Anatomia Patológica
Anatomia Patológica
Um serviço essencial para garantir a veracidade do diagnóstico e, assim, determinar o mais preciso tratamento para cada paciente. Este é o grande diferencial da Anatomia Patológica do A.C.Camargo Cancer Center, uma equipe composta por médicos patologistas especializados e com títulos acadêmicos de mestrado e/ou doutorado e que coordena o programa de Residência Médica em Patologia. Nossas pesquisas são veiculadas em publicações internacionais de alto impacto e também em trabalhos premiados em congressos dentro e fora do país.
O que fazemos
Nosso laboratório de Anatomia Patológica atua integrado com todas as outras especialidades médicas, realizando exames histopatológicos (biópsias dos tecidos com tumores extraídos em cirurgias) e intraoperatórios (por congelação), que são fundamentais para o diagnóstico, estabelecimento do prognóstico e definição da terapêutica no tratamento do câncer.
Com o material coletado na biópsia, é possível identificar os aspectos anatomopatológicos do tumor e as informações que determinam o perfil do câncer, seu tipo histológico (que pode variar entre mais de 800 tipos diferentes), o grau de malignidade da doença e as chances de cura.
A biópsia tradicional é o procedimento mais simples realizado pelo laboratório, mas nem por isso é de pouca relevância. Nosso serviço de Anatomia Patológica é referência e, muitas vezes, recebemos pedidos de análises de outros locais. Além disso, realizamos testes adicionais como imuno-histoquímica, hibridização in situ (cromogênica ou fluorescente) e de biologia molecular.
Somos pioneiros em diversos procedimentos como a microscopia a laser (equipamento que permite a obtenção de células específicas individualizadas para a realização do estudo celular de cada tipo de célula) e a técnica de Tissue Microarray, que consiste na possibilidade de fazer testes em larga escala (análise comparativa de 500 amostras de tecidos em uma única lâmina).
- Oferecemos aos médicos e aos pacientes os mais modernos testes moleculares aplicados ao diagnóstico.
- Os destaques são FISH (fluorescent in situ hybridization), CISH, MSI (microsatelitte instability), cDNA microarray, TMA (tissue microarray), genes diferencialmente expressos, genes metilados, mutação nos genes de reparo, microdissecção a laser, entre outros.
O diagnóstico preciso é essencial para um tratamento individualizado.
Um FISH mostrando amplificação para o gene Her2-neu pode implicar mudança no tratamento do câncer de mama. Uma hibridização in situ positiva para HPV de alto risco pode indicar acompanhamento periódico mais minucioso. O estudo dos genes de reparo em um câncer colorretal pode indicar tendência familiar para esta neoplasia.
Laboratório de Patologia Molecular
- Por tipos de câncer
Carcinomas de mama, neoplasias cerebrais, melanoma, carcinomas de cabeça e pescoço, neoplasias ginecológicas, neoplasias urológicas, trato gastrointestinal, sarcomas, hematopatologia e Testes de Predisposição Genética ao Câncer.
- Por tipos de técnica
FISH: Vários mecanismos são capazes de dar vantagem proliferativa a células neoplásicas, um dos quais se refere à amplificação de genes responsáveis por vias de sinalização, controle do ciclo celular, receptores, fatores de crescimento, entre outros. A detecção de pequenas mutações, translocações ou a identificação de amplificação gênica (por aumento do número de cópias de determinado gene) podem ser avaliadas através de pequenas sequências de DNA complementares, chamadas probes ou sondas, que se ligam a segmentos do DNA das células em estudo. Como as sondas são marcadas por substâncias fluorescentes, é possível visualizar o produto da reação em um microscópio de fluorescência. Assim, é possível avaliar, por exemplo, a amplificação do gene Her2-neu para carcinomas de mama e avaliar a translocação X;18 para sarcomas sinoviais.
- Predição de resposta terapêutica
Her2-neu - avaliação de amplificação do gene HER2 (para definir pacientes com câncer de mama ou estômago que se beneficiarão com inibidores do receptor de crescimento HER2).
EGFR - avaliação de amplificação do gene EGFR (para definir pacientes com câncer de pulmão ou do sistema nervoso central que se beneficiarão com inibidores do receptor de crescimento EGFR).
1p 19q - avaliação de deleção de 1p e 19q (para definir tratamento de pacientes com oligodendroglioma anaplásico).
n-MYC - avaliação de amplificação do gene n-MYC (para definir prognóstico de crianças com o diagnóstico de neuroblastoma).
