum método totalmente eficaz no diagnóstico precoce do câncer de ovário. A história do paciente, o exame físico, o ultrassom transvaginal e a medida no sangue do marcador tumoral CA-125 é o que se tem hoje em dia para tentar um diagnóstico precoce.

Quando há forte suspeita de câncer de ovário, o médico pode pedir exames adicionais como tomografia computadorizada, colonoscopia (para avaliar a parte interna do intestino grosso), ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT), além de exame de sangue para medir os níveis de CA-125, que é um marcador tumoral que pode estar aumentado no câncer de ovário, mas não é específico desse tipo de câncer e pode estar elevado por outros motivos. Isso significa que, sozinho, o exame de sangue que mede os níveis de CA-125 não basta para diagnóstico da doença e, por isso, ele é mais usado durante o tratamento, para ver se a terapia está funcionando.

A confirmação do diagnóstico é feita por biópsia que, nesse caso, é a análise de tecido obtida por meio de cirurgia, videolaparoscopia ou ainda por biópsia por aspiração por agulha fina (BAAF). A escolha do método vai depender de cada caso.

ESTADIAMENTO

O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos. Para isso, é usada uma combinação de letras e números, que vão de 1 a 4, este último indicando maior acometimento.

Estágio 1: o câncer está limitado ao ovário ou ovários.
Estágio 1A: o câncer está em um ovário.
Estágio 1B: o câncer está nos dois ovários.
Estágio 1C: o câncer está em um ou ambos os ovários, mas também na superfície do ovário OU no fluido abdominal OU uma cápsula com fluido se rompeu.

Estágio 2: o câncer está em um ou ambos os ovários e se espalhou para outras partes da pelve.
Estágio 2A: o câncer atingiu o útero, as trompas de Falópio ou ambos.
Estágio 2B: o câncer atingiu a bexiga, o reto ou o cólon.
Estágio 2C: o câncer atingiu qualquer um dos órgãos acima, está na superfície do ovário, uma cápsula com fluido se rompeu OU há células cancerosas no fluido abdominal.

Estágio 3: o câncer está em um ou ambos os ovários, se disseminou pelos gânglios linfáticos próximos OU para outros órgãos abdominais, exceto para o fígado.
Estágio 3A: o câncer se espalhou pelo revestimento do abdome, não pode ser visto e não atingiu os gânglios linfáticos.
Estágio 3B: o câncer se espalhou pelo abdome, é visível (mas tem menos de 2 cm), mas não atingiu os gânglios linfáticos.
Estágio 3C: o câncer se espalhou pelo abdome, é visível (e tem mais de 2 cm) e atingiu os gânglios linfáticos.

Estágio 4: o câncer atingiu o pulmão, fígado ou outros órgãos distantes.

Confirmado o diagnóstico, o tratamento dependerá do estadiamento da doença, isto é, do estágio em que ela se encontra. O procedimento básico de diagnóstico e tratamento é a cirurgia, mas sua extensão vai depender das dimensões do tumor e do comprometimento de outros órgãos. Ela pode se limitar à remoção dos dois ovários e trompas, útero, gânglios linfáticos, biópsias do peritônio, omentectomia (retirada de tecido gorduroso sobre o intestino grosso) e lavado peritoneal (coleta de líquido para análise de presença de células malignas).

Nos casos de doença mais avançada, pode ser ainda necessária a retirada de outros órgãos, como segmentos do intestino, além de eventuais implantes. É a chamada citorredução, e o seu objetivo é retirar o máximo de doença possível para que no final da cirurgia não haja doença visível.
Além da cirurgia, na maioria dos casos, a paciente também vai fazer quimioterapia, com combinação de diferentes drogas administradas por via endovenosa.

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