AIDS e Câncer: conheça a relação entre o HIV e o Sarcoma de Kaposi
AIDS e Câncer: conheça a relação entre o HIV e o Sarcoma de Kaposi
Em 1872, o dermatologista húngaro Moriz Kaposi encontrou nódulos vermelho-azulados nos pés de alguns pacientes e destacou o caráter pigmentado na pele. A incidência da doença, inicialmente, predominava em povos italianos e judaicos, mas o fator de risco era ligado mais à geografia do que à etnia.
Com algumas características epidemiológicas semelhantes às de outros Sarcomas de Partes Moles, o de Kaposi pode surgir após um enfraquecimento do sistema imunológico e está relacionado ao herpesvírus humano-8 (HHV-8). "No entanto, os infectados com o HHV-8 não obrigatoriamente desenvolvem a doença", afirma o Vice-Presidente da Fundação Antônio Prudente, Diretor do Departamento de Cirurgia Pélvica e Chefe do Núcleo de Sarcomas do A.C.Camargo Cancer Center, Dr. Ademar Lopes.
Mais de um século depois, em 1981, o agora nomeado Sarcoma de Kaposi passava a ter um aumento do número de casos devido a outro fator – o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) – e a ser subdividido em dois grupos:
- Endêmico: surgimento do câncer também associado à contaminação pelo HIV;
- Clássico: crescimento lento e sem relação com o vírus da AIDS.
Geralmente, os primeiros sinais se manifestam pelo surgimento de pequenas lesões ou nódulos na pele. Quando suspeitos, devem ser investigados por um médico, que pode solicitar exames de imagem e, finalmente, a biópsia para um diagnóstico definitivo.
Tratamento
O tratamento dos pacientes com Sarcoma de Kaposi Endêmico envolve, principalmente, dois especialistas: o infectologista e o oncologista clínico. "Os medicamentos retrovirais podem diminuir o avanço da ação do HIV, ao passo que o câncer é tratado com os procedimentos terapêuticos apropriados, como cirurgia, radioterapia e a quimioterapia", orienta Lopes. Nos casos Clássicos do Sarcoma, com uma lesão nodular única, o procedimento pode ser somente cirúrgico ou radioterápico, dependendo da avaliação clínica.
Outros casos
O transplante de órgãos também pode causar nos pacientes a diminuição da imunidade, uma vez que o paciente transplantado, se não for autoimune, necessita utilizar imunossupressores para diminuir o risco de rejeição ao novo órgão. "Mas os cânceres ligados a este procedimento não são comuns", finaliza o especialista.
Dr. Ademar Lopes - CRM 21092
Vice-Presidente da Fundação Antônio Prudente
Diretor do Departamento de Cirurgia Pélvica
Chefe do Núcleo de Sarcomas
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