Diagnóstico de sarcomas:
EWS - sarcoma de Ewing, sarcoma de células claras, DSRCT, condrossarcoma mixóide extraesquelético.
FKHR - rabdomiossarcoma alveolar.
SYT - sarcoma sinovial.
MDM2 - lipossarcoma desdiferenciado.
CHOP - lipossarcoma mixoide.
- Outras sondas para diversas aplicações: Pten P53 P16
- CISH
Utiliza o mesmo princípio do FISH, porém a revelação é feita nos moldes da imuno-histoquímica, através de cromógeno marron (Diaminobenzidina), o que permite o arquivamento das lâminas na forma usual. Ao contrário da fluorescência, os preparados têm vida útil mais longa, podendo, portanto, ser preservados por meses.
No Departamento de Anatomia Patológica, estão disponíveis sondas para HPV de baixo e alto risco, a serem testadas em material emblocado em parafina, além de sondas para EBV e Her-2.
- Tissue Microarray
Com o intuito de estudar grandes volumes de tecidos de diferentes pacientes, a técnica de Tissue Microarray permite colocar amostras anatomopatológicas de vários pacientes em um único bloco de parafina. Dessa forma, é possível, com uma única reação, corar as amostras por imuno-histoquímica, FISH ou CISH. O número de amostras pode chegar a até 500 amostras. Isso permite avaliar a influência na sobrevida de determinado marcador, ou saber o valor biológico daquela proteína em estudo. O Departamento tem larga experiência com este tipo de tecnologia, tendo arrays de tecido, dos mais variados tipos, neoplásicos e normais, tais como mama, tireoide, estômago, ovário, colo uterino, sarcomas, melanomas, linfomas, entre outros.
- Imuno-histoquímica
Avanços no desenvolvimento de anticorpos específicos para os mais variados antígenos têm permitido o estudo de numerosas proteínas associadas à adesão celular, antígenos oncofetais, agentes infecciosos, apoptose, ciclo celular, diferenciação celular, oncogenes, fatores de crescimento, fatores de transcrição, hormônios, filamentos intermediários, matriz extracelular, marcadores relacionados à patologia hematológica, genes de reparo, neurociência, genes supressores de tumor e muitos outros não relacionados.
Com o advento de novas armas terapêuticas, tendo como alvo membros proteicos específicos, a necessidade de identificação destes fatores nos tecidos tem se tornado necessidade de primeira ordem na atividade anatomopatológica.
O Departamento de Anatomia Patológica do A.C.Camargo dispõe de mais de 700 anticorpos diferentes para os mais diversos marcadores; é totalmente automatizado e está aberto a contratos de assistência para a realização de exames imuno-histoquímicos, CISH, FISH, microdissecção a laser e rearranjo gênico.
São diversas as modalidades de biópsia, dependendo de cada caso, e a maioria delas é feita em ambulatórios e apenas com anestesia local. Todas as biópsias são guiadas por ultrassom e/ou tomografia computadorizada e realizadas por médicos especialistas na área de intervenção. Minimamente invasivas, são seguras e precisas.
Biópsia percutânea guiada por imagem: percutâneo significa “através da pele”. É a biópsia feita por uma agulha, quando um pequeno fragmento do tecido tumoral é removido e examinado pelo médico patologista por análise microscópica para identificar células cancerígenas.
Conheça as biópsias que nossas equipes fazem aqui no A.C.Camargo Cancer Center:
Biópsias na região do abdome
- Biópsia hepática guiada por ultrassonografia (USG)
- Biópsia hepática guiada por tomografia computadorizada (TC)
- Biópsia pancreática
- Punção de cisto abdominal
Biópsias na região do tórax
- Punção/biópsia de nódulo pulmonar guiada por TC e/ou USG
- Punção/biópsia pleural guiada por TC e/ou USG
Biópsias no aparelho reprodutor
- Biópsia renal percutânea guiada por USG e/ou TC
- Punção e alcoolização de cistos renais
Biópsias no músculo esquelético
- Punção/biópsia de lesões de corpo vertebral e paravertebral guiada por TC
- Punção/biópsia de lesões ósseas das extremidades guiada por TC
- Punção/biópsia da medula óssea
- Punção/biópsia de tumores de partes moles guiada por TC e/ou USG
Biópsias nas mamas
- Punção/biópsia de nódulos mamários guiada por USG
- Agulhamento para localização pré-operatória de nódulos mamários guiado por USG
- Punção/biópsia de linfonodos axilares e da cadeia torácica interna
Biópsias na região de cabeça e pescoço
- Punção/biópsia de nódulos tireoidianos guiada por USG
- Punção/biópsia de linfonodos cervicais guiada por USG e/ou TC
- Punção/biópsia de tumores das glândulas parótidas e submandibulares guiada por USG
- Punção/biópsia de outros tumores da cabeça e pescoço
Biópsia líquida ctDNA
Você já ouviu falar de biópsia líquida? É o que há de mais moderno em biópsia, processo feito em equipamentos de última geração. Ela é indicada no planejamento ou acompanhamento do tratamento de pacientes que já foram diagnosticados.
