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Radioterapia hipofracionada semanal apresenta boas perspectivas no tratamento do câncer de mama

 
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Radioterapia hipofracionada semanal apresenta boas perspectivas no tratamento do câncer de mama

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Publicado no periódico The Breast Journal, estudo demonstrou bons resultados em relação à toxicidade e à ausência de recidiva local 

 

O tratamento padrão para o câncer de mama após uma cirurgia conservadora da mama consiste em 25 ou 30 frações diárias de radioterapia. Em algumas situações, hoje é totalmente estabelecido fazer esse tratamento em 15 ou 16 frações diárias – é a chamada radioterapia hipofracionada.

Evidências para um processo ainda mais curto, que prevê de cinco a dez frações diárias, ainda são escassas na literatura médica. Algo que motivou o estudo Once-Weekly Hypofractionated Radiotherapy for Breast Cancer: First Results of a Phase II Clinical Trial (Radioterapia Hipofracionada uma Vez por Semana para Câncer de Mama: Primeiros Resultados de um Estudo Clínico de Fase II). Um trabalho publicado no periódico The Breast Journal

 

Critérios

O tratamento conservador com 25 ou 30 frações diárias, bem como a terapia de 15 ou 16 frações diárias, é realizado em dias consecutivos, de segunda a sexta. “Já este ensaio clínico, que foi minha tese de doutorado no programa de pós-graduação do A.C.Camargo, avaliou um protocolo para tratar pacientes com doses mais altas de radiação em apenas cinco sessões, a cada sete dias, durante cinco semanas”, explica o autor, doutor Liêvin Matos Rebouças, radio-oncologista no Instituto do Câncer do Ceará. 

O médico foi orientado pela doutora Conceição Campos, radioterapeuta do Instituto do Câncer do Ceará, e pelo doutor José Humberto Fregnani, superintendente de ensino do A.C.Camargo. O estudo é fruto de uma parceria entre as duas instituições, sendo o A.C.Camargo responsável pela formação de diversos mestres e doutores na instituição cearense.  

De outubro de 2013 a novembro de 2015 foram incluídas no estudo 44 mulheres, com 50 anos de idade ou mais, todas com tumor mamário inicial e que tinham feito a cirurgia. Elas se submeteram ao protocolo de cinco sessões de radioterapia, em doses mais altas de radiação que o convencional.

“Houve um critério de seleção muito restritivo: mulheres com mais de 50 anos, sem linfonodos acometidos, que não fizeram quimioterapia e que se submeteram à cirurgia conservadora, a quadrantectomia. Nela, você não retira toda a glândula, mas apenas um quadrante, assim se mantém a mama, em contraponto à mastectomia”, diz o doutor Liêvin.

 

Resultados 

De todas as pacientes tratadas por este protocolo, houve recorrência distante em um caso e nenhuma recidiva local, ou seja, o tumor não voltou à mama de nenhuma paciente. “Foi o desfecho oncológico mais importante”, comemora Liêvin. 

O principal objetivo avaliado no trabalho, porém, foi a questão da toxicidade, se ela apareceria em nível além do esperado. “Na maioria dos casos ocorreu apenas uma toxicidade leve, como uma pequena reação cutânea, totalmente em linha com as poucas publicações que já existiam”, analisa o médico.

Ao final da radiação, 30 pacientes (68,2%) apresentavam algum grau de dermatite por radiação, sendo o eritema cutâneo o evento adverso agudo mais comum. 

 

Próximos passos

Apesar das boas perspectivas, os resultados do artigo científico não são definitivos. “Não dá para dizer que esse fracionamento em cinco sessões já pode ser estabelecido como padrão, como ocorre com o fracionamento em 15 sessões, que já é um hipofracionamento. Mas ele abre caminhos para novas perspectivas de se usar fracionamentos mais curtos como alternativa no câncer de mama”, conclui o doutor Liêvin Matos Rebouças. 

Para conferir o estudo completo (em inglês), clique aqui.

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