Tire suas dúvidas sobre o novo imunizante e o processo de vacinação para quem está em tratamento oncológico
A vacina é um dos grandes avanços da medicina, uma das formas mais eficazes para evitar doenças e, por consequência, responsável pelo aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Para o paciente oncológico, a vacina pode salvar vidas e evitar complicações que prejudicam o tratamento.
Confira abaixo as principais informações sobre a vacina bivalente, que começou a ser aplicada para grupos prioritários.
O imunizante bivalente, da farmacêutica Pfizer, é uma atualização das primeiras vacinas fabricadas contra a Covid-19. Com as mutações do coronavírus, a variante que predomina no mundo é a ômicron, bem diferente do vírus original. Por isso, essa vacina foi atualizada e, além de proteger contra as primeiras variantes, oferece proteção contra a ômicron e suas subvariantes.
Porque este imunizante tem o objetivo de expandir a resposta imune em relação à ômicron (variante dominante atualmente), lembrando que as vacinas monovalentes (que são as vacinas aplicadas até então) não conferem imunidade específica a esta variante.
Só poderá receber o reforço do imunizante bivalente as pessoas que tiverem concluído o esquema vacinal básico com as duas doses da vacina monovalente, que continua sendo eficaz contra casos graves, óbitos e hospitalizações. A bivalente poderá ser aplicada a partir de quatro meses da imunização com a monovalente (esquema básico ou reforço).
A Anvisa aprovou a vacina bivalente para a população acima de 12 anos.
O início da aplicação da nova vacina foi operacionalizado por fases, de acordo com grupos prioritários:
• A partir de 27/2/2023: pessoas de 70 anos ou mais; a partir de 12 anos de idade para imunocomprometidos, moradores e trabalhadores de instituições de longa permanência, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
• A partir de 6/3/2023: pessoas de 60 a 69 anos;
• A partir de 20/3/2023: gestantes e puérperas;
• A partir de 17/4/2023: trabalhadores da saúde e do sistema de privação de liberdade, pessoas com deficiência permanente, população privada de liberdade e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas.
O paciente imunocomprometido ou imunossuprimido é aquele que tem uma doença ou faz um tratamento que compromete a imunidade, nosso sistema de defesa. Segundo o Ministério da Saúde, entram nessa categoria as seguintes pessoas:
• Transplantadas de órgão sólido ou de medula óssea;
• Com neoplasias hematológicas, como leucemias, linfomas e síndromes mielodisplásicas;
• Pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses;
• Vivendo com HIV;
• Com doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de medicamentos específicos;
• Em uso de imunossupressores e/ou imunobiológicos que levam à imunossupressão;
• Com erros inatos da imunidade (imunodeficiências primárias);
• Com doença renal crônica em hemodiálise.
Pessoas acima de 18 anos com imunossupressão grave devem tomar as três doses do esquema básico (primeira dose, segunda dose e dose adicional) contra a Covid-19 com intervalo entre as três doses de quatro ou oito semanas, de acordo com o imunizante recebido. Quatro meses após ser aplicada a dose adicional, será aplicada a dose reforço. Somando, ao todo, são quatro doses. São indicadas as vacinas AstraZeneca, Pfizer-BioNTech ou Janssen.
Adolescentes de 12 a 17 anos com imunossupressão grave seguem o mesmo esquema vacinal dos adultos (primeira dose, segunda dose, dose adicional e dose de reforço). Porém, será aplicado exclusivamente o imunizante Pfizer-BioNTech. Crianças de 6 a 11 anos de idade com imunossupressão devem receber a versão pediátrica do imunizante da Pfizer. As de 3 a 5 anos recebem o imunizante da CoronaVac.
Lembrando que só poderá receber o reforço do imunizante bivalente as pessoas que tiverem concluído o esquema vacinal básico com as duas doses da vacina monovalente, que continua sendo eficaz contra casos graves, óbitos e hospitalizações. A bivalente poderá ser aplicada a partir de quatro meses da imunização com a monovalente (esquema básico ou reforço).
Pacientes ainda não imunodeprimidos e que serão submetidos ao transplante de órgãos sólidos ou iniciarão terapia imunossupressora (como quimioterapia ou imunoterapia, por exemplo)é importante que recebam vacinação ao menos 15 dias antes, garantindo maior segurança e eficácia.
No caso de pacientes recebendo quimioterapia, a vacinação preferencialmente não deve ocorrer durante o período máximo de imunossupressão, para que se obtenha melhor resposta imunológica e segurança. É possível receber a vacina bivalente durante o procedimento da quimioterapia tendo o cuidado de que seja administrada entre os ciclos de quimioterapia. A decisão deve ser realizada em conjunto com o médico oncologista do paciente.
Pacientes com neutropenia grave (com contagem absoluta de neutrófilos menos que 500/L) não devem receber vacinas neste período.
O paciente pode apresentar comprovantes médicos como exames, receitas, prescrições ou relatórios médicos que relatem a doença em questão.
Infelizmente, a população oncológica, especialmente os mais idosos, com doença avançada ou os que se encontram em alto grau de imunossupressão, são os mais vulneráveis a formas graves de Covid-19. Além disso, mesmo em casos pouco sintomáticos, o tratamento oncológico precisa ser interrompido por períodos variáveis (em torno de 21 dias). Então, vacine-se!
É um conjunto de processos para garantir que o paciente prossiga em segurança com seu tratamento em tempos de pandemia. Todas as práticas adotadas estão de acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Estamos preparados para receber nossos pacientes e continuar oferecendo assistência e atendimento personalizados com total segurança, excelência e agilidade.
Fontes: Dra. Anna Paula Romero de Oliveira, infectologista do A.C.Camargo Cancer Center https://www.saude.df.gov.br/vacinacao-contra-a-covid-19-dose-adicional-e-de-reforco-para-imunossuprimidos https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/informes-tecnicos/2023/informe-tecnico-operacional-de-vacinacao-contra-a-covid-19/view