Fazemos a biópsia líquida para tumores de pulmão, melanoma, colorretal e gastrointestinal.
A biópsia líquida ctDNA é um procedimento minimamente invasivo para detecção do DNA do tumor a partir da coleta de uma amostra de sangue do paciente. Por meio desse procedimento, o DNA livre no plasma é analisado, permitindo o acesso a informações sobre o perfil genético do tumor, o que pode auxiliar na escolha e monitoramento do tratamento do paciente.
Como funciona?
É coletada uma amostra do sangue do paciente, e o plasma é separado por um processo de centrifugação. Assim, o DNA é isolado e submetido à análise de mutações.
Tratamento individualizado: a análise das mutações específicas permite a escolha e o monitoramento do melhor tratamento.
Rapidez: Os resultados da biópsia líquida estão disponíveis em até 15 dias úteis.
Para quem é indicada?
É indicada aos pacientes já diagnosticados para acompanhamento da doença, escolha e monitoramento do tratamento, conforme avaliação do médico.
Atualmente, no A.C.Camargo Cancer Center, a biópsia líquida está disponível para os cânceres de: pulmão, melanoma, colorretal e gastrointestinal. Todo o processo é realizado dentro do A.C.Camargo com equipamentos de última geração.
Quais os diferencias da biópsia líquida ctDNA?
Mais confortável e menos agressiva. É uma técnica minimamente invasiva, pois evita que o paciente se submeta a uma intervenção cirúrgica para análise.
Maior sensibilidade e precisão
A biópsia líquida ctDNA analisa o tumor como um todo, possibilitando um tratamento personalizado ao paciente.
Mais rápida e atualizada
Os resultados da biópsia líquida ctDNA estão disponíveis em até 15 dias úteis, oferecendo informações mais atualizadas sobre o tumor.
Como é feito o procedimento?
1 - Coleta do material
O processo se inicia com a coleta de sangue no próprio A.C.Camargo Cancer Center.
2 - Separação do plasma
Através da centrifugação, que deve seguir procedimentos específicos determinados pelo laboratório.
3 - Extração do DNA e sequenciamento
O DNA livre no plasma é isolado e submetido à análise de mutações.
4 - Identificação dos biomarcadores
Mutações específicas são avaliadas para auxiliar na escolha e no monitoramento do tratamento.
A pesquisa em oncologia depende da identificação das características e dos perfis dos tumores, informações obtidas por meio da análise de materiais biológicos. A estrutura mais adequada para armazenar esses materiais é o Biobanco - responsável pela coleta, pelo armazenamento e pelo gerenciamento de amostras de diversos tipos de materiais humanos: tecidos, sangue, RNA, DNA, entre outros, de acordo com normas e padrões nacionais e internacionais.
Nosso Biobanco é um dos maiores e mais organizados bancos de armazenamento de amostras de câncer da América Latina. É uma iniciativa que possibilita a realização de pesquisas em câncer com qualidade comparável aos estudos realizados nos melhores centros de saúde e pesquisa do exterior.
A experiência na área de biologia molecular possibilitou a criação do Banco de Ácidos Nucleicos, que faz parte do Biobanco, onde o DNA e o RNA de todas as amostras biológicas, incluindo tecidos e sangue, são purificados, visando alto rendimento e qualidade que possibilite a utilização desse material para as diversas metodologias moleculares dos projetos desenvolvidos no A.C.Camargo Cancer Center.
A estrutura do Biobanco do A.C.Camargo é composta pelo Banco de Tumores e pelo Banco de Macromoléculas. Desde sua criação, foram coletadas no Banco de Tumores 60.477 amostras (leucócitos, plasma, tecido congelado, tecido PFA e tecido FA), mantendo-se aproximadamente 30 mil amostras em estoque. Já no Banco de Macromoléculas, foram cerca de 19 mil amostras processadas desde 2004.
