A.C.Camargo atinge marca de 4 mil cirurgias robóticas oncológicas

 
Publicado em: 23/01/2023 - 13:01:17
Linha Fina

Instituição é centro de referência na América Latina em procedimentos oncológicos realizados com auxílio de robôs
 

Mais uma marca histórica foi alcançada pelo A.C.Camargo Cancer Center. Em dezembro de 2022, a instituição atingiu a marca de 4 mil cirurgias robóticas oncológicas realizadas. Ao todo, foram mais de 600 procedimentos executados durante o ano, volume 38% maior do que o registrado em 2021. Essa marca posiciona a instituição como um dos maiores centros de cirurgia robótica oncológica da América Latina.

O A.C.Camargo Cancer Center realiza este tipo de procedimento desde 2013 quando adquiriu sua primeira plataforma de cirurgia robótica. Ao longo dos anos, com a ampliação do parque tecnológico, investimentos e a qualificação e certificação de mais profissionais a utilização se tornou mais recorrente atingindo uma média de 500 procedimentos por ano nos últimos três anos.

Atualmente, a instituição é um dos centros de formação em cirurgia robótica no Brasil certificadas pela fabricante da plataforma  e por várias sociedades de especialidade, como a Sociedade Brasileira de Urologia  (SBU) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), e conta com cerca de 40 profissionais certificados em seu corpo clínico que realizam procedimentos nas mais diversas especialidades.

O programa de formação de cirurgiões robóticos nas diversas especialidades no A.C. Camargo segue exatamente o mesmo programa didático de formação dos especialistas empregados nos principais centros universitários dos Estados Unidos e Europa conforme preconizado pela empresa desenvolvedora dessa tecnologia.

Em 2022, durante o Evento Next Frontiers to Cure Cancer, protagonizado pelo A.C. Camargo, foi realizado o primeiro “Pré Annual Meeting - Advances in Oncology Robotic Surgery”. Que contou com especialistas de vários países como convidados. Foram debatidos os mais modernos tratamentos de câncer pela Robótica, e questões de ensino e custo efetividade destes métodos.

Também em 2022, foi lançado o primeiro Curso a Distância sobre “Cistectomia Radical minimamente invasiva e robótica”, para profissionais de todo o país.

Entre os procedimentos mais realizados com auxílio da plataforma estão os relacionados a urologia, que representam 75% do volume seguidos por pulmão e tórax, colorretais, cabeça e pescoço, ginecologia, tumores abdominais e pediátricos.

O que é cirurgia robótica

Desde os primeiros rascunhos sobre anatomia feitos por Leonardo Da Vinci a medicina teve um avanço colossal até chegar aos primeiros procedimentos com auxílio de robôs. Adotada há mais de uma década no Brasil, a cirurgia robótica é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva realizada com o auxílio de uma plataforma robótica.

Este “robô cirurgião” não é autônomo e não toma decisões, ele é “pilotado” por um cirurgião que realiza seus movimentos com grande precisão por meio de conjunto de joysticks. O equipamento consiste em uma série de braços mecânicos similar a um polvo e um console onde o médico opera o robô com o auxílio de câmeras e filtros de tremores e sistemas avançados de segurança ao paciente. Além disso, uma equipe acompanha e dá suporte ao procedimento como em uma cirurgia convencional.

O console onde o cirurgião controla os braços, câmeras e outros instrumentos com uma visão 3D ampliada e de alta definição, possuindo tecnologias que maximizam o desempenho do médico.

Atualmente, a cirurgia robótica é a técnica mais moderna para procedimentos minimamente invasivos. A entrada de novos fabricantes no mercado de saúde vem permitindo o barateamento dessa tecnologia ampliando o número de procedimentos e beneficiando mais pacientes.

Segurança para médico e paciente

Por ser um procedimento que conta com um equipamento de alta tecnologia os benefícios ao paciente variam desde maior segurança durante a cirurgia até o menor tempo de recuperação e alta médica. Além disso, em algumas cirurgias específicas como a prostatectomia radical robótica e nefrectomia parcial, por exemplo, já existem evidências de menor risco de ocorrência de sequelas pós-operatórias. Por possuir uma câmera de alta definição em três dimensões, o robô garante um campo de visão superior aos equipamentos de videolaparoscopia. Além disso, o joystick que está no console permite movimentos precisos em escala milimétrica dando ao cirurgião mais precisão em suas incisões e suturas, por exemplo.

Estes avanços reduzem o tamanho e número das incisões, possibilitando uma melhor recuperação do paciente, redução no risco de infecções e complicações. Tudo isso impacta no tempo de internação e recuperação do paciente que, dependendo do procedimento realizado pode ser reduzido de 15 dias para 4 dias.

É importante ressaltar que, mesmo trazendo uma série de benefícios e ser cada vez mais usado, este tipo de procedimento ainda não consta no rol de procedimento da maioria dos planos de saúde. Por esse motivo é importante conversar com seu médico e sua operadora para entender as políticas de reembolso ou alternativas como a laparoscopia, por exemplo.

Futuro

A recente quebra de patente desta tecnologia permitirá a entrada de novos fabricantes no mercado de saúde. Este movimento proporcionará equipamentos mais modernos e com valor mais acessível às instituições. Além disso, a evolução nas tecnologias de telecomunicação – como o 5G – trará um novo marco para este tipo de procedimento, a telecirurgia, onde o profissional poderá operar um paciente de qualquer lugar do mundo.

Em 2001, este conceito já era abordado e experiências de sucesso foram registradas como a chamada “Operação Lindbergh”, onde um médico em Nova York (EUA) fez um procedimento em um paciente na cidade de Estrasburgo, na França.

Alguns anos depois, com a evolução da telecomunicação, que ficou mais segura, estável e veloz, foram realizadas as primeiras cirurgias robóticas à distância na China. Em 2019, médicos da Jiaotong University School of Medicine, em Xangai, substituíram com sucesso a articulação do joelho de duas pacientes localizadas em pontos diferentes do país.

Colaboraram para esta matéria:

  • Dr. Walter Henriques da Costa,  médico urologista especialista em cirurgia robótica e Gerente Médico do A.C.Camargo Cancer.
  • Dr. Stênio Zequi, líder do Centro de Referência em Tumores Urológicos e coordenador do programa de Cirurgia Robótica do A.C.Camargo Cancer Center.

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