Pacientes da Oncologia Pediátrica relatam o que mais gostam nas aulas
Pacientes da Oncologia Pediátrica relatam o que mais gostam nas aulas
Pioneira no ensino em classe hospitalar, a Escola Especializada Schwester Heine mantém sua proposta, desde 1987, de evitar que os pacientes da Oncologia Pediátrica percam aulas e provas por não terem acesso ao convívio escolar em razão do tratamento do câncer. Já nessa época, Carmen Prudente, fundadora do A.C.Camargo, afirmava que as crianças conseguiam vencer a doença, mas não conseguiriam vencer na vida sem educação.
A Escola zela pelo desenvolvimento integral de seus alunos, pacientes do A.C.Camargo, oferecendo atividades educativas, pedagógicas, recreativas e lúdicas que visam diminuir o estresse e a ansiedade e auxiliar na aderência e no sucesso do tratamento proposto pelas equipes clínicas, assim como integrar os pacientes ao convívio escolar e social.
Quando está internado, Natan Henrique de Souza frequenta a Escola, desde 2011, ao mesmo tempo em que trata uma leucemia. "Eu tenho aula de matemática, português e artes. As professoras dizem que eu sou bom em matemática, mas eu prefiro as aulas de artes porque eu posso aprender a fazer coisas com papel e massa de modelar". Ele conta ainda que sua mãe pede a ele que estude medicina, mas o menino tem outra ideia: "Eu quero ser bombeiro ou policial".
Isabella Brandão, de 8 anos, também faz o mesmo tratamento e não precisa pensar muito para dizer que adora as aulas e as tarefas que recebe das professoras. "Eu gosto muito da escolinha, das aulas de artes, de todas as professoras e também de aprender várias coisas novas. Outro dia fiz bonequinhos de massa de modelar enquanto aprendia sobre a Tarsila de Amaral", explicou. Ela é de Manaus e fala confiante que veio para o A.C.Camargo, em novembro de 2012, para se tratar e ficar curada. "Quando crescer, eu quero ser médica para cuidar de crianças com a mesma doença que a minha", afirma.
Já Pedro Henrique Raimundo, de 13 anos, ainda não teve muitas aulas. "Por enquanto eu tive duas aulas. Na aula de português eu aprendi sobre os direitos humanos e na aula de história tive que ler quatro textos e fazer um resumo". Isso porque um dos fundamentos da Escola é respeitar a condição clínica de cada paciente/aluno. Pedro Henrique, por exemplo, está há apenas cinco dias no quarto, após realizar um transplante de fígado e passar dias se recuperando na UTI. O jovem conta que deseja ser jogador de futebol ou de vôlei e que, antes de descobrir a doença, tinha sido selecionado em uma peneira de um time de Campinas, sua cidade natal.
Jogar bola, brincar com os amigos da escola, passear e ir para a praia são apenas algumas das atividades que as crianças dizem sentir falta. Isabella comenta que sente mais falta do açaí e do peixe de Manaus. "O açaí e o peixe daqui de São Paulo têm um gosto estranho". "Já eu quero visitar o zoológico, assim que o tratamento terminar", completa Natan.
São convidados a participar da Escola todos os pacientes em tratamento de câncer na Oncologia Pediátrica do Hospital A.C.Camargo – que atende á faixa de 0 a 21 anos –, abrangendo todos os níveis de ensino, da pré-alfabetização até o final do Ensino Médio.
Um Cancer Center não é um hospital, é uma plataforma completa de atendimento, incluindo prevenção, investigação, estadiamento, tratamento, cuidados paliativos e reabilitação. Tudo no mesmo local.