Banco de Tumores
O Banco de Tumores do A.C.Camargo Cancer Center foi criado para atender à demanda de armazenamento de tecidos de alta qualidade, essencial para a pesquisa oncológica. Gerencia a coleta, o armazenamento e o fornecimento de amostras de tecidos para atender aos projetos de pesquisa realizados pelo A.C.Camargo ou por meio de colaborações e parcerias.
A multidisciplinaridade entre clínicos, cirurgiões, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, biólogos, biomédicos, patologistas e até administradores é essencial para que as informações sejam altamente confiáveis e possam ser utilizadas pelos diversos projetos de pesquisa.
O grande diferencial do Banco de Tumores é permitir estudos sobre o câncer em nível molecular, com o uso de equipamentos e técnicas avançadas, que garantem resultados mais seguros. A pesquisa "em nível molecular" significa estudar as moléculas (DNA, RNA, proteínas) existentes em tecidos e tumores humanos, com diversas finalidades:
- Identificar os mecanismos que levam ao aparecimento da doença.
- Desenvolver testes de rastreamento mais eficientes, que permitam o diagnóstico precoce, com melhor chance de cura.
- Desenvolver tratamentos mais eficazes, baseados em características de um tumor em particular, ou de um grupo de pacientes em particular.
Banco de Macromoléculas
A investigação molecular através da aplicação de modernas técnicas de análise de DNA, RNA e proteínas, aliada à alta qualidade das moléculas e à confiabilidade da informação clínica vinculada à amostra, resultou em importantes achados na era da genômica. Essas descobertas têm permitido a identificação de marcadores moleculares em câncer e aceleram o desenvolvimento de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Nesse contexto, o Banco de Macromoléculas do A.C.Camargo atua como um suporte às pesquisas que buscam marcadores potenciais para a prática clínica. Realiza a extração de macromoléculas (DNA, RNA) e otimiza protocolos de purificação destes ácidos nucleicos provenientes de várias fontes biológicas – desde material congelado até material emblocado em parafina – visando a alta pureza, rendimento e integridade das moléculas e, consequentemente, permitindo sua utilização em todas as abordagens moleculares.
O acervo totaliza hoje cerca de 19 mil amostras processadas, entre DNA e RNA. O banco dispõe de esquema totalmente informatizado, com equipamentos de última geração e equipe altamente qualificada, que garantem o nível de qualidade e de aproveitamento das amostras clínicas, para pesquisas de qualquer natureza e aplicação. Por ser especializado, o processo de extração de ácidos nucleicos permite que as amostras sejam compartilhadas entre diferentes projetos.
Antes da purificação dos ácidos nucleicos, todas as amostras de tecidos passam por uma análise patológica para confirmação da presença das células de interesse e, quando necessário, as amostras são microdissecadas manualmente ou a laser. Desde sua criação, o Banco de Macromoléculas disponibilizou amostras para centenas de projetos do próprio A.C.Camargo e de instituições parceiras.
Direitos do paciente
A maioria dos tratamentos de câncer requer a realização de cirurgia para a retirada do tumor. Essa retirada é essencial para que o tumor seja analisado por médicos patologistas, que fornecem um relatório detalhado com informações sobre o perfil do tumor. Esses dados são utilizados pelo cirurgião e pelo oncologista na programação do tratamento do paciente.
Todo material que sobra da análise do patologista pode ser utilizado em pesquisas médicas, se o paciente consentir em doá-lo para armazenamento pelo Biobanco. Entretanto, a decisão do paciente em doar ou não amostras para coleta e armazenamento pelo banco do A.C.Camargo não influi de nenhuma maneira em seu atendimento e tratamento.
O material só é coletado após a equipe responsável ter certeza de que a coleta não afetará os exames necessários para o diagnóstico e o tratamento corretos do paciente.
Como colaborar com a missão do Biobanco do A.C.Camargo?
Os pacientes atendidos no A.C.Camargo devem autorizar a coleta e o armazenamento de amostras biológicas assinando o "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido". Esse documento explica, em detalhes, a função, o objetivo e as obrigações do Biobanco do A.C.Camargo. A identidade do paciente é preservada em todo o processo e o material só é utilizado em projetos de pesquisa que tenham sido aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do A.C.Camargo.
Um Cancer Center não é um hospital, é uma plataforma completa de atendimento, incluindo prevenção, investigação, estadiamento, tratamento, cuidados paliativos e reabilitação. Tudo no mesmo local.