Nossos especialistas estudam os fatores que revelam a agressividade dos tumores gástricos
Nossos especialistas estudam os fatores que revelam a agressividade dos tumores gástricos
Com esses resultados, cientistas poderão usar drogas-alvo para tratar pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.
Tumores gástricos podem ser muito agressivos e nem sempre respondem bem aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia. Identificar os genes que são capazes de alterar as células normais para o desenvolvimento dos tumores é o caminho para a criação de terapias-alvo para os pacientes com carcinomas gástricos agressivos.
Daí a importância deste estudo, "Prognostic implications of phosphatidylinositol 3-kinase/AKT signaling pathway activation in gastric carcinomas", publicado na Archives of Medical Science, tema da tese de mestrado de Paula Blandina Chiappini, orientada pela Dra. Maria Dirlei Begnami, Diretora interina do Departamento de Anatomia Patológica.
"Já sabíamos que em alguns tumores muito agressivos de mama ou de cérebro os mecanismos reguladores das funções biológicas associadas às proteínas PI3K/AKT aparecem alterados. Resolvemos estudar a expressão desses mecanismos em tumores gástricos", explica a Dra. Maria Dirlei. A pesquisa confirmou a suspeita.
Os pesquisadores analisaram 239 tumores gástricos e 200 amostras de tecido normal da mucosa gástrica. Em 90% dos carcinomas agressivos havia uma alta expressão de p-AKT, também relacionada, na maioria dos casos, com o tamanho dos tumores e com a presença de metástases. A mesma proteína foi observada em apenas 10% das amostras de tecido normal.
Outra proteína associada a esse mecanismo, a p-mTOR, também só foi encontrada nos tumores, e não havia presença dela no tecido gástrico normal. Enquanto com a proteína PTEN aconteceu o inverso: ela apresentava fraca expressão nas células tumorais e se mostrava forte e difusa nas células de tecido normal.
Traduzindo: a forte presença de p-AKT e p-mTOR e a ausência de PTEN indicam que os tumores são agressivos e progridem rapidamente.
"Com esses dados, abre-se a possibilidade de utilizar drogas-alvo mais eficazes para os pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais", diz a Dra. Maria Dirlei. O estudo teve a participação de vários especialistas aqui do A.C.Camargo, como Dr. Felipe Coimbra, Diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal, Dr. Celso de Mello e Dr. Milton Barros e Silva, da Oncologia Clínica, Dr. Clóvis Pinto, da Anatomia Patológica, Dr. Wilson Luiz da Costa Jr., da Cirurgia Abdominal.
Para ver mais informações sobre a pesquisa, clique aqui.
Dra. Maria Dirlei Ferreira de Souza Begnami - CRM 83564
Diretora interina do Departamento de Anatomia Patológica
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